tag:blogger.com,1999:blog-22370290877778237292024-03-19T04:34:50.090+00:00A Deusa no Coração da MulherO poder da Deusa, que se manifesta por meio das mulheres, é uma matriz emocional que convida a uma fusão ou simbiose inconsciente e transmite uma sensação de chegada a casa.Jean Shinoda Bolen
Unknownnoreply@blogger.comBlogger223125tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-14562656094991520432023-12-08T21:24:00.001+00:002023-12-08T21:43:46.929+00:00NOITE DE NATAL - A ANTIGA NOITE DAS MÃES<p> <span style="color: red;">Será por esta a razão profunda que o Dia da Mãe em Portugal se celebrou a 8 de Dezembro até tempos relativamente recentes?</span></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2N9K5z3v43B4eieH2GE7ZdxYVxRx3nrQEzsPYDuPkkI9nuP2RaSVs7jJfJzqHC6BJPjI3EzO3FEaeFI3Apy-kwxnyjwE_EGRXat4c4Q6zl7FUWruupQeEPR6aywp3H3Lgvm_G69g6IFKi/s400/131000671_1349487835399889_3457429445334275121_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="325" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2N9K5z3v43B4eieH2GE7ZdxYVxRx3nrQEzsPYDuPkkI9nuP2RaSVs7jJfJzqHC6BJPjI3EzO3FEaeFI3Apy-kwxnyjwE_EGRXat4c4Q6zl7FUWruupQeEPR6aywp3H3Lgvm_G69g6IFKi/w325-h400/131000671_1349487835399889_3457429445334275121_n.jpg" width="325" /></a></div>"Noite das mães: as antigas origens pagãs do Pai Natal?<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Essa tradição de uma
mulher viajar pelo mundo trazendo presentes também está incorporada na tradição
irlandesa. Isso poderia ser um remanescente das deusas antigas trazendo boa
fortuna?<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal">Um antigo festival de inverno que remonta pelo menos à Idade
do Ferro é a Noite das Mães ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Modraniht</i>.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Esta celebração ocorreu na actual véspera de Natal e foi
associada a uma homenagem às ancestrais e espíritos femininos, daí a associação
com as mães.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que pode ser surpreendente para algumas pessoas é que essa
celebração também ecoa no folclore irlandês da véspera de Natal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ao contrário de outras festas menos atestadas que ocorreram
nesta época, temos documentação escrita definitiva desta festa que remonta ao
século VIII, e relíquias dessas mesmas divindades na forma de Dísir e Matres do
primeiro século.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A tradição oral remonta muito mais longe, possivelmente às
primeiras deusas da fertilidade europeias.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Deusas triplas semelhantes da Idade do Bronze também são
encontradas na Anatólia, talvez indicando uma raiz proto-indo-europeia. As sete
deusas Matrika, por exemplo, remontam a pelo menos 3.000 aC.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFVay5XChjc7cCL2bzO0ZBh7n6u9oilh9dxqg3ZA7K2PR9fCZjOf7x4smrEf3v2V8wfLQFUGm4WBXzV0rLh-71-r6GhFB0-rxrEaAxL85pOI2yKCKkCaEVu2Sye_2LicabcNR0wfhJUYIW/s2016/131291251_1349490218732984_8343657955564974408_o+%25281%2529.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1279" data-original-width="2016" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFVay5XChjc7cCL2bzO0ZBh7n6u9oilh9dxqg3ZA7K2PR9fCZjOf7x4smrEf3v2V8wfLQFUGm4WBXzV0rLh-71-r6GhFB0-rxrEaAxL85pOI2yKCKkCaEVu2Sye_2LicabcNR0wfhJUYIW/w400-h254/131291251_1349490218732984_8343657955564974408_o+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>O Dísablót do Norte da Europa foi realizado durante as
noites de inverno, bem como o Equinócio Vernal.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Agora, esta é uma ocorrência interessante porque as fadas e
espíritos associados com as Plêiades (incluindo a mencionada Matrika) também
eram reconhecidos nessas ocasiões. Mas isso provavelmente é um post para depois,
excepto para dizer que não devemos esquecer-nos de que as estrelas eram tanto um
motivo para esta celebração sazonal quanto o renascimento do sol!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Neste contexto, as noites mais longas do ano teriam acontecido
numa época em que as estrelas estavam mais presentes na vida das pessoas e,
portanto, teriam sido vistas como mais influentes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Como já escrevi algumas vezes aqui, vamos cada vez encontrando
mais e mais monumentos alinhados com constelações e posições de estrelas
polares em dias auspiciosos, o que confirma o que dissemos antes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_78JlM9ckK-6YJ0px3OqZ_FddiO129-00zO6RoDsVhj9yf5bPCjuC8sPQrdmTXUUfw_LLFcOiHT0QewPKy6f-BUZ4PI3CIXpgo2vQ5WEmdBVdyH1MopAdrguuRRq0fB8GmQ1q5eXgmKwU/s1880/131027475_1349491395399533_7061666518843834713_o.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1250" data-original-width="1880" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_78JlM9ckK-6YJ0px3OqZ_FddiO129-00zO6RoDsVhj9yf5bPCjuC8sPQrdmTXUUfw_LLFcOiHT0QewPKy6f-BUZ4PI3CIXpgo2vQ5WEmdBVdyH1MopAdrguuRRq0fB8GmQ1q5eXgmKwU/w400-h266/131027475_1349491395399533_7061666518843834713_o.jpg" width="400" /></a></div><br />Espero que seja este o caso também aqui na Irlanda.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Mas voltando à Noite das Mães, era uma noite em que
oferendas e sacrifícios eram feitos às deusas, antepassadas e ancestrais
femininas. Oferecer uma porção de uma refeição, sem manteiga, mel ou bebida
eram meios populares de apaziguar e expressar respeito e agradecimento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Acender fogueiras, queimar incenso e fazer profecias para o
ano seguinte eram outras actividades associadas a esta noite. Isso não deveria
ser surpresa, considerando os vínculos entre as Dísir, as Norns e as Moirai,
todos grupos triplos de mulheres / deusas sobrenaturais controlando o destino.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><br />É interessante olhar para esta tradição à luz de uma deusa
anterior mencionada aqui, La Befana, que entrava pela casa voando, trazendo presentes
para as crianças que haviam sido boas e pedaços de carvão para aquelas que se
tinham portado mal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Befana é similar a Perchta e à rainha das fadas, Nicnevin,
que muitas vezes era considerada a líder da Caçada Selvagem no Yule. Esta era
uma procissão de elfos, espíritos de fadas, mortos e mortas e outras entidades
sobrenaturais.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Embora seja frequentemente considerado de mau agouro
encontrar o desfile desta caçada, é interessante notar os aspectos mais lúdicos
e provocadores dos encontros folclóricos irlandeses. (Para não ignorar as
mortes reais de outros que são arrastados por esta perseguição fantasmagórica!)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Essa tradição de uma mulher viajar pelo mundo trazendo
presentes também está incorporada na tradição irlandesa. Isso poderia ser um
remanescente das deusas antigas trazendo boa fortuna?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Aqui está um exemplo de uma história sobrevivente que foi
gravada em Carlow em 1937.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Diz-se que na noite de Natal uma velha vai de trenó de um
lado ao outro do mundo. O trenó é puxado por cães e caminha pelas nuvens. Numa certa
véspera de Natal, porém, o eixo do trenó quebrou-se e ela caiu ao chão, pousando
ao lado de uma carpintaria. O carpinteiro fez um eixo para o seu trenó.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ele mirou e remirou até que ela estar fora de vista, e
quando então olhou para o chão, por algum poder mágico, todas as sobras de
madeira se tinham transformado em ouro. ”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fonte original aqui:
<a href="https://www.duchas.ie/en/cbes/5044666/5030337/5142569">https://www.duchas.ie/en/cbes/5044666/5030337/5142569</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Com o folclore irlandês posterior da véspera de Natal, muito
parecido com Brigid no Imbolc, por exemplo, vemos Maria substituída pela antiga
figura da Deusa.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizPpPn4uqXMu-b-ukTPo2kMTcr1uwcthhi-n-QDi5ZF1T7NklLb21aVIJ5ocPmkHWc3TMmbyM_Sd2e8PNuaVfT4bDLXXec0BICVMzCWt_vll-YALlFEo6dn1Ex1gtHxC8JsPmp-QyNaEdW/s1667/POSTER+befana-3.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1667" data-original-width="1243" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizPpPn4uqXMu-b-ukTPo2kMTcr1uwcthhi-n-QDi5ZF1T7NklLb21aVIJ5ocPmkHWc3TMmbyM_Sd2e8PNuaVfT4bDLXXec0BICVMzCWt_vll-YALlFEo6dn1Ex1gtHxC8JsPmp-QyNaEdW/w299-h400/POSTER+befana-3.jpg" width="299" /></a></div><p></p>
<p class="MsoNormal">Como podemos ver, então, há também alguns paralelos
surpreendentes com La Befana, que era uma deusa que voava de casa em casa nos
contos antigos na Europa continental no meio do inverno. E, como já foi
mencionado, a própria La Befana está conectada com as deusas Perchta e Holda.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A velha, neste caso, também pode ser outra forma da
Cailleach, é claro. Há fortes ligações com a Cailleach como inicialmente
associado a figuras de deusas da Europa continental antes das associações com a
Irlanda e a Escócia<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Existem também antigas tradições relacionadas com a figura
da Mãe do Veado dos povos xamânicos asiáticos, bem como das tribos da
Escandinávia, Escócia e dos povos indígenas norte-americanos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Veja a postagem anterior para mais informações sobre isso.
Já mencionamos como as várias figuras da Deusa voaram pelo ar em um trenó,
carregaram o sol nos chifres de um cervo e entregaram presentes ao povo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, talvez a véspera de Natal deva ser lembrada por sua
associação muito mais antiga com ancestrais e espíritos femininos, bem como sua
associação com o início de um novo ciclo solar anual.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A Noite das Mães foi um momento de proximidade e reflexão
pessoal para famílias, filhas e filhos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Foi um momento de recordar as mães que faleceram e, à medida
que as noites escuras chegavam ao fim e a nova luz estava para nascer, era o
momento de contacto entre fins e novos começos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">(C.) David Halpin.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fotos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">1. A reconstrução da Shamaness of Bad Dürrenberg por James Dilley<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">2. Círculo de pedras de Boleycarrigeen<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">3. Uma foto em preto e branco de Haroldstown Dolmen<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p>4. La Befana, a Bruxa do Natal Italiana, em https://italiancenter.net/events/festa-della-befana.html</o:p></p>
<p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Versão original:</p><p class="MsoNormal"><a href="https://www.facebook.com/CircleStoriesDavidHalpin/posts/1349492972066042">https://www.facebook.com/CircleStoriesDavidHalpin/posts/1349492972066042</a><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-88172215170472878902023-10-13T15:54:00.005+01:002023-10-13T16:01:43.350+01:00SENHORA DAS FLORES - uma das faces da Deusa de Beltane<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLIR-LNipjeh4alxBtGnxbCrhupWJq3tz0WL-Xd9NC7kOqUtReZYTRK3IXWFMvks3ljKX4Voc36w1dKIdi4xwcHcpyjKLANjayFHXKyV93Mk5L-VmgI7-I-MtOvjb-iabd3New5eif2wOJN3l4bhxQxfRLoOb5BWLFUgfyDqncXt3mMAZknxMLHqw_hVvk/s1001/800px-O_Milagre_das_Rosas_(c._1735-40)_-_Andr%C3%A9_Gon%C3%A7alves_(Igreja_do_Menino_Deus,_Lisboa).png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1001" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLIR-LNipjeh4alxBtGnxbCrhupWJq3tz0WL-Xd9NC7kOqUtReZYTRK3IXWFMvks3ljKX4Voc36w1dKIdi4xwcHcpyjKLANjayFHXKyV93Mk5L-VmgI7-I-MtOvjb-iabd3New5eif2wOJN3l4bhxQxfRLoOb5BWLFUgfyDqncXt3mMAZknxMLHqw_hVvk/s320/800px-O_Milagre_das_Rosas_(c._1735-40)_-_Andr%C3%A9_Gon%C3%A7alves_(Igreja_do_Menino_Deus,_Lisboa).png" width="256" /></a></div>Sabias que uma das invocações da face da Deusa de Beltane é
Senhora das Flores?<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As flores são, como sabes, os órgãos sexuais das plantas,
puras manifestações da beleza e sabedoria divinas e têm um grande poder, magia
e capacidade de cura para nos oferecerem. Como nos diz a autora do livro A
Magia das Flores, Tess Whitehurst, elas situam-se na fronteira entre o visível
e o invisível, mais perto do reino etérico da energia pura e por isso permitem-nos
ver o coração da verdade. Se nos sintonizarmos com as suas vibrações únicas,
podemos melhorar muito a nossa saúde e vitalidade, poder e sucesso pessoal.
Temos a aromaterapia e os florais de Bach, por exemplo, para o atestarem. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Na verdade elas tanto podem servir como terapeutas como como
perfeitas e maravilhosas emissárias do poder da Deusa, por isso a Senhora das
Flores é tão importante e será honrada na nossa <a href="https://www.conferenciadadeusa.com/" target="_blank">Conferência da Deusa</a>, entre 10
e 12 de Maio de 2024. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD3LmElpiUjrSAQAmOUkLH7ZR-bat8YEGpunkCUhMn-bLmoiqKCIDr1bkOj7_SNAFo3KuzwqE4lyfLYEt8qMljWVGANz3PVs74LpRqh-1hrKHH6Y4OCR8JCjLy4PaxCsY_VJm4UC1ZlvjwnrVaDbkiv8tOqr68IrHDhtBVPA-vKqS3Jh6Zy5YwVaBlz951/s720/224964_1927466116900_7683553_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="540" data-original-width="720" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD3LmElpiUjrSAQAmOUkLH7ZR-bat8YEGpunkCUhMn-bLmoiqKCIDr1bkOj7_SNAFo3KuzwqE4lyfLYEt8qMljWVGANz3PVs74LpRqh-1hrKHH6Y4OCR8JCjLy4PaxCsY_VJm4UC1ZlvjwnrVaDbkiv8tOqr68IrHDhtBVPA-vKqS3Jh6Zy5YwVaBlz951/s320/224964_1927466116900_7683553_n.jpg" width="320" /></a></div>Sem dúvida que quanto mais reconhecemos este poder inefável das
flores mais paz e harmonia e alma trazemos ao mundo. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Na nossa cultura existe uma rainha que realizou o célebre
Milagre das Rosas. Foi Isabel de Aragão, mais conhecida como a Rainha Santa
Isabel (1270-1336), mas parece que outras santas e rainhas realizaram o mesmo,
inclusive uma sua tia na Hungria.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Seja como for, desta história existe uma parte que não
parece ser vista nem interessar: a proibição do Rei, em relação à Rainha, de esta
exercer a caridade. Esta foi a real causa do milagre: esconder do Rei, no caso
Dinis, as suas acções em prol das pessoas pobres e esfomeadas, já que o que ela
transformou em rosas foi o próprio pão que lhes mataria a fome naquele dia…
Esta é a parte do milagre que não se conta, mas que deveria causar-nos indignação, é que, mesmo sendo Isabel de Aragão
rainha, e por isso mesmo possuidora de riqueza própria, ela não podia fazer o
que queria com o seu dinheiro…<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDp2r2d1ArZnxQCxPpIh9r5iGSurT5D_4ixstuF54DNNXuLPCvA1dc2IHjDwzJKvhfhqPvC5OFx03HQpxtmZSYQFN0eryT9u8S0PqWX0dmeLwlkbGKAlER_hhinrD4mnqEUjnOvj7NbMXgk4lPpOsFZIVr0LhrvaxHnIHNTUu2t1-6xvNFQ9zKzFW_VVL7/s700/9dbe9193d8066f6f39b3d22e988a70b4.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="478" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDp2r2d1ArZnxQCxPpIh9r5iGSurT5D_4ixstuF54DNNXuLPCvA1dc2IHjDwzJKvhfhqPvC5OFx03HQpxtmZSYQFN0eryT9u8S0PqWX0dmeLwlkbGKAlER_hhinrD4mnqEUjnOvj7NbMXgk4lPpOsFZIVr0LhrvaxHnIHNTUu2t1-6xvNFQ9zKzFW_VVL7/s320/9dbe9193d8066f6f39b3d22e988a70b4.jpg" width="219" /></a></div>As flores têm destas coisas, um lado sombra… Muitas vezes também
são conectadas com futilidade, superficialidade, vaidade, ou desempoderamento… Invocando
aspectos sombra do feminino que podem levar-nos até à própria história da Deusa
celta Blodeuwedd, a Deusa feita de flores… um pouco como Eva foi feita para Adão…
Só que Blodeuwedd se libertou ao apaixonar-se pelo eleito do seu coração… Foi
entretanto amaldiçoada até as mulheres da Deusa se terem identificado com o seu
destino e reconhecido o seu antigo poder quando se transformou numa coruja, ou
mocho, qualquer uma delas muito sagrada da Deusa…<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em Portugal, existem templos cristãos à Senhora das Flores
em, pelo menos, Travanca e em Oliveira de Azeméis.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> Imagens: Milagre das Rosas, pintor André Gonçalves, 1735</o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><a href="https://www.driade.net/post/deusa-blodeuwedd" target="_blank">Deusa Blodeuwedd</a></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-17793496786921130512023-10-10T12:01:00.003+01:002023-10-10T12:03:40.717+01:00Max Dashu - O Conselho Pontifício para a Cultura tem uma agenda para as mulheres: a mesma gaiola de sempre<p> Publicado em 2 de fevereiro de 2015 por Veleda (Max Dashu)</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>O Conselho Pontifício para a Cultura reúne-se em Roma, de 4
a 7 de fevereiro de 2015, para refletir sobre "Culturas femininas:
Igualdade e diferença". O documento preliminar que publicaram dá uma dica,
caso tenha ficado com dúvidas de que as suas ideias sobre as mulheres mudaram
um pouco. O documento intitula-se "Culturas Femininas: Igualdade e
Diferença", e tenta - mais uma vez - convencer as mulheres do que a
hierarquia masculina insiste ser o seu lugar de direito:</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">"No início da história da humanidade, as sociedades
dividiam rigorosamente os papéis e as funções entre homens e mulheres. Aos
homens cabia a responsabilidade, a autoridade e a presença na esfera pública: a
lei, a política, a guerra, o poder. Às mulheres cabia a reprodução, a educação
e o cuidado da família na esfera doméstica."<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Esperem aí. O que é que aconteceu à responsabilidade e
autoridade femininas - mulheres chefes, curandeiras e chefes de clã? Durante
muito tempo, foi possível afirmar que as líderes femininas públicas nunca existiram,
mas há demasiada documentação acumulada para que isso continue a ser verdade.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3mrCONcObf8p-LyNRrD0ixSr0fPYOv0ntuqpYWl0EGqa45bx62qgh1noWQYpLRvHV9lVosOK96EdaRbI4c5Gl0v7t7i5iXz1YBeO9Dpji_gUW3rpXHJjkzPi8sMNXZr0QI7TqlBL7jNH7Kb3UPMvNgkthMPGge_I9czBE3vfc46_oriP6DXhyrYcPHwmm/s288/manchu.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="240" data-original-width="288" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3mrCONcObf8p-LyNRrD0ixSr0fPYOv0ntuqpYWl0EGqa45bx62qgh1noWQYpLRvHV9lVosOK96EdaRbI4c5Gl0v7t7i5iXz1YBeO9Dpji_gUW3rpXHJjkzPi8sMNXZr0QI7TqlBL7jNH7Kb3UPMvNgkthMPGge_I9czBE3vfc46_oriP6DXhyrYcPHwmm/s1600/manchu.jpg" width="288" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p class="MsoNormal">Mulher xamã Manchu: uma importante líder espiritual e social
na sua cultura do nordeste asiático<o:p></o:p></p></td></tr></tbody></table><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;">"Na Europa antiga, nas comunidades de África, nas
civilizações mais antigas da Ásia, as mulheres exerciam os seus talentos no
ambiente familiar e nas relações pessoais, evitando a esfera pública ou sendo
positivamente excluídas. As rainhas e imperatrizes recordadas nos livros de
história eram notáveis excepções à norma."</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="text-align: left;"><br /></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL0PtgM-RdaC9K3qyD1esFF97J89KD6u_V4dgDIqYSaO_72yJfFeB9dXtvc01j2sh1y_ROwps6rGmJRsm5p_PdOuL7f-fvvSi4S68gvQpl66j4NHN6GNOB5_EktjaVlcr-tTTnt5clfb_vjTs9B71dwu4Qjeu41QgeSiQ9Nuip9DtppGt3RqZ6iFefw_IE/s360/netafim5000.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="287" data-original-width="360" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL0PtgM-RdaC9K3qyD1esFF97J89KD6u_V4dgDIqYSaO_72yJfFeB9dXtvc01j2sh1y_ROwps6rGmJRsm5p_PdOuL7f-fvvSi4S68gvQpl66j4NHN6GNOB5_EktjaVlcr-tTTnt5clfb_vjTs9B71dwu4Qjeu41QgeSiQ9Nuip9DtppGt3RqZ6iFefw_IE/s320/netafim5000.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Figura
feminina invocatória de Netafim, cerca de 5000 a.C.</span></td></tr></tbody></table><br /><span style="text-align: left;"><br /></span></div><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Estes prelados estão a avançar uma reivindicação de
dominação universal masculina - uma doutrina à qual a hierarquia da Igreja está
profundamente ligada. Não sentem qualquer necessidade de fundamentar esta
afirmação com provas. O seu decreto foi suficiente durante tanto tempo que não
conseguem reconhecer que o mundo mudou. Tomando como norma as sociedades
baseadas no Estado, passam ao lado de longas épocas da história humana,
incluindo as sociedades neolíticas, com as suas muitas representações de
liderança feminina, e um vasto leque de sociedades indígenas que não se
enquadram na política sexual apertada que aqui se apregoa.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsTCNSHyv04_tGyxTvFMtSaZ3KYWniNcBMmtcLrUz9vz1PHYevQWPAbdL-j4jHi4k9-1ufPFnHWvM-eU7Ih5dWkcGx_EcM5FWbfdxMUYhEOpH4-Ma8fkdI-HGvuUKmbdbyrlmK4tHLtIjRlVLU3x2y7nE_fx7Fb7iUXJMA9WB9Largijpir_ghBPe0zT_I/s1064/Amratia.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="571" data-original-width="1064" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsTCNSHyv04_tGyxTvFMtSaZ3KYWniNcBMmtcLrUz9vz1PHYevQWPAbdL-j4jHi4k9-1ufPFnHWvM-eU7Ih5dWkcGx_EcM5FWbfdxMUYhEOpH4-Ma8fkdI-HGvuUKmbdbyrlmK4tHLtIjRlVLU3x2y7nE_fx7Fb7iUXJMA9WB9Largijpir_ghBPe0zT_I/s320/Amratia.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><p class="MsoNormal">A liderança cerimonial das mulheres é um tema central da
arte egípcia pré-dinástica<o:p></o:p></p></td></tr></tbody></table><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal">As mulheres das sociedades antigas não "evitavam a
esfera pública": nem as guerreiras africanas, nem as sacerdotisas
cretenses e ibéricas, nem mesmo as sacerdotisas sumérias, babilónicas e
fenícias. Estamos a falar de história registada, que não deixa margem para
ambiguidades. Mesmo em períodos muito posteriores, conhecemos as cantoras
épicas turcas, as juízas e escribas do Camboja, as poderosas associações de
mulheres do mercado da África Ocidental. Mas porquê falar apenas destes
continentes, deixando de fora as Américas, a Austrália e as ilhas do Pacífico?
