Iemanjá rege a mudança no ritmo da Vida, pois ela está ligada ao Elemento Água. Ela preside aos rituais relacionados com o nascimento e o regresso às, que é a morte, e também aos movimentos que se caraterizam pelo desenvolvimento das coisas, e dos projetos, assim como a expansão e a propagação de novas ideias.
Os rituais que Lhe são dedicados, celebram-se no dia 2 de Fevereiro.
O arquétipo de Iemanjá, assim como o da Deusa Ártemis, é responsável pela consciência que as mulheres experimentam de si mesmas, e que as leva à sua própria individualidade. Quando a Deusa Iemanjá dança, ela corta o ar com uma espada na mão, simbolizando com esse corte um ato psíquico que conduz à individualização, pois ao separar as coisas, deixa somente aquilo que é necessário para que a consciência de si aconteça.
A Sua Espada, símbolo do Poder Cortante, que permite discriminar e ordenar os aspectos da psique, também pode levar ao abraço de sereia da Deusa, que é a morte. Quando dança, a Deusa coloca a mão na cabeça, indicando assim a sua individualidade e por isso, é chamada de”Yá Ori”, ou “Mãe de Cabeça”. No ritmo dos tambores, Ela toca a nuca com a mão esquerda, simbolizando o passado da humanidade, o “Mar do Inconsciente Cósmico”, a nossa origem eterna, e a testa com a mão direita, significando o futuro em direção à consciência e à individuação, de cada um(a) de nós.
A Deusa Iemanjá dança o seu Poder representando a origem mitológica da humanidade, unindo o passado e o futuro, materializando um presente sempre eterno, através do despertar da consciência do que somos aqui e o agora, neste exato momento da nossa existência, pois sem passado não há futuro, sem saber de onde viemos não sabemos o que somos, nem para onde vamos.
Sendo assim, Ela nos lembra em seus rítmicos passos, que a totalidade está na união dos opostos, do consciente com o inconsciente, do passado com o futuro, e dos aspectos masculinos com os femininos, que existem em tod@s nós.
As mulheres que estão em íntima conexão com esta Deusa, conhecem os seus ciclos lunares, e como eles afetam as suas vidas ao relacioná-las com as fases do astro prateado, aceitando em si mesmas a presença inegável do vai e vem das marés da Vida e do Amor, berço do rico psiquismo feminino.
Compreender e aceitar Iemanjá, equivale a compreender e aceitarmo-nos a nós mesmas, porque este entendimento, nos encaminha até à nossa individualidade, à descoberta dos Ser único que somos, como somos e o porquê da nossa existência. O mito desta Deusa das Águas, é o mito de toda a mulher, enquanto Criadora e força motriz de toda a Vida, que não só começa na água, como depende dos ciclos da Lua, intensamente vividos por nós, e que propaga a existência, nas mudanças de todas as coisas, num interminável nascer, viver, morrer, e novamente renascer, nas “Águas da Mãe Iemanjá”.
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