Algo de muito estranho aconteceu quando investigava sobre Deméter. Embora praticamente não veja televisão, nesse sábado, enquanto alimentava uma pessoa da minha família acamada, ouvi no telejornal da noite uma notícia estranhíssima: “Mulher mexicana procurou a filha desaparecida durante nove dias”!...
Nove?!... nem oito, nem dez, mas… nove!
A notícia, entretanto, continuava: a criança, deficiente, fora encontrada morta aos pés da cama, enfiada num saco entre o estrado e o colchão, e a mãe era suspeita… Embora testemunhos referissem o avistamento dum homem misterioso pelas redondezas…
Isto estava a passar-se no mundo real (isso existe?...), ou seja, o mito do rapto de Perséfone em plena actualização ali para mim… Então, conteúdos do meu próprio inconsciente em plena revelação…
Pânico. Aquela história ilustrava um mundo completamente às avessas no qual a mãe, em vez de sofrer desesperadamente, era agora a própria algoz…
Bom, imaginam como me senti...
Na verdade, a maternidade representa um corpo de dor imenso, para usar o conceito criado por Eckart Tolle, no livro "O Poder do Agora". Sem a nossa ligação a um plano superior, à Mãe Divina, facilmente ficamos prisioneiras do medo e da culpa… Sem a presença em nós do arquétipo de Deméter, se não o evocamos e cultivamos – ajuda criarmos-lhe um altar (imagem do post seguinte).
Clarissa Pikola Estés, no seu livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, fala-nos dos vários tipos de mães ... (continua)
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