Também eles contam como sociedades antigas e têm as suas próprias histórias de
mulheres proeminentes, de legisladoras, diplomatas e chefes, de líderes cerimoniais
e guerreiras.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhM6r-TCPscJOtCyaCZ9zfVjmOqQqtF8ZHhdftf22xXREhQOkR8SzHT79yIrQUi0BBQXytNjzNA3w3oV1T4rBwZmF0j-xyF6ccOUfoLnL3FX7HLP92aVyjHatv6WHuWTQdLp4TrWdx-VN8aXnSxkXlygmzKd0g5rYXwNw9qx1W9u7yahCvtbIScU04eyDa/s350/DamadeCaoSm.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="246" data-original-width="350" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhM6r-TCPscJOtCyaCZ9zfVjmOqQqtF8ZHhdftf22xXREhQOkR8SzHT79yIrQUi0BBQXytNjzNA3w3oV1T4rBwZmF0j-xyF6ccOUfoLnL3FX7HLP92aVyjHatv6WHuWTQdLp4TrWdx-VN8aXnSxkXlygmzKd0g5rYXwNw9qx1W9u7yahCvtbIScU04eyDa/s320/DamadeCaoSm.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A
Senhora de Cao, sacerdotisa-chefe no Peru do século IV (encenação moderna
baseada em achados arqueológicos)</span></td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal">Os iroqueses e os cherokees recordam que as "
fabricantes de mocassins" (mocassins-makers) tinham o direito de atuar
como "travão de guerra", recusando-se a abastecer homens que
quisessem ir para a guerra sem o consentimento do conselho das mulheres. Em
Yunnan, o povo Lisu conta que os homens tinham de parar de lutar se uma mulher
de qualquer dos lados abanasse a saia para pedir um armistício. Do mesmo modo,
na ilha Vanatinai, no Pacífico, uma mulher podia dar o sinal de guerra ou de
paz tirando a saia exterior. Isto é autoridade feminina. Não se trata de uma
fantasia. É a realidade histórica.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ6PKRdDG9nxjS1RenCL7eTpamB58CE7L7TWmMowMeQIzM51ForsJJQQRKOb7cO6_JyIHA5StkvPHpn-qzLKzXMVU1uUBVmyklsWr7ZafFpDBnW1BE-qTMp_NE2TRnVKr3KrDsxeIT5fLXVGRbdC0eC8JuHMaMpGcQPdhgK9PC48gg-9fTZykdBSLqWAcU/s504/Huastec2.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="504" data-original-width="231" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZ6PKRdDG9nxjS1RenCL7eTpamB58CE7L7TWmMowMeQIzM51ForsJJQQRKOb7cO6_JyIHA5StkvPHpn-qzLKzXMVU1uUBVmyklsWr7ZafFpDBnW1BE-qTMp_NE2TRnVKr3KrDsxeIT5fLXVGRbdC0eC8JuHMaMpGcQPdhgK9PC48gg-9fTZykdBSLqWAcU/s320/Huastec2.jpg" width="147" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Os
Huastecas esculpiram um grande número de monumentos femininos em pedra, no
leste do México</span></td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal">A declaração do Conselho Pontifício passa ao lado da grande
maioria das sociedades indígenas, incluindo aquelas em que a responsabilidade
feminina, a autoridade e a presença pública eram e continuam a ser parte
integrante. Entre as Seis Nações dos Iroqueses, os Gantowisas têm autoridade
estrutural para selecionar os chefes e para lhes "tirar os chifres"
se falharem nas suas responsabilidades. Estes chefes actuam como delegados do
povo e não como senhores sobre ele, um facto que continuou a surpreender os
observadores europeus, que faziam suposições muito diferentes sobre a
liderança, bem como sobre o poder feminino.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas há mais: o conselho feminino de Gantowisas
("matronas" nos relatos europeus) discutia questões e, como escreve a
historiadora Séneca Barbara Mann, o conselho masculino não podia debater
qualquer questão até que o conselho feminino lha transmitisse. Havia um
equilíbrio estrutural entre a soberania masculina e a feminina. Mann também
chama às mulheres anciãs o "conselho federal de reserva" das Seis
Nações, referindo-se ao seu controlo dos recursos económicos.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCOnkGR9sDsCSCcxXzvz4VDMJleGkxiq8ZsBUe37vxKujmHFOUVXp3XXkMJdoiAYRl609tF6uwg1a6g5y_prf3i1vpPenI1eJjf1ez68JwZGPRtKayYL5ejTdCRQZG93FQIBqEaShXlHJsIUMBXB1b6BPTFsWY4yCCtvvUuTjtbl3R_1dJDm8N1ZRbq5C5/s606/HopiLakon.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="368" data-original-width="606" height="194" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCOnkGR9sDsCSCcxXzvz4VDMJleGkxiq8ZsBUe37vxKujmHFOUVXp3XXkMJdoiAYRl609tF6uwg1a6g5y_prf3i1vpPenI1eJjf1ez68JwZGPRtKayYL5ejTdCRQZG93FQIBqEaShXlHJsIUMBXB1b6BPTFsWY4yCCtvvUuTjtbl3R_1dJDm8N1ZRbq5C5/s320/HopiLakon.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">As
mulheres Hopi realizam a cerimónia Lakon; os homens não têm autoridade sobre
elas nesta cultura matrilinear / matrilocal</span></td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal">E onde estão, na visão cega dos padres, as mulheres
fundadoras, como Ti-n-Hinan, a mãe ancestral do povo Imushagh / Tuareg do
Hoggar, cujo túmulo do século IV é o monumento mais proeminente da região? E as
mulheres chefes dos edomitas, cujos nomes figuram no Génesis, ou ainda a profetisa
Miriam, Débora e Hulda? Onde estão as profetisas montanistas que foram
denunciadas como heréticas na Ásia Menor do século III? As mulheres que
lideraram rebeliões contra a conquista e a colonização, movimentos de
trabalhadores, cujas acções deram origem às revoluções francesa e russa?</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit6lZIa4dfSHIwrBHTr0iwIfxRBhtwiEDPyh6Qxm6F3kyj-MndvaDyZ804Ne7aJD32yCgyuoYW7_NwxrTkefn-_bCJaWobvxSj-tPgNZL52aK82mqkqGgYMwo5RPgT8E-FVUdZAXYg0ViZOFZxnDptnaQbjF9zwHLmO8Br2ULSazE-5jaMr6oOW1LkYFpz/s380/TinHinan.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="328" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit6lZIa4dfSHIwrBHTr0iwIfxRBhtwiEDPyh6Qxm6F3kyj-MndvaDyZ804Ne7aJD32yCgyuoYW7_NwxrTkefn-_bCJaWobvxSj-tPgNZL52aK82mqkqGgYMwo5RPgT8E-FVUdZAXYg0ViZOFZxnDptnaQbjF9zwHLmO8Br2ULSazE-5jaMr6oOW1LkYFpz/s320/TinHinan.jpg" width="276" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Ti-n-Hinan,
fundador ancestral do povo Imushagh/Tuareg</span></td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal">A negação da liderança espiritual feminina é especialmente
preocupante para uma instituição que luta com todas as suas forças para conter
a maré de ordenações femininas. Admitir as provas maciças do sacerdócio
feminino - o wu na China antiga, o mikogami no Japão, o mudang na Coreia, para
citar algumas das sociedades da Ásia Oriental onde predominavam (e ainda
predominam na Coreia) xamãs do sexo feminino - seria arrancar os últimos
esteios que sustentavam o edifício em ruínas de uma estrutura de poder
exclusivamente masculina. Esta hierarquia foi gravemente abalada pelos
escândalos relacionados com a pandemia de violações de crianças e com o
encobrimento dos bispos, bem como com a corrupção financeira na Cúria. Muitas
pessoas declaram prontamente que as mulheres fariam um trabalho muito melhor na
direção da Igreja.</p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmvb1E9bUDcMuFI9Pw0fIRO1CEs8_5ITj5kUhnotDh_hl4feML21L3FHE4FmoiaorxJW8aBKHlBygBmKYJVPaPAthQGywbGhICrA1a1trDddSkzD1cYwVVYJ_L69kPPkrnjvRSV2cB0wuI1fIm1JgCJvR72Rjs0ubs5VOKc-G93c5RD9Adx8ZARMupRJIS/s2100/Wu.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1386" data-original-width="2100" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjmvb1E9bUDcMuFI9Pw0fIRO1CEs8_5ITj5kUhnotDh_hl4feML21L3FHE4FmoiaorxJW8aBKHlBygBmKYJVPaPAthQGywbGhICrA1a1trDddSkzD1cYwVVYJ_L69kPPkrnjvRSV2cB0wuI1fIm1JgCJvR72Rjs0ubs5VOKc-G93c5RD9Adx8ZARMupRJIS/s320/Wu.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">As Wu
(mulheres xamãs) actuavam como curandeiras, profetas e fazedoras de chuva na
China antiga. Bronze hu cerca do século IV a.C.</span></td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal">Depois de pretenderem que a liderança masculina é um dado
histórico universal, uma qualidade inata e essencial, os Conselheiros
Pontifícios passam ao tema dos movimentos de mulheres que desafiaram e
subverteram velhos constrangimentos habituais:</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>A partir da segunda metade do século XIX, sobretudo no Ocidente,
a divisão dos "espaços" masculinos e femininos foi posta em causa. As
mulheres exigiram direitos, como o direito de voto, o acesso ao ensino superior
e às profissões liberais. E assim se abriu o caminho para a paridade dos
sexos".</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Isso soa muito bem, certo? Que as mulheres conquistaram os
seus direitos e as coisas abriram-se. Oh... espera. Uh-oh: "Este passo não
foi, e não é, isento de problemas."<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quais eram esses problemas? Dizem-nos que as mulheres
estavam a assumir papéis "que pareciam ser exclusivamente destinados ao
mundo masculino" [destinados, por quem?] e que as suas reflexões sobre a
sua situação estavam "por vezes a envolver-se em movimentos políticos e
fortemente ideológicos". Estas constatações, devemos compreender, são
muito mais problemáticas do que as doutrinas "fortemente ideológicas"
de subordinação feminina que a igreja institucional impôs através de meios
"políticos", desde as cruzadas aos julgamentos inquisitoriais e à
caça às bruxas, até às leis e políticas modernas que a igreja defende e que
continuam a fazer das mulheres cidadãs de segunda classe, cujas vidas e corpos
são dispensáveis.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O Conselho Pontifício não considera que as estruturas
patriarcais sejam problemáticas; continua a defender que estão de acordo com as
qualidades essenciais dadas por Deus. É a reação feminina contra elas que ele
não aprecia e deplora. Mulheres! Fiquem no vosso lugar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">"Que anúncio querigmático ["pregação", em
linguagem simples] deve haver para as mulheres, que não se feche numa visão
moralista? De que indicações precisamos para uma nova praxis pastoral, para um
caminho vocacional para o matrimónio e a família, para a consagração religiosa,
tendo em conta a nova consciência de si que as mulheres têm?"<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que há de "novo" em empurrar as mulheres
"para o matrimónio e a família"? Uma coisa é certa: por
"consagração religiosa" não se entende a ordenação sacerdotal
feminina. O mais provável é que estejam a sonhar com novos adereços religiosos
para o papel de esposa e mãe, como forma de dar resposta ao anseio das mulheres
por uma maior inclusão na Igreja.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O pior que poderia acontecer, na mente dos escritores, é a
mulher rejeitar o papel feminino tal como eles o definem: "Trata-se de
proteger a dignidade da mulher, de respeitar o que é genuinamente feminino (e
esta é a verdadeira igualdade) e de evitar que a mulher, ao tentar inserir-se
responsavelmente numa sociedade marcadamente masculina, perca a sua
feminilidade [sic]."<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Isto é nada mais nada menos do que a reafirmação do velho
princípio patriarcal: o lugar da mulher é na esfera privada, sob a autoridade
do homem. Não só isso, mas "sociedade" significa "homens".
Se as mulheres estão incluídas na forma como se pensa a "sociedade",
não há necessidade de nos "inserirmos" nela. Nós já fazemos parte
dela. Mas a declaração não mostra qualquer consciência deste simples facto.
Estes prelados de alto nível não acreditam que as mulheres pertençam de todo à
esfera pública - e muito menos ao sacerdócio.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">De facto, eles não querem que as mulheres participem nesta
iniciativa sobre a "Cultura das Mulheres". Como me informa Soline
Humbert, "o Conselho Pontifício para a Cultura tem 32 membros permanentes,
todos homens, nomeados por 5 anos. Quase todos são cardeais, bispos e padres, e
um par de leigos ("homens de cultura"... Não há "mulheres de
cultura"...) Há também consultores que são nomeados pelo papa... Há 27
consultores homens, e 7 mulheres, ( se bem me lembro), nomeados no verão passado
pelo Papa Francisco."<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Por outras palavras: são zero mulheres entre os 32 membros
permanentes do Conselho Pontifício, enquanto no círculo exterior de Consultores
o rácio de homens para mulheres é de 4:1, num total de 59 homens e 7 mulheres.
É esta a pessoa que vai emitir uma declaração definitiva sobre a "Cultura
da Mulher" - e esperam que isso passe por uma mudança, na sua iniciativa
de envolver as mulheres católicas.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Este é um padrão familiar da alta hierarquia sacerdotal:
excluir totalmente as mulheres do núcleo do poder e admitir algumas mulheres
cuidadosamente seleccionadas para um círculo exterior, onde são muito mais
numerosas (e superiores) do que os homens. Soline acrescenta que "houve
uma menção a um grupo de mulheres que trabalhou no documento de discussão agora
publicado, mas não vi os nomes dos membros desse grupo (mulheres anónimas?) nem
como foram seleccionadas. Além disso, apesar de terem mencionado que haveria um
'Dia Aberto', parece que, mais uma vez, é apenas por convite para alguns
seleccionados...."<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWeBMPn3npf_yvCw1MH59VC1RwXfIG7HBSApCxzwANoW_UaI0I9_naeLnCkMIOO19RzDhCicoQtPOzokThwN99W7GhSLODq89uaYZowI7IJ6pMyYqJuRkVQU5BhowOjPNjEbf9emJli40K2WpKxoW2YcEcfow6hySVUBogHzbH98zw6PmpNOIGAA1WLIsC/s299/BoundVenusManRay.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="299" data-original-width="203" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWeBMPn3npf_yvCw1MH59VC1RwXfIG7HBSApCxzwANoW_UaI0I9_naeLnCkMIOO19RzDhCicoQtPOzokThwN99W7GhSLODq89uaYZowI7IJ6pMyYqJuRkVQU5BhowOjPNjEbf9emJli40K2WpKxoW2YcEcfow6hySVUBogHzbH98zw6PmpNOIGAA1WLIsC/s1600/BoundVenusManRay.jpg" width="203" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Vénus
em cativeiro: a visão da hierarquia <br />sobre a cultura feminina</span></td></tr></tbody></table>A imagem selecionada para esta iniciativa é altamente
simbólica: uma mulher nua, sem cabeça, sem braços, sem pernas e em estado de
escravidão. É a fotografia de Man Ray de 1936 "Vénus Restaurada". É
esta a sua ideia de Cultura Feminina?!? Já indignou inúmeras mulheres. Soline
Humbert resume o contexto desta peça no blogue We Are Church Ireland:<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">"Man Ray tinha um forte interesse por Sade e pelo
sadismo e há um traço sádico recorrente na sua obra de arte, bem como nas suas
relações com as mulheres, caracterizadas pela dominação e pela agressão. Man
Ray fotografou mulheres usando instrumentos de bondage e encenando cenas de
tortura. Também ajudou outros, como William B Seabrook, a concretizar na vida
real as suas fantasias de bondage com mulheres.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">"O que é que está por detrás desta escolha da imagem da
escravidão feminina pelo (todo masculino) Conselho Pontifício para a Cultura?
Será a escolha do grupo de mulheres (quem são elas?) que está por detrás deste
documento? Que mensagem se pretende transmitir?"<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Podemos perguntar-nos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O mesmo se aplica às recentes repreensões do Papa Francisco
às mulheres das Filipinas pelas suas elevadas taxas de natalidade, depois de
décadas em que os eclesiásticos defenderam firmemente o método do ritmo! Como
se a abstinência fosse uma opção real para a maioria das mulheres casadas deste
mundo. Ele não faz a mínima ideia da realidade que estas mulheres vivem.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>No que respeita às mulheres, nada mudou.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nem a atitude fria para com os povos indígenas, cuja
escravatura, fome, flagelações e outros abusos no sistema missionário estão a
ser postos em causa pela planeada canonização de Junípero Serra. (Ver 8:50
>> no vídeo com link, onde os descendentes falam sobre raptos, sobre os seus
antepassados que passavam fome com 700 calorias por dia, enquanto eram forçados
a trabalhar, e obrigados a ajoelhar-se em azulejos durante toda a missa,
mantidos em fila por guardas com chicotes e baionetas). Nestas duas importantes
questões de justiça social, as mulheres e os povos indígenas, o pontífice surdo
nem sequer finge querer mudar.<o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWQ_T_bYsPh8T26xbd1z9G0sJdrPBaoYTvk9K8QFns7ED6R6k9OdoAGCmgTXT5zJGhwO_y4jACPL7lhylpknzV6vd6-nZx69aVyabw4yx-ol8npivucJ8zIX0zgzdUQWt9eZA3FMUj_ppSenhu15sF2tXIyAaloSLNNZF2Ws3vL-hYKICbViuILEVnKxuU/s636/image005.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="435" data-original-width="636" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWQ_T_bYsPh8T26xbd1z9G0sJdrPBaoYTvk9K8QFns7ED6R6k9OdoAGCmgTXT5zJGhwO_y4jACPL7lhylpknzV6vd6-nZx69aVyabw4yx-ol8npivucJ8zIX0zgzdUQWt9eZA3FMUj_ppSenhu15sF2tXIyAaloSLNNZF2Ws3vL-hYKICbViuILEVnKxuU/s320/image005.jpg" width="320" /></a></div><br /><p class="MsoNormal">A reação contra as mulheres chegou mesmo à liberal São
Francisco. Foram precisos 16 séculos para que a proibição de mulheres no altar
fosse revogada, durante algumas décadas, em alguns locais, e agora alguns
padres estão a tentar voltar atrás. "O reverendo Joseph Illo, pároco da
Igreja da Estrela do Mar desde agosto, disse acreditar que existe uma "ligação
intrínseca" entre o sacerdócio e o serviço no altar - e como as mulheres
não podem ser padres, faz sentido ter apenas acólitos. "Talvez o mais
importante seja o facto de preparar os rapazes para considerarem o
sacerdócio".</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">"A paróquia do distrito de Richmond é agora a única na
Arquidiocese de São Francisco que excluirá as raparigas do serviço do altar.
