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sexta-feira, 8 de março de 2019

MUDANDO O PARADIGMA DA TROCA PARA A O DA DOAÇÃO: ECONOMIA DA DÁDIVA OU DO DOM



Quando lemos Genevieve Vaughan in Kailo e redescobrimos que “Palavras são presentes sonoros” a esperança reacende. Quando doamos, sem expectativa de retorno, sem a necessidade da troca, apenas como satisfação de uma necessidade básica de doação, voltamos a ser felizes. Ao nutrir nossos filhos, seus corpos e mentes, estamos nutrindo e abastecendo de afeto nossa comunidade. “Essa comunicação sem sinal, envolvendo dar e receber sem retorno, é o que nos torna humanos geração após geração” (Kailo, 2018.)

O texto de Kaarina Kailo ( finlandesa) sobre a Terra Feminarum, a Terra das  Mulheres do Norte (Lapónia) emocionou-me.  Como ela diz, quando perdemos o DOM Imaginário, que são as doações, as dádivas, que doamos ao Outro sem exigir trocas, a Mãe Terra se sente devastada e desonrada. A vida deveria ser entendida como Sementes de Mudanças, o novo precisa de espaço para se manifestar.  Ao mudarmos o paradigma da troca pela doação, neste novo contexto, estaremos Honrando a Mãe Terra, a Mãe Doadora de Vida, a Mãe em Nós. A semente da mudança está nas mãos das Mães. Devemos ensinar às nossas crianças este conceito de DOM, da abundância. 

Percebo que hoje as crianças muito pequenas já tem um novo DNA que as faz mais presentes, mais questionadoras e mais conectadas à Mãe Terra. Não podemos “cortar estas asinhas” com conceitos ultrapassados, mas estimular o novo, o DOM. Saber-se parte de toda a natureza, desta Inteireza de SER.

Carmen Eloah Boff

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A ECONOMIA DA DÁDIVA


Nos mails desta manhã, chega-me um texto da Carol Christ sobre a Economia da Dádiva, inspirando-se no exemplo da sociedade cretense atual com que convive nas suas frequentes deslocações com grupos de mulheres àquela ilha grega. Carol lembra-nos ainda o trabalho da ativista Genevieve Vaughan sobre este modelo económico com provas dadas durante milénios (de outro modo não estaríamos hoje aqui), que surge como uma solução para substituir o modelo económico capitalista patriarcal vigente com o qual muito dificilmente nos vamos safar, nós e o planeta…  

Poucas coisas me dão tanto prazer como o verdadeiro Potlatch de algumas segundas-feiras de mercado com a G, a minha prima L e por vezes a minha irmã… é porque naquele ambiente nós ainda comungamos completamente desse espírito tribal muito familiar e muito antigo, dessa segurança primordial em que nos permitimos relaxar no grande colo coletivo, sabendo que ali a nossa luta solitária e frenética pela sobrevivência encontra um autêntico momento de repouso…



O livro editado pela Genevieve Vaughan é este:

WOMEN AND THE GIFT ECONOMY
 A Radically Different Worldview is Possible
edited by Genevieve Vaughan
















Na Wikipedia encontrei isto na entrada “Economia do Dom”, gosto mais de “Economia da Dádiva”.
Por aqui ainda existem muitos resquícios deste tipo de economia, sobretudo nos meios rurais, onde as bênçãos duma horta são normalmente repartidas por familiares, amigos e vizinhos e outros bens são generosamente partilhados. Quando nos tornámos “ricos” ficámos muito mais egoístas e pobres de coração… acho.

Economia do Dom

"Em Ciências Sociais, economia do dom, economia da doação ou economia da dádiva ou ainda cultura da dádiva é uma forma de organização social na qual os membros fazem doações de bens e serviços valiosos, uns aos outros, sem que haja, formal ou explicitamente, expectativa de reciprocidade imediata ou futura, como no escambo ou num mercado. Todavia, a obrigação de reciprocidade existe, não necessariamente envolvendo as mesmas pessoas, mas como uma corrente contínua de doações.
A economia do dom é uma forma económica baseada sobre o valor de uso dos objetos ou ações. Contrapõe-se portanto à economia de mercado, que se baseia no valor de troca de bens e serviços. A doação é na realidade uma troca recíproca com algumas características definidas por convenções e não por regras escritas: a obrigação de dar, a obrigação de receber, a obrigação de restituir mais do que se recebe.
A economia de dom caracteriza as chamadas economias primitivas. Autossuficientes, elas podem realizar a troca do excedente produzido pelos poucos bens que não conseguem produzir.
Um típico exemplo de economia de dom é a prática do Potlatch dos indígenas americanos, como a economia dos iroqueses ou da Kula, a cerimónia dos habitantes das ilhas Trobriand. (...)"