O aspecto menos compreendido da Grande Mãe - e, por isso, o mais temido - é a Deusa Negra, a Face Ceifadora.
Assim como a Donzela, a Mãe e a Anciã regem etapas do eterno ciclo da vida - do nascimento (plantio), amadurecimento (florescimento e frutificação) e do inevitável declínio, a Deusa Negra encerra o ciclo e representa a decomposição e a morte.
Como Ceifadora, ela é a destruidora de tudo o que esgotou o seu tempo, de tudo o que cumpriu a sua finalidade e não serve mais. É ela quem limpa a terra após a colheita para o repouso necessário à germinação de novas sementes. O seu poder é o da Lua Negra, dos mistérios ocultos na escuridão, do vazio e do silêncio que antecedem o surgimento da luz, o raiar do dia e o começo dum novo ciclo. Ela ensina que sem morte não há renascimento, sem fim não pode haver um novo começo, sem dissolução do velho não há a renovação.
Como mestra da escuridão, ela orienta e conduz ao encontro da “sombra”, o aspecto perturbador e renegado do próprio ser. Se pedir a sua ajuda e tiver a coragem de mergulhar nas profundezas do seu mundo interior para descobrir, encarar, reconhecer e aceitar a sua sombra, encontrará a sua autêntica identidade, livre das máscaras da personalidade. Confrontar, contemplar e assimilar o poder da sombra representam a verdadeira iniciação nos mistérios da Deusa Escura e da Lua Negra, iniciação que exige, como preço, mudanças, transformações e novos rumos.
"Abraçar a sombra" significa aceitar-se assim como você realmente é - mescla de dor e alegria, medo e coragem, conquistas e perdas, sucessos e fracassos, acertos e erros, luz e sombra. Somente assim encontrará o seu verdadeiro e completo poder de mulher e a integração da sua totalidade.
São manifestações da Deusa Negra: Hécate, Kali, Baba Yaga, Lilith, Cailleach, Morrigan, Hel, Ran, Sekhmet, Ereshkigal, Coatlicue.
Outro aspecto que foge da costumeira manifestação da Deusa Tríplice, relacionada com a Lua Crescente, Cheia e Minguante, é a Rainha, conhecida como a Imperatriz e as rainhas dos naipes do Tarot.
Esta face da Deusa corresponde à fase da Lua Balsâmica, entre a Lua Minguante e a Negra. Ela rege a maturidade, entre os 40 e os 50 ou mais anos, da mulher que ultrapassou ou negou a fase da maternidade, que está no auge e plenitude da sua expressão, afirmação e realização, mas que ainda não atingiu a sabedoria da Anciã.
Nesta fase, chamada de pré-climatério, ocorrem mudanças no corpo físico, a mente torna-se inquieta, os pensamentos são voláteis e tumultuosos, a percepção é aguda, a sensibilidade exacerbada, as emoções em conflito. É um período de inquietação e aparentes contradições, de mudanças de gostos e atitudes, de busca de “algo” vago ou indefinido no campo espiritual, profissional ou afetivo. Surgem temores em relação ao futuro, o medo do desconhecido, a preocupação com o envelhecimento, ainda mais numa sociedade que enaltece o valor e o viço da juventude.
Dependerá da mulher passar por esta fase com dor ou com a alegria de quem já venceu batalhas, cumpriu deveres, plantou e colheu e está a aproximar-se dum tempo de paz e realização interior, com a segurança da experiência e as promessas de futura sabedoria. Abençoar esta fase, rever o passado e transmutar os resíduos com o auxílio da Deusa Negra, agradecer à Donzela e à Mãe pelo plantação e a colheita, são medidas recomendáveis que abrem as portas para a Grande Mudança, quando o seu sangue não mais for vertido, mas retido no seu ventre, e quando o tempo assinalar a sua coroação – agora já não como Rainha, mas como uma Sábia Mulher Coroada, herdeira das Matriarcas e das Mães de Clã do passado ancestral.