Tal decisão é "uma decisão do pároco", disse o porta-voz da
arquidiocese Chris Lyford. "Um programa de acólitos seria uma experiência
de ligação entre homens, que os ajudaria a socializar e a desenvolver o seu
potencial de liderança, disse Illo. As raparigas continuariam a poder fazer as
leituras durante a missa." Não é especial? As raparigas vão poder ler em
voz alta.<o:p></o:p></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-qnq71ZTLnB8G8BrMXxK_zDnjJKk0hwiBmaKx_QET7jw5_PXxRtUtzLsN8xOo_Jft2mV_AJa0ias1R5NY_Fp9OIfAo-1s8zR5vqXtTVZeLZhAa-MAiM_BP5wZK2TQYUdQI-d-l0iDgYQjMeXeuEFH46WOgH5nTM9AU374zbZFfPfn_ZXVOubto1nRfdRz/s528/mexicansmudgepope.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="528" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-qnq71ZTLnB8G8BrMXxK_zDnjJKk0hwiBmaKx_QET7jw5_PXxRtUtzLsN8xOo_Jft2mV_AJa0ias1R5NY_Fp9OIfAo-1s8zR5vqXtTVZeLZhAa-MAiM_BP5wZK2TQYUdQI-d-l0iDgYQjMeXeuEFH46WOgH5nTM9AU374zbZFfPfn_ZXVOubto1nRfdRz/s320/mexicansmudgepope.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">A
curandeira mexicana que defuma o Papa: dádivas e bênçãos de fontes ainda não
reconhecidas</span></td></tr></tbody></table><br /><p class="MsoNormal">Isto não vai resultar, porque demasiadas/os católicas/os
despertaram para o facto de que elas/es são a Igreja. As mulheres,
especialmente, sabem que as coisas têm de mudar, porque são elas que estão lá
fora a fazer o verdadeiro trabalho, a manter as coisas unidas e a apanhar os
cacos, à medida que o número de homens ordenados diminui e a hierarquia se
esforça por encontrar homens para ficarem no comando. Tudo isto tem de mudar. A
opção pelos pobres não tem grande significado sem o reconhecimento de que as
mulheres são as mais pobres dos pobres, as que carregam um fardo tremendo,
sobre cujos ombros assenta todo o edifício. Não se pode ter uma agenda
progressista sem reconhecer que as suas responsabilidades lhes conferem uma
autoridade espiritual própria. Já é mais do que tempo dos prelados reconhecerem
o saber das mulheres, a autoridade das mulheres, os direitos das mulheres.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Max Dashu<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><a href="https://www.sourcememory.net/veleda/?p=831 " target="_blank">Fonte do texto original e imagens</a></p>
<p class="MsoNormal"><br /></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-21571919162785304892023-10-09T21:24:00.003+01:002023-10-09T21:29:58.429+01:00Legado de Carol P. Christ: Podemos celebrar a escuridão? Podemos dormir?<p> <i>Deuses do Céu e do Sol suplantando as Deusas da Terra... valorização da Luz e desvalorização da Escuridão... Céu suplantando a terra, ascensão dos Deuses do Céu e diminuição das Deusas da Terra...</i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2wR_5nAB5Oq8zVoqBqAy_eQhVLdcbktYe_OXVg1N1owu8HrllLyyvCFPHPYX2KtN5JwWbcpZIShbXxrBI1ALE8f7zLGz_K4X6vhxDvDyRkKoeYlIKlCJi1Vm35y9gLfr5dD5MecjRmuVoM2E2QsOBS9ENzd1MWCDtmZq2gVvIM2jXq5zN3I63Glvn5qkS/s1000/Via-Lactea.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="642" data-original-width="1000" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2wR_5nAB5Oq8zVoqBqAy_eQhVLdcbktYe_OXVg1N1owu8HrllLyyvCFPHPYX2KtN5JwWbcpZIShbXxrBI1ALE8f7zLGz_K4X6vhxDvDyRkKoeYlIKlCJi1Vm35y9gLfr5dD5MecjRmuVoM2E2QsOBS9ENzd1MWCDtmZq2gVvIM2jXq5zN3I63Glvn5qkS/s320/Via-Lactea.jpg" width="320" /></a></div>"Segundo Marija Gimbutas, a religião da Velha Europa
celebrava a Deusa como o poder do nascimento, da morte e da regeneração de toda
a vida. Os povos agrícolas compreendem que as sementes devem ser mantidas num
local frio e escuro durante o inverno para que possam germinar quando forem
plantadas na primavera. As pessoas que trabalham arduamente durante os longos
dias que começam na primavera, atingem o seu auge em meados do verão e
continuam até ao outono, estão gratas pelos tempos sombrios do ano em que podem
descansar os seus ossos cansados nas longas noites de inverno. As longas noites
de inverno são uma altura para sonhar, uma altura em que as pessoas se reúnem à
volta do fogo da lareira para partilhar canções e histórias que expressam a sua
compreensão do significado dos ciclos da vida.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os indo-europeus não eram um povo agrícola. Pastores,
nómadas e cavaleiros, celebravam os brilhantes Deuses do Céu, cujo poder se reflectia
nas suas reluzentes armaduras e armas de bronze. Quando os povos de língua
indo-europeia entraram na Europa, casaram os seus Deuses do Sol e do Céu com as
Deusas Mãe da Terra dos povos que conquistaram. Tratava-se de casamentos
desiguais em que o Sol era visto como superior à Terra. O casamento infeliz de
Hera e Zeus reflecte este padrão, tal como as muitas violações de Deusas e
ninfas registadas na mitologia grega e romana.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As Deusas mais velhas que recusavam a violação e o casamento
eram relegadas para as fendas escuras da terra, que eram vistas como a entrada
para o submundo. Estas deusas "ctónicas" emergiam das profundezas da
terra em fúria, causando morte e destruição. Para os antigos europeus, as
serpentes que emergiam das fendas das rochas na primavera eram prenúncios de
renovação e regeneração. Tal como as sementes, dormiam num local frio e escuro
durante o inverno, mas emergiam na primavera para despir a pele e pôr os ovos.
O submundo era entendido como um lugar de transformação - e não como se
tornaria mais tarde, um lugar de morte e destruição. A serpente era um símbolo
de regeneração, não um símbolo do mal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit0-Sv4NNYNVtZl8xYRuCiHoCwbmeypgUvI3RzXvo-Jhp55IGdcgfeDFlf9iqzUTx7X-u1UryHn1aK5EXlyKcU_t8NVaSM1rIu_2g2vKGaoJQhdywdnqNlhjVWQ_JY8TJHT5JjkkfsOwssglq3rAuJzulpmVUT4ZRWgPDiWmOf76pPEbBkUzuFUxuQo6X4/s696/do_outro_mundo_the-sleeping-lady-245-696x466.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="466" data-original-width="696" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit0-Sv4NNYNVtZl8xYRuCiHoCwbmeypgUvI3RzXvo-Jhp55IGdcgfeDFlf9iqzUTx7X-u1UryHn1aK5EXlyKcU_t8NVaSM1rIu_2g2vKGaoJQhdywdnqNlhjVWQ_JY8TJHT5JjkkfsOwssglq3rAuJzulpmVUT4ZRWgPDiWmOf76pPEbBkUzuFUxuQo6X4/s320/do_outro_mundo_the-sleeping-lady-245-696x466.jpg" width="320" /></a></div>Segundo Marija Gimbutas, o branco era a cor da morte na
Velha Europa, enquanto o preto era a cor da transformação e da renovação da
vida. Os antigos europeus entendiam que a vida era cíclica. Tudo morreria, mas
a vida renasceria com a mesma certeza. Foram os indo-europeus que nos ensinaram
que a morte é um fim a temer. E foram eles que nos ensinaram que a luz deve ser
reverenciada e a escuridão deve ser evitada a todo o custo. Foram eles que
desenvolveram o binário claro-escuro, em que o branco é positivo e o preto é
negativo. Os indo-europeus entraram na Índia e na Europa. A noção de iluminação
encontrada no hinduísmo e no budismo é um legado do binário claro-escuro dos
indo-europeus. Os indo-europeus eram de pele mais clara do que os povos que
conquistaram: assim, o binário claro-escuro podia ser utilizado para justificar
o domínio dos guerreiros e reis de pele mais clara.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">O binómio luz-escuridão está presente no enfoque da Nova Era
na luz e no amor. Não há nada de "novo" nisso! Aqueles que seguem
caminhos espirituais baseados na Terra afirmam frequentemente que celebram a
escuridão igualmente com a luz. Mas será que o fazemos? Ou será que ainda
estamos presos à glorificação indo-europeia do branco e da luz? Celebramos o
dia mais longo no solstício de verão e a noite mais longa no meio do inverno.
E, no entanto, há uma diferença. No meio do inverno, regozijamo-nos com "o
regresso da luz". Não existe uma celebração paralela do "regresso das
trevas" no solstício de verão. Pelo contrário, parece que celebramos a luz
tanto no solstício de verão como no meio do inverno.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O que significaria abraçar e celebrar a escuridão tanto
quanto a luz? Se nos permitíssemos dormir durante as noites mais longas, que
sonhos poderiam surgir? Poderíamos reaprender que o ciclo da vida é feito de
três em três: nascimento, morte e regeneração? Não em dois: o bem e o mal, a
vida e a morte, o preto e o branco, a escuridão e a luz?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Poderíamos começar por ter "uma boa noite de sono"
nestas longas noites de inverno. Penso que o nosso corpo pode começar a
mostrar-nos e a dizer-nos que a escuridão é realmente tão importante como a
luz."<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><a href="https://feminismandreligion.com/2022/11/21/legacy-of-carol-p-christ-can-we-celebrate-the-dark-can-we-sleep/?fbclid=IwAR2XTByu3mLbUAl4b8ujXGv7HM9KeAXJ5HoCCD2FGrz6pUxAag3RbANkW94#more-59976" target="_blank">Original</a></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p>Fontes das imagens:</o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p>1 - https://olhardigital.com.br</o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p>2 - https://www.correiodoporto.pt</o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><br /></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-71115037083749471752023-10-07T17:58:00.004+01:002023-10-07T18:08:51.553+01:00Reconsiderando o Essencialismo - Carol P. Christ<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWTYp_1SeT-ZLTQGL6sqkZXWncDidSpEhFdOvTmv2jY5zrsQxeHbbmys-Bz6PuzW0EmxF-L8UIUJvWHzbx1ucSGROCxjLOeyXTI79J7gu4BzDWRUoNBW2ia0BPsRWoKX9DYBsKMe3A7vRRxzUgGS-dVGvlKs_0zTV__5W_dC-EGW2URrh9mtQOZtrfy3pv/s2000/346666545_10230379014529756_5267501633141975692_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="1500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWTYp_1SeT-ZLTQGL6sqkZXWncDidSpEhFdOvTmv2jY5zrsQxeHbbmys-Bz6PuzW0EmxF-L8UIUJvWHzbx1ucSGROCxjLOeyXTI79J7gu4BzDWRUoNBW2ia0BPsRWoKX9DYBsKMe3A7vRRxzUgGS-dVGvlKs_0zTV__5W_dC-EGW2URrh9mtQOZtrfy3pv/s320/346666545_10230379014529756_5267501633141975692_n.jpg" width="240" /></a></div>Na minha aula de Ecofeminismo temos estado a discutir o
essencialismo porque algumas feministas alegam que outras feministas,
particularmente as ecofeministas e as feministas da Deusa, são
"essencialistas". Argumentam que as visões essencialistas reforçam os
estereótipos tradicionais, incluindo aqueles que designam os homens como
racionais e as mulheres como emocionais. Também eu considero o essencialismo
problemático, mas não concordo que o feminismo da Deusa e o ecofeminismo sejam
intrinsecamente essencialistas.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As feministas da Deusa e as ecofeministas criticam o
dualismo clássico: as tradições de pensamento que valorizam a razão em
detrimento da emoção e do sentimento, o homem em detrimento da mulher, o homem
em detrimento da natureza. Defendemos que a tradição racional ocidental lançou
as sementes da crise ambiental quando separou o "homem" da
"natureza".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As feministas da Deusa e as ecofeministas afirmam as ligações
entre as mulheres e a natureza numa visão do mundo ambiental que reconhece a
interligação de todos os seres na teia da vida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Esta visão tem sido criticada como essencialista. Será que
é?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O essencialismo é o ponto de vista segundo o qual "a
essência precede a existência". As e os essencialistas (que são platonistas ou
cripto-platonistas) dizem que a "ideia" ou "qualidades
essenciais" de uma coisa (uma mesa, um cavalo, uma mulher ou um homem)
precede a "existência" de qualquer indivíduo no grupo a que pertence;
estas qualidades são universalmente - sempre e em todo o lado - expressas pelos
membros do grupo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWhTDdaLrGguVaT3CmhS8wksRv0mpMygBGwFbict0xsgMSLgWCbUPuPJFyr0F7g0bAMhh3Kv2-Y_KrvMPMul6Hm1p8x7tBNfXQsxp0OQSayu-fW_7GnQlDYazH9q1Ki_aZ2admIjQneF9PBnf0cZNVPEjqglSEV3sYpuw8MLHLb4mSIrsrHlSaqEOjwAvn/s1000/354022956_10230374675421281_3535012197769497373_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="736" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWhTDdaLrGguVaT3CmhS8wksRv0mpMygBGwFbict0xsgMSLgWCbUPuPJFyr0F7g0bAMhh3Kv2-Y_KrvMPMul6Hm1p8x7tBNfXQsxp0OQSayu-fW_7GnQlDYazH9q1Ki_aZ2admIjQneF9PBnf0cZNVPEjqglSEV3sYpuw8MLHLb4mSIrsrHlSaqEOjwAvn/s320/354022956_10230374675421281_3535012197769497373_n.jpg" width="236" /></a></div>As feministas da Deusa e as ecofeministas têm sido lidas
como dizendo que é da natureza dos homens estarem separados da natureza e que é
da natureza das mulheres estarem ligadas à natureza. O que estávamos realmente
a dizer era algo mais subtil: que os homens, especialmente os dominantes e
poderosos, imaginam que estão separados da natureza; e que as mulheres, que
foram identificadas com a natureza, têm mais probabilidades do que os homens de
reconhecer a ligação humana à natureza.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">As feministas da Deusa e as ecofeministas também disseram
que as emoções e as relações são valiosas. Defendemos que a racionalidade foi
incorretamente definida para excluir os sentimentos. Sugerimos que os
sentimentos em relação aos seres humanos, aos animais e a toda a natureza
deveriam inspirar as nossas visões do mundo e a nossa ética. Por vezes, temos
falado de uma forma de pensar que inclui os sentimentos como sendo mais
suscetível de ser praticada pelas mulheres.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As feministas da Deusa e algumas ecofeministas argumentaram
que as mulheres precisam da Deusa como uma imagem positiva do poder feminino e
sugeriram que a imagem da Mãe Terra fosse incluída juntamente com outras
imagens.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ainda operando dentro de dualismos binários, os críticos leem
as feministas da Deusa e as ecofeministas como repetindo a "velha
história" de que os homens são racionais e as mulheres não. Não conseguem
ver que as feministas da Deusa e as ecofeministas estão a apelar a uma
reintegração da razão e da emoção, da mente e do corpo, da humanidade e da
natureza - e que encontramos "inteligência" na natureza. Embora
muitas de nós queiramos celebrar os poderes do corpo feminino e os valores
positivos associados à maternidade, poucas de nós argumentaram que as mulheres são
apenas corpos ou que devem ser restringidas a papéis de cuidadoras.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A maioria das feministas da Deusa e das ecofeministas
rejeita os dualismos binários que caracterizam o pensamento essencialista -
mesmo quando a situação se inverte para beneficiar as mulheres. Por isso,
ficamos perplexas ao sermos classificadas como essencialistas. Tal como outras,
tive de recorrer ao dicionário para perceber a acusação que estava a ser feita.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não creio que existam "diferenças essenciais"
entre mulheres e homens ou entre machos e fêmeas. Pode haver algumas pequenas
diferenças entre os que têm ADN masculino e os que têm ADN feminino. A
testosterona tem sido associada a comportamentos ligeiramente mais agressivos
do que os produzidos pelo estrogénio. Estas diferenças são estatísticas, mas
não são verdadeiras para todos os indivíduos. Os corpos masculinos e femininos
são diferentes, mas também o são os corpos pequenos e os corpos altos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg64rk5TEobEva_cD-_m3GVImdXRKr0LoVORdj1l7GWqlSVDDXe0CqQZod5DCC8fHXAMQxzY5cnkvS7flDsYYb-QLcJ__Zy1R29NQXjbpaqId7nWmnT_ut4Q0XCHrhLT3SWpvoJFTdVTsRX8eeoVdtD-9eVdbW1laBNdHvKfJecc_q7O47LUfJ6bg2EY5JP/s1080/350133805_10230379018009843_5786995958754486049_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg64rk5TEobEva_cD-_m3GVImdXRKr0LoVORdj1l7GWqlSVDDXe0CqQZod5DCC8fHXAMQxzY5cnkvS7flDsYYb-QLcJ__Zy1R29NQXjbpaqId7nWmnT_ut4Q0XCHrhLT3SWpvoJFTdVTsRX8eeoVdtD-9eVdbW1laBNdHvKfJecc_q7O47LUfJ6bg2EY5JP/s320/350133805_10230379018009843_5786995958754486049_n.jpg" width="320" /></a></div>No entanto, não considero que estas diferenças criem uma
"diferença essencial" entre mulheres e homens. Uma "diferença
essencial" é aquela que determina inevitavelmente a forma como vivemos e
reagimos ao mundo. Estudos sobre culturas tradicionais e matriarcais sugerem
que as culturas podem sobrepor-se a quaisquer tendências que se encontrem na
nossa constituição genética. Os homens não têm de ser agressivos ou violentos -
podem ser tão carinhosos e generosos como as suas próprias mães. Na natureza
não-humana também há machos carinhosos: alguns pássaros machos sentam-se em
cima dos ovos; os machos bonobos não são tão agressivos como os machos
chimpanzés.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Embora pense que a crítica anti-essencialista (geral) do
ecofeminismo e do feminismo da Deusa está errada, desconfio de termos como
"o feminino", "o divino feminino" e o "sagrado
feminino" que são amplamente utilizados no pensamento da nova era e em algumas
partes do movimento de espiritualidade das mulheres. Suspeito que estes termos
são escolhidos para evitar o "afrontamento" aos sistemas de dominação
masculina provocado pela palavra "f" (feminista) e pela palavra
"G" (Deusa).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O "feminino" está associado a um conjunto de
qualidades, muitas vezes não claramente definido, que inclui "mais
emocional e intuitivo, mais amoroso e carinhoso". "O masculino",
também muitas vezes sem uma definição clara, é entendido como "mais
racional, assertivo e, por vezes, agressivo". A maioria dos que usam estes
termos reconhecem uma dívida para com Carl Jung.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Jung definiu "o masculino" como racional e
consciente e "o feminino" como inconsciente. Jung tinha um grande
respeito pelo inconsciente e acreditava que a cultura ocidental tinha
desvalorizado o "feminino". No entanto, isso não faz com que o seu
pensamento seja feminista. Jung sentia-se pessoalmente desconfortável com as
mulheres que entravam em discussões racionais com ele ou com outros homens. Ele
e os seus seguidores chamavam a essas mulheres "animus ridden"
(dominadas pelo animus), um termo de código para "não femininas".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbx-iUUAy5nlEXBA0J4a0gf_kcZwCrTIFl_CIgH6pBHvvDnkIfuwrhcQaritqY6kjUeUFDosypZai9Dhqc2-BnLmlGV3D_I3rVy4TVHQrZSqTY3Rf73c9lqvuUtkhKIjezG3Ec9UiMNKCCfi4KMr4AnRZA7uhvsIhe1HpGCbn4QUZvE8H5wlwjj2_OQ6h/s2048/349892279_10230423344717983_6813804568976736424_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPbx-iUUAy5nlEXBA0J4a0gf_kcZwCrTIFl_CIgH6pBHvvDnkIfuwrhcQaritqY6kjUeUFDosypZai9Dhqc2-BnLmlGV3D_I3rVy4TVHQrZSqTY3Rf73c9lqvuUtkhKIjezG3Ec9UiMNKCCfi4KMr4AnRZA7uhvsIhe1HpGCbn4QUZvE8H5wlwjj2_OQ6h/s320/349892279_10230423344717983_6813804568976736424_n.jpg" width="240" /></a></div>A noção de que "todas e todos nós temos os nossos lados
masculino e feminino" não resolve os problemas inerentes a estes termos. O
facto de Jung e os seus seguidores poderem falar de mulheres fortes como
estando cheias de animus sugere que as suas teorias eram inerentemente
patriarcais. Quando identificou o feminino com o inconsciente, Jung estava a
reafirmar (embora talvez de uma forma mais palatável) a visão tradicional de
que as mulheres são menos racionais do que os homens.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Sou uma mulher altamente racional e altamente emocional.
