Quando lemos Genevieve Vaughan in Kailo e
redescobrimos que “Palavras são presentes sonoros” a esperança reacende.
Quando doamos, sem expectativa de retorno, sem a necessidade da troca, apenas
como satisfação de uma necessidade básica de doação, voltamos a ser felizes. Ao
nutrir nossos filhos, seus corpos e mentes, estamos nutrindo e abastecendo de
afeto nossa comunidade. “Essa comunicação sem sinal, envolvendo dar e receber
sem retorno, é o que nos torna humanos geração após geração” (Kailo, 2018.)
O texto de Kaarina Kailo ( finlandesa)
sobre a Terra Feminarum, a Terra das
Mulheres do Norte (Lapónia) emocionou-me. Como ela diz, quando perdemos o DOM
Imaginário, que são as doações, as dádivas, que doamos ao Outro sem exigir
trocas, a Mãe Terra se sente devastada e desonrada. A vida deveria ser
entendida como Sementes de Mudanças, o novo precisa de espaço para se
manifestar. Ao mudarmos o paradigma da
troca pela doação, neste novo contexto, estaremos Honrando a Mãe Terra, a Mãe
Doadora de Vida, a Mãe em Nós. A semente da mudança está nas mãos das Mães.
Devemos ensinar às nossas crianças este conceito de DOM, da abundância.
Percebo que hoje as crianças muito pequenas
já tem um novo DNA que as faz mais presentes, mais questionadoras e mais
conectadas à Mãe Terra. Não podemos “cortar estas asinhas” com conceitos
ultrapassados, mas estimular o novo, o DOM. Saber-se parte de toda a natureza,
desta Inteireza de SER.
Carmen Eloah Boff