“O povo amava as senhoras pejadas. Ardentemente as veneravam as mulheres. Orando por uma hora “breve”, uma “hora pequenina”, um “bom sucesso” no parto. Apelando à Senhora como seu princípio, o princípio feminino no céu.”
“A Senhora Mãe acalentando o seu filho. Nos braços. No regaço. Ao seio, nessas quase desconhecidas Senhoras do Leite. Mas, além destas imagens expostas, divulgadas, outras há. Durante anos e anos estiveram escondidas. Foram veladas. Foram enterradas. E até destruídas: são imagens das virgens pejadas, prenhadas, as senhoras do Ó ou da Expectação. Virgens grávidas. O repúdio oficial que as atingiu é significativo do que Simone de Beauvoir chama “a repugnância do cristianismo pelo corpo feminino” que “é tal que consente em votar o seu deus a uma morte ignominiosa, mas afasta-o da "mancha” do nascimento”.
Excertos de artigo de Helena Neves
in O Público 2004
Imagem Google (Nossa Senhora do Leite)
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