(Tenho o meu Sol em Sagitário e a minha Lua em Caranguejo.) Não vejo a minha
mente racional como o meu "lado masculino". Fazê-lo seria reconhecer
que é "pouco feminino" ser racional. A minha mente é tão minha como
as minhas emoções. E ambas fazem parte do meu ser feminino. Da mesma forma, não
gostaria de dizer a um homem carinhoso que ele é "feminino"; isso
sugeriria que cuidar não é "masculino".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Há outros problemas. Jung via as Deusas como reflectindo o
inconsciente e os Deuses a consciência racional. O seu seguidor Erich Neumann
afirmou que era necessário que as culturas da Deusa fossem derrubadas para que
o indivíduo racional pudesse emergir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Penso que toda esta forma de pensar sobre qualidades e
comportamentos "masculinos" e "femininos" é essencialista;
e concordo que o pensamento essencialista deve ser rejeitado pelas feministas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ao mesmo tempo, penso que é importante elevar as qualidades
que têm sido associadas ao feminino, de modo a provocar um repensar dos
dualismos que moldaram as culturas ocidentais (e outras) - em detrimento das
mulheres e das pessoas consideradas "outras" pelo "homem
racional". Os símbolos da Deusa e da Mãe Terra podem ter um "poder
metafórico" para alterar estereótipos familiares, transformando a forma
como pensamos o mundo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Também precisamos de afirmar que todos os indivíduos são
inteligentes (sendo a racionalidade apenas uma parte disso) e que os indivíduos
têm a capacidade de captar os sentimentos das outras pessoas e de se
preocuparem com elas. Isto aplica-se aos seres humanos do sexo feminino e masculino,
bem como a todos os outros indivíduos na teia da vida neste planeta e no
universo como um todo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A filosofia do processo afirma que "sentir e sentir os
sentimentos dos outros" é fundamental em toda a vida: humana, animal,
celular, atómica e divina. Nesta perspetiva, podemos ver que, quando divorciou
a racionalidade do sentimento e designou as mulheres e toda uma série de outras
pessoas como deficientes em termos de racionalidade, a filosofia ocidental deu
uma volta enorme e errada. Esta viragem errada tem sido usada para justificar
grandes injustiças e ameaça o futuro da vida nesta terra. As feministas da
Deusa e as ecofeministas estão entre aqueles que veem isto claramente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><a href="https://feminismandreligion.com/2023/09/04/legacy-of-carol-p-christ-essentialism-reconsidered/?fbclid=IwAR1apiUJXm8dPelr12iXAPyRQ-p0FStqUEKq7Mezl40-Mmm-MZsiVXCNjh0" target="_blank">Publicação original</a></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> Imagens: Creta, Junho 2023</o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-42663842780021619492023-09-02T11:17:00.004+01:002023-09-02T11:37:59.156+01:00Os Amores da Senhora do Labirinto: Ariadne, Poderosa Deusa Minoica<p><span style="font-size: 12pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEotH59ibjLjGDuF3JSU8gQZnFU9ukmsyVStjMD8h8PFuMypYhxRYBBLt1dnoSgtRdCzJvTbTY0glNtQl1b7id6D5d2Fu4BYrsm86PzOBauAwNSDV-wgsED1yrLjZjukrSeFWHeQ_1BTtf3h2X0bpEDISGrYXzGYFbO5qzy1dQIYTPdhGI1TUHllUY6UhI/s375/6d61ab_7f94f8e76c7f40048efee106f8543548.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="280" data-original-width="375" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEotH59ibjLjGDuF3JSU8gQZnFU9ukmsyVStjMD8h8PFuMypYhxRYBBLt1dnoSgtRdCzJvTbTY0glNtQl1b7id6D5d2Fu4BYrsm86PzOBauAwNSDV-wgsED1yrLjZjukrSeFWHeQ_1BTtf3h2X0bpEDISGrYXzGYFbO5qzy1dQIYTPdhGI1TUHllUY6UhI/s320/6d61ab_7f94f8e76c7f40048efee106f8543548.webp" width="320" /></a></div>No Mito do
Minotauro, se não fossem as intervenções da humilde princesa Ariadne, Teseu - o
herói grego - não teria tido qualquer hipótese. Embora muitas vezes retratada
como uma simples donzela, a verdade é que dar apoio a um protagonista era a
menor das suas qualidades. Proveniente dos céus, as origens de Ariadne acenam-nos
a partir da névoa primordial da Creta minoica da Idade do Bronze, onde era a
deusa-mãe dominante no panteão minoico - a importantíssima deusa da fertilidade
que se crê ter respondido a títulos como deusa da terra, tecelã da vida e
senhora do labirinto.<p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b>Ariadne
Deusa minoica da fertilidade</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Com o
destino dos mortais nas suas mãos, Ariadne era considerada uma deusa brilhante,
muitas vezes comparada a Deméter - cujas origens celestes também eram de Creta.
De certa forma, Ariadne é análoga tanto à deusa das colheitas como à sua filha
Perséfone - rainha do submundo. Antes do patriarcado, o papel da deusa-mãe era
primordial - nas sociedades agrícolas, a religião estava centrada na
fertilidade e tudo estava centrado na religião. Como a Creta minoica era uma
sociedade matrilinear em que as mulheres levavam uma vida independente, como
todas as deusas do panteão minoico, Ariadne governava sozinha, sem um consorte
masculino. Perto do fim da civilização minoica - com a influência dos micénicos
a ser sentida - Ariadne começou a ser acompanhada por um jovem consorte
masculino. A sua insígnia, o labirinto - uma estrutura quadrada ou circular com
múltiplos circuitos em espiral até ao centro e vice-versa - figura de forma
proeminente na sua mitologia e acredita-se que tenha sido um local de iniciação
onde as e os mortais passavam de um reino para outro, com o deus-touro - o
Minotauro (semelhante a Hades) - a ocupar o seu centro mais profundo e escuro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b>Micénicos
Patriarcais</b><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">O declínio
da civilização minoica foi acompanhado pela expansão dos micénicos - como é
frequentemente o caso quando uma cultura se sobrepõe a outra - quando os
micénicos ultrapassaram os minoicos em cerca de 1400 a.C., reformularam os
mitos minoicos; os deuses invasores casaram com as deusas indígenas,
substituindo os elementos matricêntricos por elementos patriarcais. Ao
reescreverem a mitologia, os gregos micénicos provocaram a supressão sistémica
do culto das deusas, o que encorajaria a difamação generalizada das mulheres.
Mas a reformulação patriarcal dos contos não se ficou pelos micénicos,
prosseguiu a bom ritmo nas culturas grega e romana. Ao rever os mitos que
rodeiam Ariadne, o objetivo deste artigo é expor os tropos patriarcais que têm
acompanhado os seus muitos disfarces durante milhares de anos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cTY0Us9G3Q8MaUIDejGjQUU1vh3rEDpupDHmjvVRy-T06fmWYFQUhMxXpayyGdh4WBV_5cnnCCke36If91Sc4jJdt0OFwZf4O0jzlhh1RmMELClTzT1RG8cs9GUPHQM9ldaddU9A3efe_GdXQqw72LJTDhVb077ptINvTch6NpWa7EM6_0QJlV72qiBT/s1062/3%20(1).jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="558" data-original-width="1062" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2cTY0Us9G3Q8MaUIDejGjQUU1vh3rEDpupDHmjvVRy-T06fmWYFQUhMxXpayyGdh4WBV_5cnnCCke36If91Sc4jJdt0OFwZf4O0jzlhh1RmMELClTzT1RG8cs9GUPHQM9ldaddU9A3efe_GdXQqw72LJTDhVb077ptINvTch6NpWa7EM6_0QJlV72qiBT/s320/3%20(1).jpg" width="320" /></a></b></div><b><br />Pasífae concebe o Minotauro</b><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Ariadne é
mais conhecida por um mito da era micénica em que a importantíssima deusa-mãe é
reduzida a uma despretensiosa princesa que oferece ajuda ao invasor Teseu, o
lendário primeiro rei herói de Atenas. A história começa quando Poseidon - deus
da terra e do mar - oferece um touro branco raro ao rei Minos de Creta, na
expetativa de que este seja sacrificado em sua honra. Sempre ávido de ter o
touro premiado como reprodutor na sua manada, Minos tenta enganar o deus,
sacrificando um touro menor em honra de Poseidon. Como tudo vê e tudo sabe,
Poseidon, enfurecido, lança um feitiço sobre a rainha de Minos, Pasífae, para
que ela se apaixone perdidamente pelo impressionante touro branco como a neve.
O feitiço resultou. De facto, o desejo de Pasífae pelo touro era tão forte que
ela pediu a ajuda do famoso artesão Dédalo para criar uma vaca de madeira com
uma cobertura de pele de vaca para poder copular com o animal. O produto da sua
união foi o Minotauro, um monstro que era um cruzamento entre um humano e um
touro. Sem cuidados e sem amor, o Minotauro foi confinado ao labirinto - que
foi, mais uma vez, projetado pelo perene inventor.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">A história
que conduziu à malevolência do Minotauro para com os atenienses é ilustrativa
de uma época de grande tensão entre a Creta minoica e Atenas; quando Creta era
a potência do Egeu e Atenas um mero estado incipiente. Reza a lenda que o filho
do rei Minos, Andrógenes, foi traiçoeiramente assassinado pelos atenienses por
ter ficado com todos os prémios dos Jogos Pan-atenaicos. Como represália pela
sua morte, Atenas tinha de enviar todos os anos sete rapazes e sete raparigas
como tributo a Creta. Essencialmente reféns, os jovens atenienses desarmados
eram colocados no labirinto, onde ou se perdiam irremediavelmente nas suas
intermináveis passagens sinuosas ou eram devorados pelo Minotauro devorador de
homens ali confinado. Este pesado tributo prolongou-se durante anos, até que Teseu,
filho de Egeu, rei de Atenas, se ofereceu para ser uma das sete vítimas
masculinas.</span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAnEDJszu_S1FKt3l2dB-AxfurchxQvzmtS9sBrbgLMpHc-yEqlmL6KigaFWQlC7hR8rJtnUZkR1B5aihLvccQTd5QfjlbJTlKdAhfW8kX3OGJ7FA5MEHjCvmImNwgBtuEhC02RNZXhC2kHBBMLZuy_p2YzUt8ZHUjrk6uDAh9iiaYGEO-mt6vDbhzdWGW/s1080/theseus-ariadne-tomb-and-string.webp" style="clear: left; display: inline; font-weight: bold; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"> </a></p><b><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpw3ZGBXLmo8d8z60sQpaEoiFdnmZ4Qvx_j46dFxtijQ_Ua6ZrRypWFMZ60fOkoCvgseTcC2--9l3kAmfP9eRur306M_FkGA8DSVEjPPTwjDC5OYduY8k6ZAvkAQfuQu4UEv8c_hx--H3s6hyZ_8yC7uQuU4pCSuBHYeaNdc26wLFizUJbbsoFW-yg5AhK/s450/ariadne_collage.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="367" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpw3ZGBXLmo8d8z60sQpaEoiFdnmZ4Qvx_j46dFxtijQ_Ua6ZrRypWFMZ60fOkoCvgseTcC2--9l3kAmfP9eRur306M_FkGA8DSVEjPPTwjDC5OYduY8k6ZAvkAQfuQu4UEv8c_hx--H3s6hyZ_8yC7uQuU4pCSuBHYeaNdc26wLFizUJbbsoFW-yg5AhK/s320/ariadne_collage.webp" width="261" /></a></div><br />Ariadne e
Teseu</b><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Finalmente,
Ariadne entra no mito. Filha de Minos e Pasífae e, portanto, irmã do Minotauro,
ela fica imediatamente apaixonada pelo herói ateniense e troca a sua família
pelo estrangeiro de Atenas. Ariadne arma então Teseu com uma espada para que
este possa matar o seu irmão, o Minotauro. Depois, para escapar ao complexo
labirinto de Dédalo, dá-lhe um novelo de fio, aconselhando-o engenhosamente a
atar uma ponta à entrada e a deixar o fio desenrolar-se à medida que se vai
aprofundando nos caminhos serpenteantes do labirinto. Sempre a estrela
principal, Teseu consegue destruir o Minotauro e segue o fio até à entrada, onde
Ariadne, apaixonada por ele, o espera. A partir daí, partem juntos para Atenas,
mas antes de lá chegarem fazem um desvio pela ilha de Dia (Naxos), onde Teseu
decide abandonar Ariadne.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Muitos foram
os que se pronunciaram sobre as possíveis razões que levaram o herói grego a
abandonar a sua salvadora minóica. Tanto Hesíodo (cerca de 750 a.C.-650 a.C.)
como Plutarco (50 a.C.-120 a.C.) inventam que Teseu deixou Ariadne porque
estava apaixonado por Egle, a deusa da boa saúde. Na peça perdida de Eurípides
(480 a.C.-406 a.C.), <i>Teseu</i>, o tema sugere que Teseu - tal como Eneias
que abandona Dido na <i>Eneida</i> - deixou a princesa minoica por provocação
da própria Atena (a deusa padroeira de Atenas), porque tinha uma carreira heroica
pela frente e a exótica Ariadne poderia ser uma distração. Na mesma linha, o
autor e académico latino Higino (64 a.C.-17 d.C.) sugere que Teseu pensava que
Ariadne lhe traria desgraça em Atenas - presumivelmente por ser estrangeira. A
noção de identidade grega começou a tomar forma com o advento da conquista e/ou
colonização em terras estrangeiras, a partir do século VIII a.C., quando
começaram a definir-se - xenofobicamente - em relação a todos os outros povos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOjWjyvnO2mHwAJxU0pyxj1-SbdzuXnxXKALWFoSocCSME0lBM6UsiNkLJOr52x7mSsDWW9opFwpGtEurZgf2jVXWmFdineZfB7y55U_Vpn-IQRKsKQcgv2Nvpxape7Sg-iJJYuhEVyoPgO6WErfFqhVMr4Up_Q2HrlFBrmVywmdhKZUOAYA5jF20_Ru8B/s955/800px-Medea-Sandys.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="955" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOjWjyvnO2mHwAJxU0pyxj1-SbdzuXnxXKALWFoSocCSME0lBM6UsiNkLJOr52x7mSsDWW9opFwpGtEurZgf2jVXWmFdineZfB7y55U_Vpn-IQRKsKQcgv2Nvpxape7Sg-iJJYuhEVyoPgO6WErfFqhVMr4Up_Q2HrlFBrmVywmdhKZUOAYA5jF20_Ru8B/s320/800px-Medea-Sandys.jpg" width="268" /></a></b></div><b><br />Ariadne e
Medeia</b><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Nesta
altura, a história começa a assemelhar-se a um outro mito da era micénica, em
que a falta de paridade entre o casal é uma caraterística marcante. Em Jasão e
os Argonautas, Medeia - outra deusa e princesa de uma terra estrangeira
(Cólquida - atual Geórgia) - também age contra os seus interesses, abandonando
a sua família real pelo herói grego Jasão, que acaba por a abandoná-la. Para se
apoderar do Tosão de Ouro, Medeia ajuda Jasão em todas as etapas do seu
caminho, mesmo à custa do seu pai e do assassínio do seu irmão. Embora as suas
histórias sejam diferentes em substância, ambas as mulheres partilham a
exploração como tema recorrente, quando são postas de lado depois de terem
esgotado a sua utilidade para os heróis gregos hegemónicos. Demonstrando a
falta de paridade entre os gregos e as suas conquistas, as mulheres -
frequentemente os despojos de guerra - representam os subjugados das terras
vencidas, enquanto Teseu e Jasão desempenham o papel de invasores descuidados -
símbolo dos gregos micénicos colonizadores - que pilham os recursos dos
vencidos enquanto fogem com os seus bens mais valiosos. O facto de serem
vencidas não é, no entanto, a única semelhança entre as duas mulheres.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Ao contrário
da sua homóloga da Cólquida, Ariadne não é conhecida pela vingança, mas numa
passagem sobrevivente atribuída à Ariadne desprezada de Teseu, de Eurípides,
encontra-se a frase: "e, no entanto, contarei uma história digna de ser
censurada..." O poeta helenístico Catulo (84 a.C.-54 a.C.) desenvolve este
tema no seu poema épico 64, onde, inspirando-se em Medeia, Ariadne apela à
vingança contra o seu herói grego. Antes de partir para Creta, Teseu tinha
prometido ao pai que, se a sua missão fosse bem sucedida, içaria uma vela
branca em vez da vela negra que, nos anos anteriores, simbolizava os catorze
jovens atenienses sacrificados. Por causa da maldição de Ariadne, quando Teseu
deixa a princesa perturbada, esquece-se de içar a vela branca. Ao ver a vela
negra, Egeu - acreditando que o seu filho estava morto - atira-se de cabeça
para o mar, que passaria a chamar-se em sua honra: o Egeu. Tal como os deuses
na <i>Medeia</i> de Eurípides ajudam Medeia na sua busca de vingança, também
Catulo conta como Júpiter vem em defesa de Ariadne. No entanto, Ariadne não é
boa em questões de vingança. Quando Medeia se vingou de Jasão, destruiu a sua
noiva, a sua descendência e o seu futuro, ao passo que o ato de vingança de
Ariadne faria de Teseu rei de Atenas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Para além
das semelhanças entre as duas mulheres desprezadas, como netas que são do deus
Sol, Hélio, ambas possuem poderes sobrenaturais e, como tal, representam também
divindades vencidas - há quem sugira que Medeia pode também ter sido uma deusa
pré-patriarcal. No seu livro seminal <i>The Masks of God: The Occidental
Mythology</i>, Joseph Campbell afirma que: "Consiste simplesmente em
chamar demónios aos deuses dos outros povos, alargar a hegemonia dos seus
próprios homólogos ao universo e depois inventar todo o tipo de grandes e
pequenos mitos secundários... para validar não só uma nova ordem social mas
também uma nova psicologia". No fundo, o Mito do Minotauro é sobre um
monstro cretense, mais parecido com um touro do que com um humano, que devora
os jovens atenienses. Não se perde de vista o facto de os touros na Creta minoica
serem não só objectos de veneração, como também, muito possivelmente,
utilizados nos seus rituais sagrados. No entanto, denegrir um animal sagrado
era apenas parte do seu descrédito. Mais poderosa ainda foi a marginalização de
Ariadne, transformando a grande deusa mãe minoica numa donzela apaixonada que é
subserviente ao herói grego Teseu. Reduzida a um mero canal para o sucesso de
Teseu, a verdade é que, se não fosse a ajuda de Ariadne, Teseu seria um mero
pós-escrito - nem rei nem herói. No entanto, Teseu é a estrela desta história -
Ariadne é apenas uma pequena atriz. Depois de renunciar à sua família e à sua
pátria, Teseu abandona-a - enquanto ela dorme - deixando-a a morrer na ilha
estranha e desolada. Em algumas versões, Ariadne, de coração partido,
suicida-se.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b></b></span></p><div style="text-align: left;"><b><b style="font-size: 12pt;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZcv_WhDvZ3qe4XixcTot6s104pd8PFMVUQApFOZjWO9w5Iuw63NXrHiGS9gc0vH-YEUdHDv3-Imd2dpqmTqezDQ5T0U6sJF9Ls1UppqaIqQd4yD5mfEL2CR5Llyyv-RjthtiaIRtxbG_wOdiKIjtSYIVCbaH0vdLYUEi577mh6xRMqoXuFGuMsDOqQUoE/s700/Dionysos%20and%20Ariadne.%20Detail%20from%20the%20side%20A%20of%20an%20Attic%20red-figure%20calyx-krater.%20(ca.%20400-375%20BC).%20From%20Thebes..jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="629" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZcv_WhDvZ3qe4XixcTot6s104pd8PFMVUQApFOZjWO9w5Iuw63NXrHiGS9gc0vH-YEUdHDv3-Imd2dpqmTqezDQ5T0U6sJF9Ls1UppqaIqQd4yD5mfEL2CR5Llyyv-RjthtiaIRtxbG_wOdiKIjtSYIVCbaH0vdLYUEi577mh6xRMqoXuFGuMsDOqQUoE/s320/Dionysos%20and%20Ariadne.%20Detail%20from%20the%20side%20A%20of%20an%20Attic%20red-figure%20calyx-krater.%20(ca.%20400-375%20BC).%20From%20Thebes..jpg" width="288" /></a></div><br />Consorte de
Dionísio</b></b></div><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Nesta
altura, entra em cena o folião e bon vivant, Dionísio - deus das vindimas. De
acordo com uma tradição, Teseu foi obrigado a deixar Ariadne devido a ameaças
feitas pelo deus Dionísio - que queria Ariadne para si. Deixada sem grande
escolha, Ariadne aceita. Por outras palavras, uma Ariadne adormecida
assemelha-se a uma Perséfone inconsciente a colher flores enquanto é levada
pelo senhor do submundo - o seu próprio tio Hades - para se casar no abismo.
