Atenção interessadas e interessados do BRASIL neste evento:
Monica Giraldez e Yasmin Meera, de Florianópolis, estão organizando um grupo para viajarem até à Conferência da Deusa Portugal, em maio de 2019
Este é um texto de 2015, que decidi republicar porque entretanto o projeto de uma Conferência da Deusa para Portugal saiu do armário!... não sendo mais apenas o meu projeto, mas sim o projeto da Associação Cultural Jardim das Hespérides.
Monica Giraldez e Yasmin Meera, de Florianópolis, estão organizando um grupo para viajarem até à Conferência da Deusa Portugal, em maio de 2019
Este é um texto de 2015, que decidi republicar porque entretanto o projeto de uma Conferência da Deusa para Portugal saiu do armário!... não sendo mais apenas o meu projeto, mas sim o projeto da Associação Cultural Jardim das Hespérides.
Sugiro então que salvem as datas de 17, 18 e 19 de maio de 2019.
Para as nossas antepassadas e os nossos antepassados, o momento das colheitas, Lammas e Mabon, entre agosto e setembro, depois de todo o esforço despendido, era tempo de celebrar e sobretudo de agradecer à Deusa por todos os dons recebidos, pela manifestação das nossas intenções e projetos. Ainda hoje assim é no nosso território, onde em todos os fins-de-semana de verão várias localidades honram a sua Senhora ou o santo que Lhe tomou o lugar. Na espiritualidade da Deusa, a grande festa anual foi concebida por Kathy Jones em Glastonbury, Reino Unido, com a designação de Conferência da Deusa. O conceito de conferência neste caso pouca semelhança tem com aquilo que a palavra evoca para nós. Poderíamos chamar-lhe Festival, e várias pessoas no início alertaram a sua fundadora para a excessiva seriedade patriarcal de que o conceito se reveste, o que poderia desmotivar o público, constituído como é óbvio por mulheres e homens “da Deusa”. Kathy Jones, entretanto, não se deixou demover e levou a sua ideia por diante, até porque também queria que o evento se revestisse de seriedade. O facto é que o modelo se impôs e serve hoje em dia de referência e de inspiração para todas as Conferências da Deusa que anualmente acontecem por esse mundo fora.
Quando em 2011 fui pela primeira à de
Glastonbury, senti que a minha vida só teria mesmo sentido se eu pudesse
repetir a experiência, ir todos os anos participar naquilo que considero serem
os Mistérios da Deusa, semelhantes a uma atualização das antigas vivências dos
povos da Grécia em Elêusis. Pensar que a Conferência poderia estar a acontecer
sem a minha presença seria demasiado doloroso, e este sentimento é partilhado
por muitas pessoas que conheço e que aí vão todos os anos, custe o que custar.
Vários testemunhos de mulheres, entretanto, comprovam que o que aconteceu
comigo é um sentimento muito generalizado: uma profunda transformação nas
nossas vidas. Isso deve-se não apenas a tudo aquilo que compõe o programa,
comunicações, cerimónias, performances, workshops, como também a tudo o que lhe
é transversal e que é igualmente sublime. De repente realizamos que somos
criativas o suficiente, capazes o suficiente, fortes o suficiente, divertidas o
suficiente, brilhantes o suficiente para criar eventos cheios de significado e
de grandiosidade, feitos por e especialmente para mulheres. Percebemos como é
relaxante e libertador estarmos em zonas livres de patriarcado, zonas de
empoderamento do feminino e da mulher, e tomamos consciência da expansão que
representa para nós enquanto seres humanos ocuparmos o centro, normalmente
saturado de androcracia e patriarcalismo. Exultamos de alegria, de
exuberância, de autoaceitação e de aceitação de toda a gente, mulheres, homens,
crianças. Todas as formas, cores, tamanhos, géneros e idades são aceites e
apreciadas tal como são, pelo que são, incorporações da Deusa, manifestações da
Sua infinita criatividade.
Algumas convidadas são profundamente emblemáticas
desta conferência como foi o caso de Lady Olivia Robertson (1917-2013), uma das
primeiras sacerdotisas da nossa era, co-fundadora da Fellowship of Isis, que
enquanto foi viva e lhe foi possível, teve sempre o seu momento especial na
Conferência. Também Lydia Ruyle (1935-2016) e os seus estandartes representando Deusas de
todas as culturas do mundo são parte do cenário de qualquer Conferência. E a
lista é longa de artistas, autoras, performers e comunicadoras de todas as
latitudes. De membro do público participante, entretanto, tornei-me Melissa e
tive a minha primeira intervenção facilitando um workshop sobre a
universalidade da Banshee em 2014. Na próxima, além dum workshop terei a função
de Sacerdotisa do Círculo, neste caso uma Sacerdotisa Orbe, Orb Priestess,
assim designadas em homenagem à Mãe do Ar o elemento celebrado nesta
Conferência. E profundamente agradeço à Deusa por até aqui sempre me ter
ajudado a concretizar o desejo que formulei em 2011 de estar presente neste
evento, que trouxe à minha vida e à minha alma profunda expansão e significado.
O meu projeto entretanto é, com a colaboração de outras irmãs sacerdotisas,
trazer este evento também para Portugal.
Imagens:
1 e 2 - Glastonbury Goddess Conference 2017
3 - Glastonbury Goddess Conference 2015, com Lydia Ruyle