ARQUÉTIPO DA TRANSFORMAÇÃO E TRANSMUTAÇÃO
Hécate é também um vaso-útero, que recebe os processos passados no interior da psique. Ela é o vaso alquímico que permite a transformação e transmutação dos elementos materiais em espirituais. Hécate habita as grutas e cavernas. E para sermos fertilizados pela semente da criação espiritual e do renascimento psíquico temos de visitar a sua morada, fazer a entrada no reino dessa deusa. Ela é a Caverna-Mãe onde se dão os processos espirituais.
Muitos mistérios e ritos de iniciação se passavam no interior das grutas e cavernas.
Hécate é a regente dos processos misteriosos da vida e da morte, das passagens difíceis da vida, da entrada nos caminhos árduos da transformação.
A Deusa nos diz que as mudanças servem para determinar o nosso comportamento e que devemos ter cuidado com os caminhos falsos ou atalhos inadequados. O caminho, por vezes, pode não ter muita importância, mas premente é a necessidade de fazer a passagem.
Hécate estava por perto quando Perséfone foi raptada por Hades, mas não interferiu, porque ela sabia que as passagens são necessárias, às vezes não importam os caminhos. Mas é Hécate que ensina e ajuda Deméter a achar o caminho para recuperar a filha Perséfone.
A entrada no mundo inferior é necessária para o contacto com as fontes internas da fertilidade, mas é preciso saber o caminho de volta para poder tornar consciente toda a possibilidade criativa. Enquanto houver o mergulho no mundo inferior, a consciência pode adormecer e descansar, e novamente será renovada e frutificará com a volta.
Hoje podemos relacionar-nos com Hécate como uma figura guardiã do nosso inconsciente, que tem nas mãos a chave dos reinos sombrios que há dentro de nós e que traz as tochas para iluminar o caminho para as profundezas do nosso interior.
A nossa civilização patriarcal talvez nos tenha ensinado a temer esta figura, mas se confiarmos nas suas energias antigas, encontraremos nela uma gentil guardiã.
Ela está presente em todas as encruzilhadas que existem em todos os níveis do nosso ser, manifestando-se como espírito, alma e corpo. Devemos reconhecer que a imagem terrível, tenebrosa e horrenda de
Hécate é um mero registo do medo inconsciente do feminino que os homens, imersos num patriarcado unilateral, projetaram ao longo de milénios nesse arquétipo.
Temos que encarar a nossa Hécate interior, estabelecer uma relação com ela e, confiando na sua assistência, permitir a nós mesmas o desenvolvimento duma percepção desse rico reino do nosso Mundo Inferior Pessoal. Somente por meio dessa atitude poderemos tornar-nos seres integrados, capazes de lidar com as polaridades sem projetar de imediato dualismos.
Ao passar por uma encruzilhada, irá deparar-se com Hécate e ela dirá que as nossas vidas são feitas de escolhas. Não existem escolhas certas ou erradas, mas somente escolhas. Independente do que escolher, a experiência, por si só, já é algo valioso. Hécate insiste para que não tenhamos medo do desconhecido. Os desafios apresentados precisam de um salto de fé da pessoa que faz a escolha. Confie que será capaz de fazer uma escolha quando chegar a hora. Conceda-se tempo e espaço, nunca se censure ou se culpe, faça apenas a sua escolha.
Rosane Volpatto
Muitos mistérios e ritos de iniciação se passavam no interior das grutas e cavernas.
Hécate é a regente dos processos misteriosos da vida e da morte, das passagens difíceis da vida, da entrada nos caminhos árduos da transformação.
A Deusa nos diz que as mudanças servem para determinar o nosso comportamento e que devemos ter cuidado com os caminhos falsos ou atalhos inadequados. O caminho, por vezes, pode não ter muita importância, mas premente é a necessidade de fazer a passagem.
Hécate estava por perto quando Perséfone foi raptada por Hades, mas não interferiu, porque ela sabia que as passagens são necessárias, às vezes não importam os caminhos. Mas é Hécate que ensina e ajuda Deméter a achar o caminho para recuperar a filha Perséfone.
A entrada no mundo inferior é necessária para o contacto com as fontes internas da fertilidade, mas é preciso saber o caminho de volta para poder tornar consciente toda a possibilidade criativa. Enquanto houver o mergulho no mundo inferior, a consciência pode adormecer e descansar, e novamente será renovada e frutificará com a volta.
Hoje podemos relacionar-nos com Hécate como uma figura guardiã do nosso inconsciente, que tem nas mãos a chave dos reinos sombrios que há dentro de nós e que traz as tochas para iluminar o caminho para as profundezas do nosso interior.
A nossa civilização patriarcal talvez nos tenha ensinado a temer esta figura, mas se confiarmos nas suas energias antigas, encontraremos nela uma gentil guardiã.
Ela está presente em todas as encruzilhadas que existem em todos os níveis do nosso ser, manifestando-se como espírito, alma e corpo. Devemos reconhecer que a imagem terrível, tenebrosa e horrenda de
Hécate é um mero registo do medo inconsciente do feminino que os homens, imersos num patriarcado unilateral, projetaram ao longo de milénios nesse arquétipo.
Temos que encarar a nossa Hécate interior, estabelecer uma relação com ela e, confiando na sua assistência, permitir a nós mesmas o desenvolvimento duma percepção desse rico reino do nosso Mundo Inferior Pessoal. Somente por meio dessa atitude poderemos tornar-nos seres integrados, capazes de lidar com as polaridades sem projetar de imediato dualismos.
Ao passar por uma encruzilhada, irá deparar-se com Hécate e ela dirá que as nossas vidas são feitas de escolhas. Não existem escolhas certas ou erradas, mas somente escolhas. Independente do que escolher, a experiência, por si só, já é algo valioso. Hécate insiste para que não tenhamos medo do desconhecido. Os desafios apresentados precisam de um salto de fé da pessoa que faz a escolha. Confie que será capaz de fazer uma escolha quando chegar a hora. Conceda-se tempo e espaço, nunca se censure ou se culpe, faça apenas a sua escolha.
Rosane Volpatto
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