Visto desta forma, o casamento é uma violação, que é precisamente como o
historiador Pausânias (115 d.C. - 180 d.C.) expressa o casamento de Dionísio e
Ariadne: "Ariadne adormecida, Teseu faz-se ao mar e Dionísio chega para
violar Ariadne". Aqui, Ariadne é como todas as raparigas gregas, cujos
casamentos - arranjados pelos pais com estranhos, normalmente com o dobro ou o
triplo da sua idade - devem ter sido sentidos como uma espécie de violação.
Pensa-se que tenha tido origem na Trácia ou na Ásia Menor, Dionísio é uma
divindade estrangeira que se crê estar entre um dos mais antigos deuses
ctónicos (subterrâneos) conhecidos pelo seu papel na fertilidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Ariadne, que
já não é uma princesa minoica, é de novo uma deusa da fertilidade, cujo sono -
sugestivo do período de dormência da terra - é análogo ao de Perséfone, que
passa alguns meses por ano no subsolo. Ao contrário da história de amor entre o
herói grego e a sua ajudante apaixonada, a união entre Ariadne e Dionísio
consolida-se todos os anos. Além disso, Dionísio oferece a Ariadne um presente
dos deuses: uma coroa de ouro, outrora de Afrodite - forjada por Hefesto - com
pedras preciosas vermelhas em forma de rosas, seria eventualmente colocada
entre as estrelas, tornando-se a Corona Borealis (Coroa de Luzes) no céu
noturno.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSJPpPOBPNHEOi5liuLUAnCt3XauIiCvI61gIQ4eBqxtMmn6UH_XPuvpSsqjfSrg4pPHt8ZgLHpz4yu_vnQxwdemw_Sqld-geMaS_F4UeC8rnqEbUKAmKA6vGYuzfqOi9ZuSfELcl7Dkr0ITNDCGeyrFy4Drxqq2ZMLhHhFBDeGqBgfpw6VHJESk31zWOd/s800/Dioniso_scopre_arianna,_da_casa_dei_capitelli_colorati_a_pompei,_9278_(cropped).JPG" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="652" data-original-width="800" height="261" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSJPpPOBPNHEOi5liuLUAnCt3XauIiCvI61gIQ4eBqxtMmn6UH_XPuvpSsqjfSrg4pPHt8ZgLHpz4yu_vnQxwdemw_Sqld-geMaS_F4UeC8rnqEbUKAmKA6vGYuzfqOi9ZuSfELcl7Dkr0ITNDCGeyrFy4Drxqq2ZMLhHhFBDeGqBgfpw6VHJESk31zWOd/s320/Dioniso_scopre_arianna,_da_casa_dei_capitelli_colorati_a_pompei,_9278_(cropped).JPG" width="320" /></a></b></div><b><br />A morte de
Ariadne</b><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Mas há uma
reviravolta na história. Na Odisseia de Homero, Ártemis - a deusa virgem da
caça e da castidade, conhecida por castigar brutalmente as mulheres rebeldes -
mata uma Ariadne mortal pela sua infidelidade a Dionísio, que era,
evidentemente, o seu marido desde o início. Na Odisseia, a frase é interpretada
como "na denúncia de Dionísio", aparentemente Dionísio estava aborrecido
por Ariadne ter profanado a sua gruta com o seu amor por Teseu. Não importa que
o próprio Dionísio fosse um notório sedutor. Patriarcal até ao âmago, a <i>Odisseia</i>
- talvez originalmente composta na tradição oral já na Idade Média grega (entre
1200-850 a.C.) - é, no fundo, uma história sobre as aventuras de Odisseu e as
suas numerosas infidelidades nos dez anos que demora o seu de regresso,
enquanto em casa anseia por ele a sua mulher, Penélope, que se contenta em
tecer o tempo. A infidelidade de Ariadne, no entanto, pode ser explicada no
contexto da fertilidade e ocorre durante a época pouco fértil do ano, quando a
semente do deus da fertilidade fica adormecida. Nessa altura, o casal da
fertilidade separa-se e a deusa vai-se embora - talvez remetendo para uma era
anterior ao casamento, quando as mulheres tinham mais controlo sobre a sua vida
reprodutiva. Finalmente, Ariadne dorme ou morre durante o período de dormência.
Afinal de contas, para uma deusa da fertilidade, dormir e morrer são
praticamente a mesma coisa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Mas não se
enganem, ao contrário da sua anterior manifestação no panteão minoico, Ariadne
é agora apenas a esposa dum deus da fertilidade. Abundam os mitos sobre as
façanhas e aventuras de Dionísio sem Ariadne, mas quando Ariadne é mencionada
nesses mitos, é apenas em relação a Dionísio. Quando Dionísio volta para ela, o
seu casamento é sacralizado todos os anos no meio de celebrações orgiásticas -
Ariadne renasce e o planeta volta a ser fecundo. De acordo com o livro seminal
de Walter Burkert, <i>Greek Religion</i>, a celebração do casamento sagrado
entre Dionísio e Ariadne chamava-se Anthesteria e comemorava o facto de o rei
Teseu ter oferecido a sua mulher, Ariadne, ao deus. Além disso, havia duas
festas de Ariadne na ilha de Naxos, uma alegre e outra lúgubre. "O
casamento com Dionísio situa-se na sombra da morte", afirma Burkert. Como
em todas as festas da fertilidade, a morte - um aspeto da regeneração da vida -
está implicada na folia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">A morte
volta a acenar-nos em outro mito associado ao casal da fertilidade, quando
Dionísio se encontra em guerra com o seu némesis - Perseu, rei de Argo - e com
os Argivos. Perseu, recorde-se, ficou famoso por ter decapitado a Medusa -
enquanto ela dormia. Uma das três irmãs Górgonas, o olhar de Medusa
transformava os homens em pedra. Há quem afirme que Medusa pode ter sido uma
deusa pré-patriarcal, o que poderia ser razão suficiente para a sua morte pelo
patriarca. De acordo com o poeta épico Nonos (cerca de 400-500 d.C.), na sua <i>Dionisíaca</i>,
uma Ariadne "frágil" e evidentemente mortal é transformada em pedra
quando Perseu, "furioso", a atinge por engano numa batalha com uma
lança. Há, no entanto, inconsistências nos mitos. Ao longo destes mitos
posteriores, Ariadne é repetidamente referida como mortal, apesar de, noutra
tradição, Dionísio ter descido ao submundo para a recuperar e levá-la consigo
para o Olimpo como sua esposa imortal. No entanto, ela prova ser mais mortal do
que imortal quando, de acordo com Pausânias, a deusa é colocada para descansar
numa "urna de barro".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Finalmente,
em Dionisíaca, Nonos revive a sua sombra chorosa: "Dioniso, esqueceste a tua
antiga noiva: desejas Aura e não te importas com Ariadne. Ó meu Teseu, a quem o
vento amargo roubou! Ó meu Teseu, que Fedra (irmã de Ariadne) arranjou para
marido! Suponho que estava destinado que um marido perjuro sempre fugisse de
mim..... Ai de mim, se não tivesse um marido mortal, que morresse em breve;
então poderia ter-me armado contra o apaixonado Dionísio..."<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Reduzida a
um fantasma apaixonado, Ariadne lamenta o seu destino às mãos de dois homens
indignos. Nem mesmo o casamento miseravelmente infeliz da sua irmã mais nova, Fedra,
com Teseu, é suficiente para aliviar a sua dor. Reduzida a uma mulher cuja
única fonte de felicidade é representada por um homem, a sombra de Ariadne em
400-500 d.C. - quando Nonos escreveu estes versos - é muito diferente da grande
deusa-mãe independente que outrora fora, mais de dois mil anos antes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b></b></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbHL7dB1NnFeY6vW-Jr0Uz17deyuhWgaPoTU7zwMWBD7kiGVKBNV0ZaJ78VA22_ZNq3oTiB3_8IHdnVeY_OreWLz_3vJKlA2iQGVAeNwRxS60xkUtSjsGoYEVf_2Rexl1NhZV8LmgeyLnalavq-KxEFGdgOnatIpIK-QHp0_e2_TxmEHpjp4sUllRBDwXb/s1600/347440214_10230423380838886_9081323261864335764_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbHL7dB1NnFeY6vW-Jr0Uz17deyuhWgaPoTU7zwMWBD7kiGVKBNV0ZaJ78VA22_ZNq3oTiB3_8IHdnVeY_OreWLz_3vJKlA2iQGVAeNwRxS60xkUtSjsGoYEVf_2Rexl1NhZV8LmgeyLnalavq-KxEFGdgOnatIpIK-QHp0_e2_TxmEHpjp4sUllRBDwXb/s320/347440214_10230423380838886_9081323261864335764_n.jpg" width="240" /></a></b></div><b><br />Senhora do
Labirinto</b><o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Honrada numa
religião do solo que encorajava não só a reverência pela natureza mas também o
respeito pelas mulheres, Ariadne foi subjugada por uma sociedade patriarcal que
relegava a mulher enquanto exaltava o homem. Com a sua identidade rebaixada,
foi usada como contraste para os homens que iria servir. Ariadne, porém, não
foi a única grande deusa-mãe assim subjugada. Há quem acredite que, sob as
formas arquetípicas da carnal Afrodite, da ciumenta Hera e até da patriarcal Atena,
se encontram vestígios da tradição da grande deusa-mãe de onde surgiram. Muitos
estudiosos têm-se debruçado sobre a tese de que, por detrás do grande panteão
olímpico - tal como imaginado por Hesíodo e Homero -, se encontra uma base das
religiões das grandes deusas mais antigas. Se for lido com atenção, este facto
pode ser evidente na mitologia de Ariadne, quando, de vez em quando, se
vislumbra a sua manifestação primeira, tal como foi imaginada na névoa
primordial da pré-história.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdMpQltemymiMkeKNJT-r-8kCCkiz2W_z9pehoy4-qhv8M7p8_9NlpKzm2W4KQ3AQeFoI3qXo96YgVoZIvmQQ0isrOGfdSWrSY2YOthQmsNxHmztZ-x1fNsgFzTpazcpypcyij8kSmRi2G3HSXgOJ5bmSWhF-wkjDZaKsnY8a4PQ8mj2i5A7qYSGZ6OHCJ/s960/11201114_10206710642315243_8073328049282580774_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="960" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdMpQltemymiMkeKNJT-r-8kCCkiz2W_z9pehoy4-qhv8M7p8_9NlpKzm2W4KQ3AQeFoI3qXo96YgVoZIvmQQ0isrOGfdSWrSY2YOthQmsNxHmztZ-x1fNsgFzTpazcpypcyij8kSmRi2G3HSXgOJ5bmSWhF-wkjDZaKsnY8a4PQ8mj2i5A7qYSGZ6OHCJ/s320/11201114_10206710642315243_8073328049282580774_n.jpg" width="320" /></a></span></div><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><br />Em espirais
que imitavam o seu labirinto, as mulheres rodopiavam, dançando ritmicamente. Os
seus movimentos foram concebidos para estimular a fecundidade, à medida que
gesticulavam e giravam em harmonia com o movimento do próprio planeta. No
centro do círculo estava a sacerdotisa de Ariadne - a sua encarnação física na
Terra. Embebida em pompa, ela era a deusa - vestida com camadas de ouro e um
traje caleidoscópico que só uma divindade poderia usar. Concebidos para incluir
os adeptos num ambiente íntimo com as suas divindades, os templos minoicos eram
tão não hierárquicos como a sua sociedade. Mas será que os festivais da
fertilidade se realizavam nos templos ou ao ar livre? As mulheres entoavam
cânticos enquanto dançavam à volta da personagem de Ariadne? Os homens
participavam na cerimónia? Só podemos adivinhar. Mesmo num dia de céu limpo, a
visão do passado ao longo de várias épocas é nebulosa. Uma coisa é certa: no
domínio primordial e indispensável da fertilidade, eram as mulheres que
mandavam.<o:p></o:p></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span><span style="font-size: 12pt;">"Conforme versão publicada em outubro de 2020 </span><i style="font-size: 12pt;">Ancient Origins Premium</i><span style="font-size: 12pt;">."</span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Referências<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Brindel, J.
1980. Ariadne: A Novel of Ancient Crete. St. Martin’s Press.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Burkert, W.
1985. Greek Religion. Harvard University Press.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Eisner, R.
1977. Some Anomalies in the Myth of Ariadne. The Classical World. Vol. 71, No.
3.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Herberger,
C. 1972. The Thread of Ariadne. Philosophical Library.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Perry, L.
2013. Ariadne’s Thread. Moon Books.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Rigoglioso,
M. 2010. Virgin Goddesses of Antiquity. Palgrave Macmillan.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Webster, T.
1966. The Myth of Ariadne from Homer to Catullus. Greece & Rome. Vol. 13,
No. 1.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><a href=" https://femminaclassica.com/loves-of-the-lady-of-the-labyrinth-ariadne-powerful-minoan-goddess/ " target="_blank">Fonte do texto</a> </p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 107%;"><o:p>Fontes das imagens:</o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 107%;"><o:p>Imagem 1 - <a href="https://www.goddessariadne.org/page-5">https://www.goddessariadne.org/page-5</a></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 107%;"><o:p>Imagem 2 - Pasífae por Júlio Romano </o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 107%;"><o:p>Imagem 3 - <a href="https://jdaviesreazor.com/2008/12/10/ariadne-mistress-labyrinth/">https://jdaviesreazor.com/2008/12/10/ariadne-mistress-labyrinth/</a></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;">Imagem 4 - Dionysos and Ariadne. Detail from the side A of an Attic red-figure calyx-krater. (ca. 400-375 BC). From Thebes.</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: x-small;"><span style="line-height: 107%;"><o:p>Imagem 5 - </o:p></span><span face="sans-serif" style="background-color: #f8f9fa; text-align: center;">Ariadne asleep at </span><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Hypnos" style="background: none rgb(248, 249, 250); color: #3366cc; font-family: sans-serif; overflow-wrap: break-word; text-align: center; text-decoration-line: none;" title="Hypnos">Hypnos</a><span face="sans-serif" style="background-color: #f8f9fa; text-align: center;">'s side. Detail of ancient fresco in </span><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Pompeii" style="background: none rgb(248, 249, 250); color: #3366cc; font-family: sans-serif; overflow-wrap: break-word; text-align: center; text-decoration-line: none;" title="Pompeii">Pompeii</a></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: x-small;">Imagem 6 - rocha do Minotauro na gruta de Skotino, Creta, que para algumas pessoas está na origem da criação do mito do Minotauro. (Foto da autora do blogue, 2023</span></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: x-small;">Imagem 7 - fresco do palácio de Cnossos (foto da autora do blogue 2015)</span></o:p></span></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-9822494268994849722023-08-21T10:11:00.003+01:002023-08-21T10:17:31.437+01:00Casamento sagrado ou encobrimento profano?<p> Por Carol P. Christ</p><p class="MsoTitle"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Há boas razões para acreditar que no casamento
compulsório de Hera com Zeus se reflete a subjugação de uma raça nativa aos
invasores aqueus, daí a importância do casamento ritual, ιερος γαμος (ieros
gamos), como comemorativo da reconciliação de dois sistemas religiosos, um
tendo um deus, o outro uma deusa como divindade principal.</i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p></i></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGbbP1ymb-RgrG42es6ZIR1dMR-Xy1KKU9jwj-axj3Smpisex2bNcD9jagzKh7aXOOgE0GI8_Ren7_mwTXYnXpc1KqbsHBN3LfrZBwncl8qxXCbswXkSrbxKLbPChL5GpUNZRm4vYZoHgCxX0Pc7C1uRRHFxX3ofZ18JCFrb1312Sys_hko1DxE6DcsbmG/s245/transferir%20(3).jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="245" data-original-width="206" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGbbP1ymb-RgrG42es6ZIR1dMR-Xy1KKU9jwj-axj3Smpisex2bNcD9jagzKh7aXOOgE0GI8_Ren7_mwTXYnXpc1KqbsHBN3LfrZBwncl8qxXCbswXkSrbxKLbPChL5GpUNZRm4vYZoHgCxX0Pc7C1uRRHFxX3ofZ18JCFrb1312Sys_hko1DxE6DcsbmG/s1600/transferir%20(3).jpg" width="206" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Deus do Céu e a Ninfa do Mar<br /> Tétis</td></tr></tbody></table><span style="text-indent: 35.4pt;">Muitas mulheres são atraídas pela
imagem do Casamento Sagrado - talvez especialmente aquelas criadas nas
tradições católica romana ou protestante, onde o sexo é visto como necessário
para a procriação, mas nada mais, e que aprendem que o corpo feminino nu
simbolizado por Eva é a fonte de pecado e maldade. Nesse contexto, a
valorização positiva da sexualidade e do corpo feminino presente nos símbolos
do Casamento Sagrado pode ser sentida e ser até libertadora.</span><p></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os junguianos afirmam que o Casamento Sagrado é um arquétipo
do casamento entre o “masculino” e o “feminino”. Muitas mulheres também se
sentiram atraídas por esta ideia. Ela “suaviza” a crítica feminista radical ao
patriarcado e à dominação masculina. Em vez de “castrar” a “falocracia” como
insistia Mary Daly, podemos pensar em termos de “casamento” de qualidades
tradicionalmente associadas aos papéis masculino e feminino. As mulheres,
dizem, podem usar uma boa dose de ego e assertividade, tradicionalmente
associadas ao masculino, enquanto os homens precisam de ter seus egos racionais
dominantes temperados por qualidades femininas como cuidado e compaixão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Aqueles que apoiam a ideia do Casamento Sagrado do masculino
e do feminino podem não perceber que Jung identificou o masculino com o ego
consciente racional e o feminino com o inconsciente, o corpo e a natureza.
