Voltei a ter ciclo menstrual há 6
meses, quando tomei a decisão de suspender o uso do anticoncepcional que tomei por
muitos anos. Aos 15, descobri que tinha ovários poliquísticos e logo comecei o
uso contínuo do anti. Durante esses anos realizei algumas tentativas para
suspender o uso, no entanto, todas as vezes que parei foi muito difícil o meu
ciclo, (cólicas, atrasos) o que me fez ficar anos usando.
Há 6 meses comecei a ter
sonhos com mulheres que falavam que já era hora de voltar a ter ciclo, mesmo
muito receosa e com muito medo de como seria o meu ciclo, devido às memorias
nada agradáveis, decidi parar.
Neste momento acabei me
tornando Moon Mother por Miranda Grey e foi surpreendente ouvir e compreender a
nossa natureza cíclica e resgatá-la. Desde Junho estou vivendo o meu ciclo e
tem sido uma grande descoberta e uma surpresa adorável. Não é duro como eu
imaginava, pelo contrário, é através do meu ciclo que consigo compreender como
funciono e como posso utilizar a sua energia em meu auxílio. Compreendi o quanto
sou cíclica e como estou conectada com esse ritmo natural feminino. Estou a
redescobrir-me a cada mês, e conectando com esse ciclo lunar, assim como a lua
vivencio a primavera na fase crescente, o inverno na nova, o verão na lua cheia
e o outono na minguante.
Compreender esses ciclos e como eles atuam na minha
energia é transformador.
Descobri que todas as vezes
que menstruo o meu corpo precisa de acolhimento e recolhimento, aprendi com
esse período que eu posso parar, que eu posso ficar comigo. O meu maior desafio
ao longo da minha vida é aprender a relaxar, a entregar-me, e com a menstruação
permito-me parar. É incrível como esse recolhimento me alimenta a alma, eu
entro em contato com o mais profundo da minha alma, acesso através de sonhos a minha
sabedoria interna.
Estou aprendendo a me entregar na fase escura, a me entregar
para meu interior e é incrível quanta sabedoria existe nesse lugar. Estou aprendendo a parar de temer a escuridão
e a encontrar a minha luz nesse espaço. E quando esse processo termina, um novo
ciclo se reinicia com toda a sua força, possibilidades, e assim percorro
novamente todo o percurso… renovar, fertilizar, soltar e morrer.... Sendo
sempre cíclica.
Está sendo uma jornada
incrível esse despertar da minha feminilidade.
Mariane TS
Imagem: Cerimónia da Menarca, Templo da Deusa, Óbidos
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