Mirella Faur
http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/4
Assim como a Donzela, a Mãe e a Anciã regem etapas do eterno ciclo da vida - do nascimento (plantio), amadurecimento (florescimento e frutificação) e do inevitável declínio, a Deusa Negra encerra o ciclo e representa a decomposição e a morte.
Como Ceifadora, ela é a destruidora de tudo o que esgotou o seu tempo, de tudo o que cumpriu a sua finalidade e não serve mais. É ela quem limpa a terra após a colheita para o repouso necessário à germinação de novas sementes. O seu poder é o da Lua Negra, dos mistérios ocultos na escuridão, do vazio e do silêncio que antecedem o surgimento da luz, o raiar do dia e o começo dum novo ciclo. Ela ensina que sem morte não há renascimento, sem fim não pode haver um novo começo, sem dissolução do velho não há a renovação.
Como mestra da escuridão, ela orienta e conduz ao encontro da “sombra”, o aspecto perturbador e renegado do próprio ser. Se pedir a sua ajuda e tiver a coragem de mergulhar nas profundezas do seu mundo interior para descobrir, encarar, reconhecer e aceitar a sua sombra, encontrará a sua autêntica identidade, livre das máscaras da personalidade. Confrontar, contemplar e assimilar o poder da sombra representam a verdadeira iniciação nos mistérios da Deusa Escura e da Lua Negra, iniciação que exige, como preço, mudanças, transformações e novos rumos.
"Abraçar a sombra" significa aceitar-se assim como você realmente é - mescla de dor e alegria, medo e coragem, conquistas e perdas, sucessos e fracassos, acertos e erros, luz e sombra. Somente assim encontrará o seu verdadeiro e completo poder de mulher e a integração da sua totalidade.
São manifestações da Deusa Negra: Hécate, Kali, Baba Yaga, Lilith, Cailleach, Morrigan, Hel, Ran, Sekhmet, Ereshkigal, Coatlicue.
Outro aspecto que foge da costumeira manifestação da Deusa Tríplice, relacionada com a Lua Crescente, Cheia e Minguante, é a Rainha, conhecida como a Imperatriz e as rainhas dos naipes do Tarot.
Esta face da Deusa corresponde à fase da Lua Balsâmica, entre a Lua Minguante e a Negra. Ela rege a maturidade, entre os 40 e os 50 ou mais anos, da mulher que ultrapassou ou negou a fase da maternidade, que está no auge e plenitude da sua expressão, afirmação e realização, mas que ainda não atingiu a sabedoria da Anciã.
Nesta fase, chamada de pré-climatério, ocorrem mudanças no corpo físico, a mente torna-se inquieta, os pensamentos são voláteis e tumultuosos, a percepção é aguda, a sensibilidade exacerbada, as emoções em conflito. É um período de inquietação e aparentes contradições, de mudanças de gostos e atitudes, de busca de “algo” vago ou indefinido no campo espiritual, profissional ou afetivo. Surgem temores em relação ao futuro, o medo do desconhecido, a preocupação com o envelhecimento, ainda mais numa sociedade que enaltece o valor e o viço da juventude.
Dependerá da mulher passar por esta fase com dor ou com a alegria de quem já venceu batalhas, cumpriu deveres, plantou e colheu e está a aproximar-se dum tempo de paz e realização interior, com a segurança da experiência e as promessas de futura sabedoria. Abençoar esta fase, rever o passado e transmutar os resíduos com o auxílio da Deusa Negra, agradecer à Donzela e à Mãe pelo plantação e a colheita, são medidas recomendáveis que abrem as portas para a Grande Mudança, quando o seu sangue não mais for vertido, mas retido no seu ventre, e quando o tempo assinalar a sua coroação – agora já não como Rainha, mas como uma Sábia Mulher Coroada, herdeira das Matriarcas e das Mães de Clã do passado ancestral.
Mirella Faur
http://sitioremanso.multiply.com/journal/item/4
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