Embora Jung e os seus seguidores entendessem corretamente que o masculino
precisava ser complementado pelo feminino, eles eram menos claros sobre o
quanto o feminino precisava do masculino. Eles desconfiavam do poder feminino
não mantido sob controle nos casamentos patriarcais, e nos círculos junguianos
as mulheres que desafiavam as ideias dos homens eram julgadas como “dominadas
pelo animus” – por outras palavras, masculinas demais. Os seguidores de Jung
costumam usar a expressão “dominadas pelo animus” para colocar as feministas
radicais no seu lugar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd2WUqhn_fVTKCINCD06b1O6OewLlLBzPbAJOpgMoDUGYGv1Jbm57-cpTVaIb30VOVVmU3RdYXtvXCUr11T24ZTE0H2gluUPIYI3jSjFPjz72Uv6m3OIjOjEnboT9KhKI3kTg0YB6Ox5svqxD0tDozIvw8wZJD4lOXfP4xGk1R5y5n_qPEfI7gdaGP0bf8/s500/zeus-and-heran-austrian-parliament-building.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd2WUqhn_fVTKCINCD06b1O6OewLlLBzPbAJOpgMoDUGYGv1Jbm57-cpTVaIb30VOVVmU3RdYXtvXCUr11T24ZTE0H2gluUPIYI3jSjFPjz72Uv6m3OIjOjEnboT9KhKI3kTg0YB6Ox5svqxD0tDozIvw8wZJD4lOXfP4xGk1R5y5n_qPEfI7gdaGP0bf8/s320/zeus-and-heran-austrian-parliament-building.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Zeus e Hera<br />parlamento autríaco</td></tr></tbody></table>Escrevendo sobre a religião da antiga Creta em 1909, a
arqueóloga Harriet Boyd Hawes e o antropólogo Charles Henry Hawes observaram:<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"><i>O “Zeus de Creta” e o “Zeus do Machado Duplo” são títulos
tão familiares que é com surpresa que descobrimos que a arqueologia minoica
oferece muito pouca evidência para a existência de um deus. … A verdade parece
ser que os aqueus impingiram Zeus a Creta no final da Idade do Bronze.<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Eles continuam:<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Há boas razões para acreditar que no casamento
compulsório de Hera com Zeus se reflete a subjugação de uma raça nativa aos
invasores aqueus, daí a importância do casamento ritual, ιερος γαμος (ieros
gamos), como comemorativo da reconciliação de dois sistemas religiosos, um
tendo um deus, o outro uma deusa como divindade principal.<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal">Se assim é, não deveríamos suspeitar do Casamento Sagrado? E
se a ideia da união de duas culturas num Casamento Sagrado for um encobrimento
de algo muito mais sinistro?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Como disse Marija Gimbutas: “Não houve evolução. Foi um
choque de culturas.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Apesar de uma noite de felicidade conjugal, Zeus continuou a
sua carreira enganando e violando ninfas, deusas e mulheres mortais, enquanto
Hera estava longe de ser uma esposa satisfeita.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ2hU3nitxNeSJVFESlqg3VWf3O-BeU7qS1tw2uMkns66WAS05t0gpfz9xybFRWpHqZjRZP7WoEIZuBDhE8nbm7G32n6etlnzhyhBHMUjpESKVcCwZRAVz_Ymgp6fRibxnM8o8YZHrYUprL70lvepxU7dJhH27V44LuFmpLSM0JAsnHAF38uNRAH4YWMmc/s1024/titan-zeus-and-danae.webp" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="716" data-original-width="1024" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ2hU3nitxNeSJVFESlqg3VWf3O-BeU7qS1tw2uMkns66WAS05t0gpfz9xybFRWpHqZjRZP7WoEIZuBDhE8nbm7G32n6etlnzhyhBHMUjpESKVcCwZRAVz_Ymgp6fRibxnM8o8YZHrYUprL70lvepxU7dJhH27V44LuFmpLSM0JAsnHAF38uNRAH4YWMmc/s320/titan-zeus-and-danae.webp" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Ninfa Danae após violação<br />por Zeus sob a forma de nuvem dourada </td></tr></tbody></table><br />Quanto ao casamento da Deusa com um Rei, por que deveríamos
presumir que qualquer Deusa iria querer casar-se com um Rei? Nas culturas
pré-patriarcais, não havia reis. O que é um Rei senão um guerreiro que
conquista terras e culturas alheias e que reivindica o direito de matar homens
e violar mulheres? Nenhuma deusa em sã consciência iria querer casar-se com um
homem assim.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Os intérpretes dos mitos do Casamento Sagrado falam do Rei
casando-se com a terra através da sua união com a Deusa da terra. Mas antes que
os reis entrassem em cena, as deusas, a terra e as mulheres não estavam
sujeitas a ninguém.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O símbolo do Casamento Sagrado, tal como chegou até nós no
mito e na psicologia arquetípica, é sagrado? Eu acho que não. E se o Casamento
Sagrado da Deusa com o Rei for parte de um grande encobrimento de uma história
de conquista, dominação e violação? Um casamento muito profano, de facto.*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, qual era o papel do sexo nas culturas da Deusa?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><a href="https://feminismandreligion.com/2014/02/17/matriarchy-daring-to-use-the-m-word-by-carol-p-christ/" target="_blank">Na cultura matriarcal de Mosuo</a>, o sexo é vivenciado como uma
parte valiosa da vida. O prazer sexual pode ser dado e recebido livremente,
pois não está vinculado ao casamento nem ao sustento e cuidado dos filhos. No
entanto, a relação sexual não é entendida como criando os laços essenciais. Em
vez disso, os laços entre mãe e filha/o e os laços entre as mães e a terra são
os laços essenciais. As mães e a terra são celebradas como sagradas no ritual e
na religião.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então e a sexualidade? É sagrada? E se a resposta for sim e
não? E se a sexualidade não for nem mais nem menos sagrada do que muitas outras
coisas boas da vida? Não santa, não profana? Não é uma maneira muito mais
saudável e realista de entender o lugar da sexualidade nas nossas vidas?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">***<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">*O símbolo do Casamento Sagrado também pode ser criticado
por privilegiar a heterossexualidade e o casal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><a href="https://feminismandreligion.com/2023/08/21/legacy-of-carol-p-christ-sacred-marriage-or-unholy-cover-up/">https://feminismandreligion.com/2023/08/21/legacy-of-carol-p-christ-sacred-marriage-or-unholy-cover-up/</a><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-41448887982333668522023-01-11T15:50:00.011+00:002023-01-11T18:53:03.811+00:00Santa Bárbara, uma das antigas Deusas Solares celebradas no mês de Dezembro<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDPhsKw97R1qYk8QZYLotM6IAE3Zh1yvhMNIR7WDvztSMNUbZVNWsE9vnQfn_9fMrmGL2y0OlADBeGxS0t-CqezW7iL9tkg3zAjEhbwnRCdXjrKqD3O43ekuqv-D_4prvH4gM36Bt-iRrrR7RFV2IX6UMM_QSdnDkiCGRjBU_2lgXwcRsl4_KhjMK4A/s1536/BARBARA7%20(1).webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="1213" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfDPhsKw97R1qYk8QZYLotM6IAE3Zh1yvhMNIR7WDvztSMNUbZVNWsE9vnQfn_9fMrmGL2y0OlADBeGxS0t-CqezW7iL9tkg3zAjEhbwnRCdXjrKqD3O43ekuqv-D_4prvH4gM36Bt-iRrrR7RFV2IX6UMM_QSdnDkiCGRjBU_2lgXwcRsl4_KhjMK4A/s320/BARBARA7%20(1).webp" width="253" /></a></div><i>Muitas pessoas em Portugal me perguntam sobre Santa Bárbara, festejada a 4 de Dezembro. Será que nas minhas pesquisas já me deparei com esta entidade divina? Toda a vida ouviram falar dela, sobretudo pelas trovoadas, e dá para perceber que ela também se inclui no grupo das antigas Deusas pagãs destronadas e reduzidas à condição de santas... É óbvio que sempre tive curiosidade sobre ela, sempre soube que dominar o tempo atmosférico é uma prerrogativa divina, que a Torre tem tudo a ver com a Deusa, que ela é atributo de algumas, como Brígida/Brigântia, Cibele e até Artemis, enquanto Deusas da Cultura, da Civilização, protectoras da Cidade, mas não tinha informação suficiente para avançar com nenhuma teoria em concreto. Até que, neste blogue que muito aprecio, a autora, pesquisadora e especialista em alimentos da Deusa, apresentou o resultado da sua fascinante pesquisa sobre Santa Bárbara e aqui está:</i><p></p><p>"Feliz dia de Santa Bárbara! Nunca deixa de surpreender que,
se arranharmos a superfície de qualquer prato festivo, encontramos a história
duma deusa com milhares de anos. Vejamos o caso deste pão de limão alemão que
a minha avó fazia desde que me lembro. A sua cobertura intensamente cítrica
penetra no bolo e deixa uma crocância deliciosa no topo. Alguns anos atrás,
herdei a sua longa forma de pão de limão e decidi pesquisar sobre as origens da
receita. Fiquei encantada ao descobrir que era tradicionalmente servido no dia
da festa de Santa Bárbara para marcar o início da temporada de Natal. Quem
sabia?</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5DizowzTnKhxrm0i0Zha3x7Royx-u7XBrr1WYe8cwFfxjnTfxPQxQNthiqyorxArPckLHu-FbL3s28UftNNCfozqIEXVw_ePVGnsoUa8IJ3khuOZ932iY94I5ydrWRmjbV5Bk2AlvJ_P-OtIrk99GFxrpAEugPFDYCTXcP0amKzMQZx3KWL7-UgXMPA/s1536/2022-12-04.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="1213" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5DizowzTnKhxrm0i0Zha3x7Royx-u7XBrr1WYe8cwFfxjnTfxPQxQNthiqyorxArPckLHu-FbL3s28UftNNCfozqIEXVw_ePVGnsoUa8IJ3khuOZ932iY94I5ydrWRmjbV5Bk2AlvJ_P-OtIrk99GFxrpAEugPFDYCTXcP0amKzMQZx3KWL7-UgXMPA/s320/2022-12-04.webp" width="253" /></a></div>Aparentemente, a sua forma longa e estreita característica
representa a torre onde ela foi aprisionada. Bárbara regou diligentemente o galho duma
cerejeira durante o seu tempo na torre, e após a sua morte, o ramo de cerejeira que
ela mantinha floresceu. Daí vem o “Barbarazweig”, o costume de mulheres
solteiras levarem ramos (de preferência de cerejeira) para dentro de casa no
dia 4 de Dezembro. Se florescessem no dia 25 de Dezembro, era um sinal de boa
sorte – e significava que se casariam no ano seguinte. Este costume de Natal
provavelmente tem raízes nos tempos pré-cristãos, quando galhos e ramos
floridos simbolizavam a Deusa que cria uma nova vida nas profundezas do
inverno.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Nunca tinha ouvido falar de Santa Bárbara e fiquei
surpreendida ao descobrir que o seu dia é comemorado a 4 de dezembro (ou 17 de
dezembro) em países distantes como a Alemanha, Áustria, França, Itália,
Bulgária, Grécia, Turquia, Líbano, Síria, Palestina, Brasil, Chile, Venezuela e
México – e com bastante variedade de pratos. (<i>Em Portugal, o dia de Santa
Bárbara também é 4 de Dezembro, de acordo com o Borda d’Água</i>)*<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Então, quem era essa Santa Bárbara associada às festas do Inverno? Bem, isso acaba por ser uma história e tanto. Pesquisar o seu nome no
Google revela centenas de pinturas, ícones, obras de arte e esculturas realizadas
ao longo dos séculos. A maioria descreve-a como uma jovem vestida de vermelho
com longas tranças esvoaçantes, segurando ou parada perto de uma torre alta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI1TzJrduXoffAY_4k2r9A5FvqhHv5IZ-dWKcXIHFebLk2J2MFx2aYywrxUR_pM3jdFIv7DgaADHf_qkxg3aysUirXEOsl32c2Fkd-O2GajlQz3lfS_rLRnvc7l0ZyG4iKShKCv6TU8hUN5REEMnARHFoPdSpzC57SZEeDDA5v6CrHEQwpCEhnkGuIWw/s1536/BARBARA4.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="1213" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI1TzJrduXoffAY_4k2r9A5FvqhHv5IZ-dWKcXIHFebLk2J2MFx2aYywrxUR_pM3jdFIv7DgaADHf_qkxg3aysUirXEOsl32c2Fkd-O2GajlQz3lfS_rLRnvc7l0ZyG4iKShKCv6TU8hUN5REEMnARHFoPdSpzC57SZEeDDA5v6CrHEQwpCEhnkGuIWw/s320/BARBARA4.webp" width="253" /></a></div>Na Igreja Ortodoxa, Santa Barabar, “Berbara”, era uma menina
indígena que viveu por volta do século III, no que hoje é o Líbano. O seu pai
era governador da cidade síria de Heliópolis e mantinha-a trancada a sete
chaves numa torre – longe da influência cristã. Para encurtar a história,
depois de soltar os longos cabelos da janela para ser batizada, ela é executada
pelo próprio pai.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Era um costume comum da Igreja absorver os símbolos das
deusas pagãs na iconografia de santos e santas, por isso acho fascinante que
Santa Bárbara seja frequentemente mostrada usando uma coroa imponente
semelhante a Atargatis, a Baalat ("Senhora") da Síria . Ela era uma
deusa da criação e fertilidade, responsável pela proteção e bem-estar das
pessoas. Acredita-se que a sua coroa em forma de torre simbolize o seu governo
e proteção sobre as muralhas da cidade sagrada de Heliópolis - onde Atargatis
tinha o seu templo principal.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Heliópolis também era o local dum templo romano dedicado à deusa
da fertilidade Vénus, chamada Vénus Heliopolitana, que se acredita ser uma
versão de Atargatis. Pouco depois da morte de Bárbara, o imperador Constantino,
o Grande, demoliu o Templo de Vénus convertendo-o numa igreja cristã –
posteriormente dedicada a Santa Bárbara.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5i-Q9JVusBa9Qmh4dXbr1I6MnQc9v9OgXPY-oqvo3iAa5wtRo440OnDyf9Fm6n8FEKFu3cff2CaEFyLMJGbkcWGzEH1g165IAg_xtykWqkCYkSp070DfWSVjTU696CAkxJ9U8gVyB6UqYeGAkn1kIQcUwRHXI2gT_rMhRM-gzpoVd7rrbjnUmez2_Uw/s1536/Collages284.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="1213" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5i-Q9JVusBa9Qmh4dXbr1I6MnQc9v9OgXPY-oqvo3iAa5wtRo440OnDyf9Fm6n8FEKFu3cff2CaEFyLMJGbkcWGzEH1g165IAg_xtykWqkCYkSp070DfWSVjTU696CAkxJ9U8gVyB6UqYeGAkn1kIQcUwRHXI2gT_rMhRM-gzpoVd7rrbjnUmez2_Uw/s320/Collages284.webp" width="253" /></a></div>Algumas pessoas acreditam que Santa Bárbara tem relação com
a deusa romana Bona Dea, cuja festa era celebrada na noite de 3 para 4 de
dezembro, o mesmo dia de Santa Bárbara e em algumas imagens, Bona Dea é vista
usando uma coroa na cabeça em forma de torre. Bona Dea, literalmente “a boa
deusa” era a protetora da fertilidade e da prosperidade. Durante a sua festa,
só para mulheres, flores, galhos e videiras eram oferecidas. Vinho, uma poção
de leite e mel e bolos de espelta contavam-se entre os alimentos e bebidas consumidas.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">A pesquisadora e autora Margaret Starbird oferece outra
teoria sobre a identidade de Santa Bárbara. Ela escreve: “Há outra “Senhora da
Torre” há muito negligenciada, cujos ícones incluem belas tranças longas,
vestes vermelhas e um cálice ou “vaso sagrado”. Essa Senhora é Maria Madalena,
cujo título é derivado de “Magdal”, uma palavra de raiz aramaica/hebraica que
significa “torre” ou “fortaleza” e uma variedade de imagens medievais retratam-na
ao “estilo Bárbara” com uma torre. Starbird acredita que durante esse tempo
Maria Madalena foi um símbolo importante para os cristãos heréticos (que
acreditavam que ela trouxe o Santo Graal para a França após a crucificação).
Assim, as muitas imagens da dama da torre vestida de vermelho começaram a ser
atribuídas a Santa Bárbara.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Apesar da teoria de Starbird, várias pinturas medievais
realmente mostram Santa Bárbara e Maria Madalena juntas ou em tríptico com
outros santos, levando algumas e alguns estudiosos a especular que Santa
Bárbara (Maria Madalena?) Era um membro da trindade da Deusa, da Deusa Tripla. Um velho ditado diz:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Barbara mit dem Turm (Bárbara com a torre) Margarethe mit
dem Wurm (Margarida com o dragão) * Katherina mit dem Radl (Catarina com a roda)
Das sind die heiligen drei Madl. (Essas são as três “donzelas” sagradas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">*O “Wurm” é uma antiga expressão para o dragão ou serpente,
também sagrada para antigas deusas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Se Santa Bárbara era Maria Madalena, nunca saberemos, mas
acho provável que ela (Maria Madalena) tenha substituído as divindades pagãs
adoradas na época. Uma razão óbvia é que Santa Bárbara foi removida do
Calendário Litúrgico Católico Romano em 1969 – devido à falta de evidências
históricas da sua existência. Outra pista importante é encontrada na história
de muitos alimentos oferecidos no dia da sua festa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Hoje, no Líbano, Síria, Jordânia e Palestina, o Dia de Santa
Bárbara (em árabe Eid il-Burbara) é comemorado com um prato de cevada cozida ou
trigo moído, tâmaras, sementes de romã, nozes e amêndoas. No norte da Grécia, 4
de dezembro é o dia da festa de Agia Barbara, onde um doce chamado Varvara, um
pudim de trigo cozido, frutas vermelhas, nozes e creme, é servido para
comemorar o dia. No sul da Áustria, os católicos fazem Kletzenbrot ou Sweet
Barbara Bread, uma espécie de bolo de frutas feito com avelãs e rum ou
conhaque.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Na Geórgia, o seu dia de festa, Barbaroba, é a 17 de
dezembro e diz-se que teve origem na festa pagã do sol e da deusa da
fertilidade, Barbale ou Barbol. Panquecas rituais redondas com uma camada âmbar
de recheio amanteigado dourado foram oferecidas à deusa que devolveu luz e vida
à terra. Quando o país se converteu ao cristianismo, os cultos de Santa Bárbara
e Barbale misturaram-se e foram feitos bolos dourados redondos (agora recheados
com feijão) chamados Lobiani. Hoje eles ainda são decorados com o símbolo do
sol.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">No Brasil, Chile, Colômbia, Honduras, México e Venezuela ela
é conhecida como Sante Barbe ou Santa Bárbara Africana. Nascida do sincretismo
entre várias religiões tradicionais da África Ocidental e Central e o
catolicismo romano, ela é frequentemente retratada como Nossa Senhora de
Czestochowa, uma Madona Negra. Curiosamente, as suas representações incluem uma
cicatriz na bochecha semelhante à de Maria Madalena, que geralmente aparece com
uma cicatriz semelhante. Rosas vermelhas e flores, vinho e maçãs vermelhas são-lhe
oferecidas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É uma coincidência que cevada, trigo, romãs, tâmaras, maçãs,
amêndoas e avelãs, juntamente com pão de frutas, papas e panquecas já foram
tradicionalmente alimentos do “dia santo” oferecidos às deusas no mundo antigo?
Não de acordo com Susan Starr Sered, cujo livro Priestess, Mother, Sacred
Sister, Religions Dominated by Women (Sacerdotisa, Mãe, Irmã Sagrada, Religiões Dominadas por Mulheres) explora os muitos
pratos festivos e alimentos sacramentais que servem como marcas das religiões
femininas espalhadas pelo mundo e através dos séculos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnJUK4CDWduDZBIQcelZ4ps5eKPSqXcU4TTqQa8RRGqxVc8Pr55UUimo97P_dFVAhavILKDnbJMw8PCT9md_LIjh5QsGzJrXlZ38_MLYu40Bk0Tg5EqlxCQBhFGqBur214PhuTRV2YbmZOI2y1xb6cgLLIYr8klLNDqhAOi_-EbgP8PjCDkYPOCOL2_Q/s1415/DSC06203greenfairy-002.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1415" data-original-width="1064" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnJUK4CDWduDZBIQcelZ4ps5eKPSqXcU4TTqQa8RRGqxVc8Pr55UUimo97P_dFVAhavILKDnbJMw8PCT9md_LIjh5QsGzJrXlZ38_MLYu40Bk0Tg5EqlxCQBhFGqBur214PhuTRV2YbmZOI2y1xb6cgLLIYr8klLNDqhAOi_-EbgP8PjCDkYPOCOL2_Q/s320/DSC06203greenfairy-002.webp" width="241" /></a></div>Isso traz-me de volta ao Pão de Limão que marcou o meu ponto
de entrada na história de Bárbara. O bolo original provavelmente data da Idade Média,
quando os limões se tornaram populares (e também Santa Bárbara), mas algumas
pessoas sugerem que as suas origens estão no Levante, onde os limões foram
cultivados pela primeira vez. A sua cor pode descender dos bolos de sol
dourados oferecidos às deusas do sol locais - mas quem realmente sabe?<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">O que parece evidente, no entanto, é que provavelmente ele é o descendente dos muitos pratos sagrados, preparados e servidos pelas mulheres
durante esta época do ano. Acho fascinante que Sered argumente que em sistemas
rituais sagrados, onde as mulheres são líderes e participantes, “a ênfase na
comida e na preparação da comida é um dos temas mais claros e comuns” juntamente
com “grandes quantidades de comida elaboradamente preparada” consumida em
banquetes comunitários, onde se bebe e se dança.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Com esse espírito, convido-vos a inaugurarem a próxima
temporada de festas com o Bolo de Santa Bárbara. Quer a invoque como St.
