Conteúdos

domingo, 1 de março de 2015

O EPISÓDIO MÍTICO O "JULGAMENTO DE PÁRIS" E O FIM DO MATRIARCADO



(...) De facto a grande cultura que precedeu a grega foi a cretense que subitamente desapareceu no séc. XVI antes de Cristo.

Depois deu-se a derrocada do império hitita relatada na Ilíada e assim se definiu a fronteira da mitologia greco-romana moderna que afinal os romanos nem reconheciam muito bem mantendo os seus deuses arcaicos indígenas, di indigetes.

No entanto a modernidade descobriu as mitologias nórdicas e celtas e as suas estranhas semelhanças com as orientais, factos que nem os autores das teorias do indo-europeu suspeitavam e queriam admitir.

Ora, é obvio que falta um elo perdido entre essas tradições extremas e ele só poderia ter sido a cultura cretense que depois veio a ser herdada pelos fenícios. E fica assim explicada a semelhança com a mitologia maia e a azteca.

Mas pouco ou nada se sabe da mitologia cretense e tudo o que se diga dela é muito especulativo. No entanto a intriga do Julgamento de Páris, que precedeu a guerra de Troia, foi e deve ser encarada como um momento importante na trama histórica, porque ele marca uma luta de poder entre 3 deusas que precede a primeira guerra mundial da história ocidental, que a partir daí passou a ser de guerras constantes.

Este episódio do Julgamento de Páris deve ser considerado como o marco do começo do patriarcado no mundo greco-romano, por ser a visão mítica de um fenómeno político nunca visto: o fim do domínio absoluto da tríade política das três fases da vida da mulher e que ia da Anatólia à Irlanda nos barcos da talassocracia cretense.

Assim, é no que resta dos cultos de Hera, Atena e Afrodite que deve ser reconstruida a tríade matriarcal, realçando o facto da vitória de Afrodite no julgamento de Páris fazer parte do processo de capitulação do matriarcado em relação ao patriarcado.

A TRÍADE MATRIARCAL DO JULGAMENTO DE PÁRIS CHEGOU ATÉ À IRLANDA

Confirmando a ideia de que a talassocracia cretense espalhou pelo mundo o mesmo culto da Deusa, este investigador acrescenta: 

(...)Na tríade Ériu, Banbha e Fódla...é óbvio que Vénus, sendo Afrodite, era Fódla porque:

Fódla < Folda < Forda < Afroda + Te > Afrodite

Como esta tíade é seguramente a mesma do julgamento de Páris e já sabemos quem era Afrodite, fica Eridu como só podendo ser Hera. E resta a Banbha ser Atena:

Banbha < Wan-wika < Kian-Kika < Tianita > Anat > Atena > Diana.

Porque foi a partir desta epifania que eu dei conta de como tudo o resto estava interligado!


©Artur Felisberto 

Imagem: Rubens, O Julgamento de Páris