Berbara, Agia Barbara, Santa África Barbara ou Barbale, que o seu banquete de
inverno comece! Adaptei a versão tradicional do bolo de Santa Bárbara
juntando-lhe um pouco da magia da comida do velho mundo. Um punhado de pétalas
de calêndula com as suas cores amarelas brilhantes do sol para Barbal, e em
homenagem a Vénus e Santa Bárbara Africana, um toque de água de rosas e rosas
fundentes para o amor e a fertilidade.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Que a sua época festiva seja alegre e brilhante!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Bolo de Santa Bárbara<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Esta receita é do Gather Victoria's Winter Magic Holiday
ECookbook no Gather Victoria Patreon e foi adaptada de Cooking With the Saints por
Ernst Scheugraf.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ingredientes<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 1 limão<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• ¾ chávena de manteiga amolecida<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 1 chávena de açúcar<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 4 ovos<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 2-3 colheres de sopa de pétalas de calêndula frescas ou
secas<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 1 <a name="_Hlk124342213">chávena</a> de farinha<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 1 ¼ chávena de amido de milho<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• ¾ colher de chá de fermento em pó<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Raspa de Limão e Água de Rosas<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Sumo de limão do seu limão espremido<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 1 chávena de açúcar em pó<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• 1-2 colheres de sopa de água de rosas<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">instruções<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Rale a casca do limão e reserve. Esprema o sumo para um
copo pequeno e reserve.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Numa tigela, bata a manteiga com o açúcar. Bata os ovos.
Misture a casca de limão ralada e as pétalas de calêndula. (lembre-se de
reidratar as pétalas secas em água).<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Em outra tigela, misture a farinha, o amido de milho e o
fermento. Aos poucos, adicione à mistura de manteiga para fazer uma massa dura.
Espalhe numa forma de pão untada. Coza em forno pré-aquecido a 350 graus F por
45-55 minutos, fazendo o teste do palito para ver se já está cozido o
suficiente. Tente não cozer demais, o bolo ficará seco. Retire do forno e deixe
arrefecer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Raspa de Limão e Água de Rosas<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Misture o açúcar de confeiteiro com o sumo de limão.
Adicione a água de rosas e misture em um glacê liso.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Coloque o bolo sobre uma grelha sobre uma forma para
recolher as gotas de glacê. Faça alguns furos no topo do bolo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Despeje a cobertura sobre o bolo e deixe escorrer pelas
laterais. Quando a cobertura endurecer, o bolo está pronto para cortar e
servir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">• Embora seja tradicional servir com apenas uma camada de
glacê – eu gosto de uma cobertura mais grossa, como glacê, sobre a primeira. Se
você quiser uma cobertura mais espessa, precisará fazer um segundo lote de
cobertura usando metade do suco de limão e água de rosas, ou seja, suco de meio
limão e 1 colher de sopa de água de rosas, mas a mesma quantidade de açúcar de
confeiteiro. Espalhe sobre o bolo assim que o glacê original secar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Nota final: há muito mais lendas, muito mais iconografia
religiosa, erudição e receitas por trás das muitas faces de Santa Bárbara do
que tive tempo de incluir aqui. Pode-se escrever um livro de receitas inteiro…"<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><a href="https://gathervictoria.com/2022/12/04/season-of-feasting-st-barbara-christmas-cake/">https://gathervictoria.com/2022/12/04/season-of-feasting-st-barbara-christmas-cake/</a></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Traduzido e adaptado por Luiza Frazão.</p><p class="MsoNormal">*Nota da tradutora<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Imagens do blogue GatherVictoria</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-53264533343565917392023-01-10T22:09:00.003+00:002023-01-10T22:13:44.239+00:00A Ética da Religião da Deusa: Curando o Mundo - Carol P. Christ<p align="center" class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 3.0pt; margin: 3pt 0cm 0cm; mso-outline-level: 1; text-align: center;"><a href="https://feminismandreligion.com/2018/06/25/ethics-of-goddess-religion-by-carol-p-christ/" style="outline: none; text-align: start; transition: all 0.3s ease 0s;" title="12:01 am"><span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 1pt none windowtext; color: #127ea8; font-family: Merriweather; font-size: 9pt; letter-spacing: 0.9pt; padding: 0cm; text-decoration-line: none; text-transform: uppercase;"><time class="entry-date" datetime="2018-06-25T00:01:36-07:00" style="margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"></time></span></a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://feminismandreligion.com/2018/06/25/ethics-of-goddess-religion-by-carol-p-christ/" style="outline: none; text-align: start; transition: all 0.3s ease 0s;" title="12:01 am"><br /></a></div><a href="https://feminismandreligion.com/2018/06/25/ethics-of-goddess-religion-by-carol-p-christ/" style="outline: none; text-align: start; transition: all 0.3s ease 0s;" title="12:01 am"><br /></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://feminismandreligion.com/2018/06/25/ethics-of-goddess-religion-by-carol-p-christ/" style="outline: none; text-align: start; transition: all 0.3s ease 0s;" title="12:01 am"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCuI1OBMCPyu98n6UTpyOkrPHCBtP8glYr9mP18T4lVV_enonFIGynPtIqtsfEMlrXET9tu1v2--tQ8jyzPbtNZnQX2jEDNI86NWI8raDj8DYxW6IzKJx4xbaOHpJQ7ydrJFan_d-uaKQykDmZ52RV5IzxUX3hRb4L2DoaUXa5pf9otWHG9amdTb1PQQ/s1080/317706153_10229026919888235_6286323641498855184_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCuI1OBMCPyu98n6UTpyOkrPHCBtP8glYr9mP18T4lVV_enonFIGynPtIqtsfEMlrXET9tu1v2--tQ8jyzPbtNZnQX2jEDNI86NWI8raDj8DYxW6IzKJx4xbaOHpJQ7ydrJFan_d-uaKQykDmZ52RV5IzxUX3hRb4L2DoaUXa5pf9otWHG9amdTb1PQQ/s320/317706153_10229026919888235_6286323641498855184_n.jpg" width="320" /></a></div><br />JUNE
25, 2018<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; color: #111111; font-family: Merriweather; font-size: 9pt; letter-spacing: 0.9pt; text-transform: uppercase;"><span style="text-align: start;"> </span></span><span style="background-color: transparent;"> </span><p></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Nutre a vida.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Caminha no amor e
na beleza.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Confia no
conhecimento que vem através do corpo.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Diz a verdade
sobre conflito, dor e sofrimento.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Toma apenas o
necessário.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Pensa nas
consequências das tuas ações por sete gerações.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Considera a ideia
de ceifar uma vida com grande moderação.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Pratica grande
generosidade.<o:p></o:p></i></p>
<p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><i>Remenda a teia da
vida.<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Numa entrevista recente no Voices of the Sacred Feminine (Vozes
do Sagrado Feminino), sobre “Gratidão e Partilha: Princípios da Espiritualidade
da Deusa”, Karen Tate pediu-me para rever as “Nove Pedras de Toque” da religião
da Deusa que ofereci em Renascimento da Deusa como uma alternativa aos Dez
Mandamentos . Tate expressou preocupação com a falta de ética social e política
na espiritualidade da Nova Era e em algumas partes do movimento neopagão num
momento em que o discernimento ético e a ação são mais necessárias do que
nunca.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Antes de discutir os princípios éticos do feminismo da
Deusa, é necessário dissipar uma suposição comum de que não pode haver ética na
religião da Deusa porque a ética decorre dum princípio transcendente de justiça
que está fora do mundo. Os teólogos cristãos da libertação geralmente
identificam esse princípio transcendente com o comando da “Palavra de Deus” nas
tradições proféticas da Bíblia. Muitas vezes assumem que esta palavra vem de
fora de nós mesmas/os e da natureza e, como tal, é a única base sólida para a
ética.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em Gaia e Deus, Rosemary Radford Ruether argumentou que
“Gaia”, que é o antigo nome grego para a Mãe Terra, representa o corpo e a
natureza, enquanto “Deus” é o nome da divindade da Bíblia e das tradições
judaica e cristã dele derivadas. De acordo com Ruether, a tradição cristã
dominante adoptou do platonismo os “dualismos clássicos” que separavam a mente
do corpo e o espírito da natureza. Gaia e todas as outras deusas eram vistas
como antitéticas em relação ao Deus cristão, e o corpo e a natureza eram
menosprezadas na teologia cristã e nas práticas ascéticas cristãs. Segundo
Ruether, a crise ecológica do mundo moderno é um dos frutos dos dualismos
clássicos que continuam informando o paradigma científico moderno em que a
natureza é dita como “simples” ou “morta” matéria a ser moldada para os fins
humanos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ruether clama por uma nova teologia feminista ecológica na
qual tanto Gaia quanto Deus sejam reconhecidos. Incorporar Gaia à compreensão
cristã de Deus, diz ela, encorajará os cristãos a respeitar o corpo e a
natureza. Ironicamente, o casamento de Gaia e Deus que Ruether imagina é
moldado pelos dualismos clássicos que ela identificou e criticou em “Mother
Earth and the Megamachine”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em Gaia e Deus, Ruether afirma que a ética não pode ser
derivada de Gaia porque a natureza é indiferente ao bem e ao mal. Em vez disso,
diz ela, a ética deve vir do Deus transcendente conhecido por meio das
tradições proféticas da Bíblia. Embora a contribuição de Gaia seja importante,
Gaia continua sendo a parceira minoritária na nova teologia cristã ecofeminista
que Ruether imagina, incapaz de inspirar ou incutir moralidade nos seres
humanos. Ruether afirma que o movimento feminista da Deusa “precisa” (o
bíblico) de Deus para fornecer padrões éticos tanto quanto os cristãos
“precisam” de Gaia para apreciar o corpo e a natureza.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Mas essa compreensão dualística de Gaia e Deus resiste ao
escrutínio? Gaia realmente precisa de Deus? As feministas da Deusa precisam da
tradição profética para fornecer a orientação ética de que precisamos para
combater as forças do mal no nosso mundo? Os princípios éticos encontrados na
tradição profética realmente derivam de um Deus que está fora do corpo e da
natureza? Os profetas ouviram uma voz que veio de fora da natureza? Ou ouviram
uma voz dentro de si mesmos, enraizada em tradições sociais e culturais que
foram criadas por seres humanos enraizados na natureza?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Recentemente, tenho discutido a sociedade matriarcal
igualitária de Minangkabau, Sumatra Ocidental, conforme descrita por Peggy
Reeves Sanday, em Women at the Center (Mulheres no Centro). O seu sistema ético
tradicional, baseado em nutrir as pessoas necessitadas, é derivado da natureza.
Como Ruether, os Minangkabau reconhecem que a natureza contém o bem e o mal,
mas dizem que optam por afirmar o bem na natureza e rejeitar o mal. Nesse
sentido, fazem uma escolha consciente sobre a qual parte de “Gaia” irão afirmar
e qual a parte que não irão afirmar. No entanto, elas/es não atribuem essa
escolha a uma voz profética que vem de fora do mundo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em vez disso, os Minangkabau baseiam a sua escolha na
observação da natureza e da vida humana. Eles e elas “veem” que a continuação
da vida humana depende de cuidar de bebés e crianças e de cuidar de quem cuida de
bebés e crianças. Igualmente veem como a agricultura requer o cultivo de
sementes e de plantas jovens, o mesmo tipo de cuidado dispensado aos bebés
humanos. Os Minangkabau derivam a sua ética das suas próprias observações da
terra na qual estão enraizadas/os, fazendo escolhas conscientes sobre a melhor
forma de promover a vida humana e outras formas de vida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A teóloga feminista judia Judith Plaskow está firmemente
enraizada na tradição judaica. Como Ruether, Plaskow reconhece que a Bíblia e
as tradições judaica e cristã contêm coisas boas e más. Embora ela seja inspirada
pela preocupação dos profetas com os pobres e fracos, ela reconhece que a
tradição profética é boa e má. A teologia profética visualiza Deus como um ser
masculino dominador que realiza a sua vontade recorrendo à violência, uma
imagem que Plaskow considera preocupante. Por causa da ambiguidade dentro da
tradição profética, Plaskow afirma que ela não pode ser considerada um padrão
para julgar o resto da Bíblia ou a tradição judaica como um todo. Plaskow
afirma que os seres humanos enraizados em comunidades são os que devem escolher
quais as partes de qualquer tradição – incluindo as tradições proféticas – que irão
afirmar e quais as que não irão afirmar. Ela opta por afirmar a preocupação dos
profetas com os pobres e fracos, enquanto rejeita a imagem dos profetas de um
Deus masculino que realiza a sua vontade por meio da violência.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Enquanto escrevíamos Goddess and God in the World (A Deusa e
o Deus no Mundo), Judith Plaskow e eu entendemos que enquanto uma de nós
enraíza a sua teologia em “Gaia” e a outra em “Deus”, permanecemos na mesma
posição hermenêutica e chegamos à mesma conclusão. conclusões éticas. Nenhuma
de nós apela para uma voz transcendente como fonte das nossas teologias. Ambos
afirmamos que selecionamos e escolhemos as partes da natureza e as partes das
tradições que iremos afirmar e aquelas que rejeitaremos. A partir dessa
perspectiva, a afirmação de Ruether de que “Gaia” fornece fundamento, enquanto
“Deus” fornece ética pode ser vista como fundamentalmente inadequada. Em vez
disso, os seres humanos enraizados na natureza e nas tradições são quem cria a
ética.<o:p></o:p></p>
<p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ1zd6hJMGzbola6njBXQRSGlFJ9xJz-HQlNtzXixQlNsSHoDcNHMS0zbp6k3stX3iK5BW0h2qf-JO2at0-FiwNjdK2qNr2u0aCyQipCW2hYazvShEglmmDEHq05S3tS08Dx__2LMEOCy1-P_MVV4kiAqzbW5OLwSQaGRsxpDBloB97FPQomAgLGGPuA/s339/carol-p-christ.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="339" data-original-width="339" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQ1zd6hJMGzbola6njBXQRSGlFJ9xJz-HQlNtzXixQlNsSHoDcNHMS0zbp6k3stX3iK5BW0h2qf-JO2at0-FiwNjdK2qNr2u0aCyQipCW2hYazvShEglmmDEHq05S3tS08Dx__2LMEOCy1-P_MVV4kiAqzbW5OLwSQaGRsxpDBloB97FPQomAgLGGPuA/s320/carol-p-christ.webp" width="320" /></a></div><br />BIO: Carol P. Christ
(1945-2021) foi uma escritora, ativista e educadora feminista e ecofeminista
conhecida internacionalmente. O seu trabalho continua por meio da sua fundação
sem fins lucrativos, o Ariadne Institute for the Study of Myth and Ritual.<span style="text-align: center;"> </span><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><o:p>Original: <a href="https://feminismandreligion.com/2018/06/25/ethics-of-goddess-religion-by-carol-p-christ/">https://feminismandreligion.com/2018/06/25/ethics-of-goddess-religion-by-carol-p-christ/</a></o:p></p><p align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;"><o:p>Primeira imagem - Representação das Fogaceiras de Santa Maria da Feira </o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-38574632436581967632022-10-15T16:50:00.009+01:002022-10-16T12:39:31.020+01:00Uma História Secreta e Simbólica das Romãs e a sua relação com a mito de Deméter e Perséfone<p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyoRbetMrFYIU8RmWPM1MItC9P8Y1V4DHRgfwsEFCIgn2TOPSHNtFfGqkmO1d0oBrIYXnavyl6w3eZKNz1xgwlipulSalSFZPx3qOqiLyiawPV_uISPWvr5xRg9lOdXaINMyHza-hiysPC31fwAYT1Ik88LmpiLCUlMXrWiQ9ilj4Ys8Ub-mrIQSdwdg/s373/ETkg-1kXkAA8RFv.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="373" data-original-width="299" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyoRbetMrFYIU8RmWPM1MItC9P8Y1V4DHRgfwsEFCIgn2TOPSHNtFfGqkmO1d0oBrIYXnavyl6w3eZKNz1xgwlipulSalSFZPx3qOqiLyiawPV_uISPWvr5xRg9lOdXaINMyHza-hiysPC31fwAYT1Ik88LmpiLCUlMXrWiQ9ilj4Ys8Ub-mrIQSdwdg/s320/ETkg-1kXkAA8RFv.jpg" width="257" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Perséfone, Dante Gabriel Rossetti</td></tr></tbody></table>Kate Lebo:<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>Abrir uma é como levantar a tampa duma caixa de joias <o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quando Perséfone volta para sua mãe, o submundo ainda está
nela. Numa versão dessa reunião mítica, Yannis Ritsos escreve:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>Eu ouvi as vossas vozes chamarem por mim;</i></p><p class="MsoNormal"><i>e meu nome era estranho; </i></p><p class="MsoNormal"><i>e os meus amigos eram estranhos; </i></p><p class="MsoNormal"><i>estranha a luz superior com o quadrado, branco puro das casas,</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>os frutos carnudos, multicoloridos, pretensiosos e
insolentes. . .<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal">Perséfone viu as mortas e os mortos, casou-se com o seu rei, comeu três ou quatro ou sete bagos da sua romã. Sua mãe, a deusa da
colheita Deméter, tendo sido esmagada pela dor, recusou-se a permitir que novas
colheitas crescessem até que a sua filha lhe fosse devolvida. Os e as mortais ficaram
famintos e até os deuses temeram que ninguém sobrevivesse para lhes fazer
oferendas. Em outra versão do mito, Zeus foi convencido a fazer com que Hades devolvesse Perséfone. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Deméter, entretanto, recebeu em casa uma rapariga mudada,
enrugada e assustadora, inquieta no império verde de sua mãe. Uma rapariga
casada que ouve e fala dum mundo que Deméter não consegue entender. “A voz é
mais pálida do que os lábios que deixa”, diz Deméter na releitura de Edith
Wharton, a sua alegria transformando-se em confusão.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As romãs são frutas incomuns, “não mais do que um armário de
sementes suculentas”, como Jane Grigson as descreve. Poetas são conhecidos por
comparar esses bagos a joias. Abrir uma romã parece ser um pouco como levantar a
tampa duma caixa de joias, na expectativa, senão na sensação – a menos que
alguém abra uma caixa de joias numa postura defensiva – de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>antecipar um borrifo de vermelho. Dentro da
casca dividida, porém, encontra-se um padrão ornamentado, reluzente e comestível.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoptcI7ZTN2nE0HpLooFZ61YUqkjsw_VGfILFMchRa50p-UqXppD_phGw2E8L5c9m74j63EpTO1p9ipf8vll2U-foo5CrBbx-RHRQkQK-8YKQM475XXjuwaJvvwyn-kou7NjZIKJ3CVZse8SgIiF64xgnS4CzB0mRS9xyyBmkQy8vpZirIgoscdTuqjA/s2048/310517505_10228558339974030_6595698418600552045_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoptcI7ZTN2nE0HpLooFZ61YUqkjsw_VGfILFMchRa50p-UqXppD_phGw2E8L5c9m74j63EpTO1p9ipf8vll2U-foo5CrBbx-RHRQkQK-8YKQM475XXjuwaJvvwyn-kou7NjZIKJ3CVZse8SgIiF64xgnS4CzB0mRS9xyyBmkQy8vpZirIgoscdTuqjA/s320/310517505_10228558339974030_6595698418600552045_n.jpg" width="240" /></a></div>De acordo com a tradição judaica, a romã contém 613
sementes, uma para cada <i>mitsvá</i>. Por milénios, em toda a Europa, Pérsia e
Ásia, nas tradições budista, islâmica, judaica e cristã, as romãs foram
invocadas como símbolo de fertilidade e às vezes esmagadas em câmaras nupciais
para incentivar o nascimento de muitas crianças. Em <i>O Unicórnio em Cativeiro</i>,
uma tapeçaria medieval europeia, que pode ser vista no Met Cloisters, em
Manhattan, um unicórnio senta-se numa pastagem cercada sob uma romãzeira. Ele
parece contente em cativeiro, um símbolo de fertilidade e casamento e da
fertilidade do casamento duma alma com Cristo. O unicórnio parece estar
sangrando das feridas da caçada que o acorrentou àquela árvore. Todavia, numa
inspeção mais apurada, verificamos que as feridas não sangram – elas choram
sementes. O sangue é o sumo da romã.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">A palavra “granada” vem de “romã”, e é assim chamada pelo
modo como uma granada dissemina estilhaços imitando a explosão propagadora de
sementes duma romã ao ser esmagada.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As sementes de romã têm a forma de incisivos — gordas numa
extremidade, onde um rubor de sangue se acumula, estreitando-se na ponta
translúcida, onde a semente poderia, se fosse um dente real, enraizar na
mandíbula. Se acreditarmos na Doutrina das Assinaturas – a ideia de que Deus
escreveu uma linguagem nas plantas que podemos ler para identificar os nossos
remédios –, essa forma significa que as romãs podem aliviar doenças orais. “Uma
infusão forte cura úlceras na boca e na garganta e fixa os dentes”, escreveu
Culpeper.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É estranho para nós agora esse tipo de antropomorfização
que desmembra as plantas em partes humanas em vez de lhes dar personalidades
humanas – reparadores de dentes em forma de dente. A Doutrina das Assinaturas
fazia parte da visão de mundo pela qual as primeiras e os primeiros médicas,
herbalistas e boticárias transformavam um organismo num recurso medicinal
específico, uma alquimia que nós, capitalistas de hoje, certamente entendemos.
“Cada planta é uma estrela terrestre”, como descreve Agnes Arber na sua
história das ervas de 1912, “e cada estrela é uma planta espiritualizada”. O
marketing moderno ignora a Doutrina das Assinaturas e vende o suco de romã como um elixir da juventude, com promessas antioxidantes
que ficam apenas um pouco aquém de ressuscitarem os mortos e as mortas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os taninos no suco de romã, como no bom vinho, equilibram o
ácido e o açúcar e adicionam uma sensação de substância, como se eu estivesse
comendo algo da terra. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As romãs representam a fertilidade, mas também uma pausa na
fertilidade — no mito e na vida.</p><p class="MsoNormal">No mito, Deméter lamenta o desaparecimento da sua filha deixando as colheitas morrerem.
Ela abandona os seus deveres e caminha entre as e os mortais disfarçada no tipo de velha que
pode cuidar das crianças na corte. Nada vai crescer até que sua filha retorne.
E mesmo depois de Perséfone voltar para casa, ela comera a comida dos mortos e das mortas e
deve voltar ao Hades por um quarto ou um terço ou metade do ano, provocando
outro inverno. Esse ciclo de morte e renascimento torna Deméter e Perséfone
empáticas com as e os mortais como nenhuma outra divindade. “Na sua dor e na hora
da morte”, escreve Edith Hamilton na sua antologia de mitos gregos de 1940, “as
mulheres e os homens podiam recorrer à compaixão da deusa que sofria e da deusa
que morria”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">As romãs representam a fertilidade, mas também uma pausa na
fertilidade — no mito e na vida. Na Grécia antiga, Dioscorides recomendou
sementes e casca de romã como controle de natalidade. “Escritos médicos indicam
que a romã foi administrada como um supositório”, escreve John M. Riddle em
Eve’s Herbs – não oralmente, como o mito pode levar-nos a concluir. Ele relata
que, em 1933, as tamareiras foram objeto da primeira experiência que encontrou
compostos estrogénicos em plantas – a primeira confirmação de que a tradição de
controle da natalidade à base de plantas tinha uma base biológica e
cientificamente mensurável (embora os resultados da experiência não tenham sido
duplicados e confirmados por pares até 1966). Experiências posteriores, nas
décadas de 1970 e 1980, sobre os poderes contraceptivos das plantas, descobriram
que ratos fêmeas alimentados com romãs e emparelhados com ratos machos que não
foram alimentados com romãs experimentaram uma queda de 72% na fertilidade. Em
cobaias, a queda foi de 100%. As sementes, raízes e planta inteira não tiveram
efeito; o composto estrogénico estava no fruto — especificamente, na polpa ao
redor da semente. Após 40 dias sem a dieta da romã, a fertilidade
dos roedores voltou.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em algumas versões, Zeus instrui Perséfone a não comer
enquanto estiver no submundo. Quando Hermes a recupera, ela está faminta. Hades
oferece-lhe a sua romã.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs78DjbbDbkiuK0Gd6EfduPUBFfZmGZs_Ez_78B0lE5yOGcwLBstGCEZwqEVZAyMp3FXFNWxOszXOqkH2REoKrdt7AVIUNr5FCOOlucuM7Cj7oStJ1NDZhLgQDDDNG8SMyaaTajg4THdrixH-7C18fKEpAMJ6-GFN9UOFWSu3T4DvAHUJm5ddj5lDZCg/s848/640px-Frederic_Leighton_-_The_Return_of_Persephone_(1891).jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="848" data-original-width="640" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjs78DjbbDbkiuK0Gd6EfduPUBFfZmGZs_Ez_78B0lE5yOGcwLBstGCEZwqEVZAyMp3FXFNWxOszXOqkH2REoKrdt7AVIUNr5FCOOlucuM7Cj7oStJ1NDZhLgQDDDNG8SMyaaTajg4THdrixH-7C18fKEpAMJ6-GFN9UOFWSu3T4DvAHUJm5ddj5lDZCg/s320/640px-Frederic_Leighton_-_The_Return_of_Persephone_(1891).jpg" width="242" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">O Regresso de Perséfone<br />Frederic Leighton</td></tr></tbody></table><br />Em Eating in the Underworld (Comendo no Submundo), de Rachel
Zucker, Perséfone deixa Deméter por escolha própria,<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>Longe de onde o<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>corpo da minha mãe é<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>em toda parte,<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;">uma jornada que imita o
distanciamento maduro (mas ainda doloroso) da filha em relação à <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mãe, que, porque a mãe está em toda parte, deve
ir ao Hades - um deus e um lugar - para se libertar.</p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>Só uma mãe poderia fabricar tal
história:<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>a terra se abriu e me puxou
para baixo.<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i><o:p> </o:p></i>Nesta versão do mito, as romãs representam a persistência da
vida, mas também criam o vínculo matrimonial que rebaixa a primazia das
relações mãe-filha e interrompe a fertilidade. Winter, nesta história, observa a sua filha crescer e tornar-se alguém que não consegue entender. É
fugir da sua mãe para que possa conhecer-se sem sentir-se esmagada pela sua
fertilidade e amor.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O Inverno também significa descanso. Deméter chora e recusa-se
a trabalhar. Com a fertilidade em pausa, um agricultor pode descansar da
agitação de plantar, cuidar, colher, vender, preservar e armazenar antes de
plantar novamente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>Lembre-se, quando me vê,<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>Perséfone diz,<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i>Estou dentro de quem eu era.<o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0cm;"><i><o:p> </o:p></i>A terra onde cultivamos as nossas colheitas é a terra onde
enterramos os nossos corpos. As romãs representam essa mesma contradição, esse
ciclo completo: vida e morte e vida de novo, voltando de novo, voltando
transformada.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">De<i> O Livro dos Frutos Difíceis (The Book of Difficult
Fruit), </i>de Kate Lebo (traduzido e adaptado/remanejado por Luiza Frazão)<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><a href="https://lithub.com/a-secret-symbolic-history-of-pomegranates/">https://lithub.com/a-secret-symbolic-history-of-pomegranates/</a></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-11144468292462266152022-08-09T00:38:00.008+01:002023-10-13T20:45:04.000+01:00Josefa de óbidos - a vida e obra apaixonante duma mulher independente e autossuficiente do século XVII<p> <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggKgWDgjvpUhmbh478JPAlNfvNaIe5mpu7pO8P3feFPlAOE3on_w6EcNuGvzL4w_ePfOx7ihutUmlrLw86BUCrF7_vRiTT1tm2RvtuCeX44-lAsw8_iQyhJpE7UxZ0-vtsNAWHKQjmOJbwbcW4aRQt8RhsRe4as6GlFRj7O9ozZuhb2kacgAbP-D_U8U8p/s324/131_secciones_afronteira-324x160.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="160" data-original-width="324" height="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggKgWDgjvpUhmbh478JPAlNfvNaIe5mpu7pO8P3feFPlAOE3on_w6EcNuGvzL4w_ePfOx7ihutUmlrLw86BUCrF7_vRiTT1tm2RvtuCeX44-lAsw8_iQyhJpE7UxZ0-vtsNAWHKQjmOJbwbcW4aRQt8RhsRe4as6GlFRj7O9ozZuhb2kacgAbP-D_U8U8p/s320/131_secciones_afronteira-324x160.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casa da família, em Capeleira, <br />pintura de Baltasar Gomes Figueira, pai de Josefa de Óbidos</td></tr></tbody></table><br /><br /><span style="font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space-collapse: preserve;">Vivo na terra de...</span></p><div style="font-family: inherit;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><div class="ecm0bbzt hv4rvrfc ihqw7lf3 dati1w0a" data-ad-comet-preview="message" data-ad-preview="message" id="jsc_c_tl" style="font-family: inherit; padding: 4px 16px 16px;"><div class="j83agx80 cbu4d94t ew0dbk1b irj2b8pg" style="display: flex; flex-direction: column; font-family: inherit; margin-bottom: -5px; margin-top: -5px;"><div class="qzhwtbm6 knvmm38d" style="font-family: inherit; margin-bottom: 5px; margin-top: 5px;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw oo9gr5id hzawbc8m" color="var(--primary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><div class="kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Josefa de Óbidos! a solteirona mais famosa do Oeste profundo...</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Viveu aqui a dois quilómetros, desde os 4 anos de idade, numa quinta hoje em ruínas (temos uma cultura tão rica e vibrante espalhada por qualquer recanto das nossas províncias ignaras que nos podemos dar ao luxo de simplesmente desprezar com enjoo algumas das suas jóias com mais potencial para multiplicarem e derramarem o seu brilho pelos incertos corredores do futuro... certo?...). </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Ela viveu numa aldeia à qual deu o nome, Capeleira, ela própria, pintora de capelas.... É uma mulher do século XVII, que aprendeu a pintar com o pai, o pintor Baltazar Gomes Figueira, e depois fez disso um modo de vida. E foi tão apreciada e reconhecida na sua época que dela se diz na Wikipédia:</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"> "Tendo vivido quase sempre na Quinta da Capeleira, nos arredores de Óbidos, a reputação que granjeou era de tal ordem que muitos dos que iam tomar banhos às Caldas da Rainha se desviavam de seu caminho para irem cumprimentá-la."</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVsMosyR3pjFJXHTXBS2LrQ0Ii4H5d_yeg2gfUkaiHUc59zs2dZxpC127tyEEA37346CC8vIaXjKdmYxYteWGgDEZ8mfd68Y7h6uZXuvmfkyy2aqpkOmoR5HWoeu7YJQkHxAR9M9tjUrzIYaEK5GZQy-du_uBDbknJ6OZa7fRPAs6uZtPJXLKPpIDtq24O/s1024/48224256952_ab08905f67_b.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="653" data-original-width="1024" height="204" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVsMosyR3pjFJXHTXBS2LrQ0Ii4H5d_yeg2gfUkaiHUc59zs2dZxpC127tyEEA37346CC8vIaXjKdmYxYteWGgDEZ8mfd68Y7h6uZXuvmfkyy2aqpkOmoR5HWoeu7YJQkHxAR9M9tjUrzIYaEK5GZQy-du_uBDbknJ6OZa7fRPAs6uZtPJXLKPpIDtq24O/s320/48224256952_ab08905f67_b.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Junho </td></tr></tbody></table><br />Deixou uma obra imensa, menorizada, como tem acontecido com a de várias outras artistas que entretanto, diga-se, têm vindo a ganhar cada vez maior visibilidade e protagonismo. Ver o caso emblemático de Frida Khalo, que era a esposa do génio da pintura Diego Rivera, e fazia umas coisas enquanto esperava que ele descesse dos andaimes do centro Rockefeller em Nova York, que enchia de frescos, e hoje para o grande público é simplesmente o marido da Frida... E esperem lá porque a obra de Josefa de Óbidos já entrou no Louvre... embora isso não tenha impedido a sua antiga quinta de permanecer em ruínas... enquanto a casa da Frida é hoje um museu vibrante que um dia acabará por me levar ao México... </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Em conversa com alguém noutro dia, a pessoa tinha a ideia de que Josefa era uma religiosa, uma freira... Na cabeça desta pessoa, uma pintora independente da era do barroco, sem marido a restringi-la da possibilidade de assinar a sua obra com o seu próprio nome e sem família directa a consumir-lhe o tempo e a energia, só poderia ter vicejado à sombra dum convento...</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Pois, lamentei desiludi-la mas não foi o caso, Josefa de Ayala viveu e trabalhou e executou inúmeras encomendas e cuidou da mãe aqui sozinha na Capeleira, junto a Óbidos. Josefa foi, se quiserem, uma Spinster. "Solteirona" será a única tradução possível, mas o termo é mesmo péssimo porque te define em relação ao homem, cuja falta, na lógica da palavra, te mutila e transforma em pura aberração... No fundo e em essência um epíteto ainda mais difícil de resgatar do que o de "bruxa"... Mas nada como levar a ideia para a frente... vamos vendo...</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas por que razão isso há de importar? Porque estamos a falar do séc XVII e não das Serranas da época anterior, pré-inquisição, das nossas amazonas ibéricas, cuja vida era bem mais animada, e colorida... </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Dicen que me case yo:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">no quiero marido, no.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Más quiero vivir segura</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">n'esta sierra a mi soltura,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">que no estar en ventura</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">si casaré bien o no.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Dicen que me case yo:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">no quiero marido, no.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Madre, no seré casada</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">por no ver vida cansada,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">o quizá mal empleada</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">la gracia que Dios me dio.</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Dicen que me case yo:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">no quiero marido, no.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">No será ni es nacido</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">tal para ser mi marido;</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">y pues que tengo sabido</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">que la flor ya me la só,</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">dicen que me case yo:</div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">no quiero marido, no.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Gil Vicente (sec. XVI)</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><span style="font-family: inherit;"><a class="oajrlxb2 g5ia77u1 qu0x051f esr5mh6w e9989ue4 r7d6kgcz rq0escxv nhd2j8a9 nc684nl6 p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of lzcic4wl gpro0wi8 py34i1dx" href="https://l.facebook.com/l.php?u=https%3A%2F%2Fyoutu.be%2FI__AA6PsR4c%3Ffbclid%3DIwAR3n46cTQThvInq1GRsaaTDupnfBYuielLSUDmTRAweqvKv9YMZispKv50s&h=AT25tltEyr5uk_50uPLXyUeIdJArrfyKbp1zz6-Up7wjIuJJ1LS4iM73Wmj0Z7XBS3DXt2ri7mlot3sLoDdb_DQqYu0VZCAq6JlkAb8e25-YXLLr3354njCKRvKqJkAS6eqqjZi_Zt4ytkzIxQ&__tn__=-UK-R&c[0]=AT2m9l8q5Jtb2Iuq_wXpyubz_FL5eAbgNwr6CSEHBe2eI5S2zWTi5cVK9rTon2AUOcdz6q9WZWcRQO_dYruO-N7S1i4EGldQl7z0KauO86qSvMvIEpkXhVK7bjasrevnAK0GmIqb_jnoQ2l2m-fE7VKGrWDqK2i9VvGgtKOzJxEnkDvU7VplPw" rel="nofollow noopener" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; border-color: initial; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation;" tabindex="0" target="_blank">https://youtu.be/I__AA6PsR4c</a></span></div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="font-family: inherit; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhgcN1kt0o7wNaspyKAudeMCo41tIQ7aAj33uNOgXhRDCVpDCbQy9ao2BEZ6-qPZnzjQ4TMiI9UZtWCBdDC3ZoTDxOmxu4lOKYTNYngLcY6h9Gh4rCVpEIRLIJjAXygXku175LKWSL1JwyyxOkr2A7Kzb4KmiDraKqcit7Iik4YbwZnqGdAU2hbSpbrBU2/s960/86258003_10221364036960951_8287272335459745792_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhgcN1kt0o7wNaspyKAudeMCo41tIQ7aAj33uNOgXhRDCVpDCbQy9ao2BEZ6-qPZnzjQ4TMiI9UZtWCBdDC3ZoTDxOmxu4lOKYTNYngLcY6h9Gh4rCVpEIRLIJjAXygXku175LKWSL1JwyyxOkr2A7Kzb4KmiDraKqcit7Iik4YbwZnqGdAU2hbSpbrBU2/s320/86258003_10221364036960951_8287272335459745792_n.jpg" width="240" /></a></div><br />E é isso, vivo na vila que deu o nome a Josefa de Ayala Figueira, hoje conhecida como Josefa de Óbidos, pintora despachada e, claro, muito religiosa, como era próprio da época, mulher independente que por aqui vicejou e não deixou de se inspirar nas belas paisagens e produtos (doçaria, frutos, ostras que abundavam na lagoa de águas então limpas...) do Oeste profundo... </div><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Gosto, sempre que passo pela igreja de Santa Maria (há sempre uma nas antigas terras d@s celtas, se virem bem) e a encontro aberta, de ir espreitar uma das suas obras minhas favoritas, dona Santa Catarina filosofando com os "doutores"...</div></div></span></div></div></div></div><div class="l9j0dhe7" id="jsc_c_tm" style="font-family: inherit; position: relative;"><div class="l9j0dhe7" style="font-family: inherit; position: relative;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div class="l9j0dhe7" style="font-family: inherit; position: relative;"><div class="l9j0dhe7" style="font-family: inherit; padding-top: 500px; position: relative;"><div class="ni8dbmo4 stjgntxs pmk7jnqg" style="font-family: inherit; inset: calc(0% + 0px) calc(0% + 0px) calc(33.3333% + 1.01px); overflow: hidden; position: absolute;"><a aria-label="Pode ser uma imagem de ao ar livre" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l q9uorilb lzcic4wl i09qtzwb n7fi1qx3 pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 tm8avpzi" href="https://www.facebook.com/photo/?fbid=10228187675707655&set=pcb.10228187646226918&__cft__[0]=AZXzvQ8O6aO44Rxo_lupCqnBRtaaLAHaoqqVf4RdQDJ0eXFMCsiwR6DFo5xVnZYTGDpsabBA1iMLFqOm8jM3XZ8euMApBcY_VkfqdSDSj_RF3Fd98u0JK2g-8ji5A3UjAOkGlqcpzHf_UTZSqS41T2AdBZHRfJf2Oy6i4y_CBiNxmw&__tn__=*bH-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: #385898; cursor: pointer; display: inline-block; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; inset: 0px; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: absolute; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="stjgntxs ni8dbmo4" style="font-family: inherit; overflow: hidden;"><div class="do00u71z ni8dbmo4 stjgntxs l9j0dhe7" style="font-family: inherit; height: 0px; overflow: hidden; padding-top: 333.328px; position: relative;"><div class="pmk7jnqg kr520xx4" style="font-family: inherit; height: 333.328px; left: -45.8438px; position: absolute; top: 0px; width: 591.703px;"><img alt="" class="i09qtzwb n7fi1qx3 datstx6m pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 k4urcfbm" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://scontent.fopo4-2.fna.fbcdn.net/v/t39.30808-6/296139782_10228187676947686_2048529031615393238_n.jpg?stp=dst-jpg_s600x600&_nc_cat=104&ccb=1-7&_nc_sid=8bfeb9&_nc_eui2=AeHydm_vKl6ZTRjZ-3xp5UEksubsJwInRvSy5uwnAidG9ObrZnJatMFhjVZCRbnuOr8&_nc_ohc=8N5oKrnMhdQAX90cifL&_nc_ht=scontent.fopo4-2.fna&oh=00_AT85SOeFxE29_albClreuVATzLRMD9DhXp3DomVwYCOrUQ&oe=62F58FE2" style="border: 0px; height: 333.328px; inset: 0px; position: absolute; width: 591.703px;" /></div></div><div class="kr520xx4 j9ispegn pmk7jnqg hzruof5a n7fi1qx3 rq0escxv i09qtzwb opwvks06 linmgsc8" style="border-bottom: 1px solid var(--media-inner-border); border-top: 1px solid var(--media-inner-border); box-sizing: border-box; font-family: inherit; inset: 0px; pointer-events: none; position: absolute;"></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: inherit; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></a></div><div class="ni8dbmo4 stjgntxs pmk7jnqg" style="font-family: inherit; inset: calc(66.6667% + 1.01px) calc(66.6667% + 1.01px) calc(0% + 0px) calc(0% + 0px); overflow: hidden; position: absolute;"><a aria-label="Nenhuma descrição de foto disponível." class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l q9uorilb lzcic4wl i09qtzwb n7fi1qx3 pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 tm8avpzi" href="https://www.facebook.com/photo/?fbid=10228187675987662&set=pcb.10228187646226918&__cft__[0]=AZXzvQ8O6aO44Rxo_lupCqnBRtaaLAHaoqqVf4RdQDJ0eXFMCsiwR6DFo5xVnZYTGDpsabBA1iMLFqOm8jM3XZ8euMApBcY_VkfqdSDSj_RF3Fd98u0JK2g-8ji5A3UjAOkGlqcpzHf_UTZSqS41T2AdBZHRfJf2Oy6i4y_CBiNxmw&__tn__=*bH-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: #385898; cursor: pointer; display: inline-block; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; inset: 0px; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: absolute; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="stjgntxs ni8dbmo4" style="font-family: inherit; overflow: hidden;"><div class="do00u71z ni8dbmo4 stjgntxs l9j0dhe7" style="font-family: inherit; height: 0px; overflow: hidden; padding-top: 165.672px; position: relative;"><div class="pmk7jnqg kr520xx4" style="font-family: inherit; height: 336.953px; position: absolute; top: -28.3594px; width: 165.672px;"><img alt="" class="i09qtzwb n7fi1qx3 datstx6m pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 k4urcfbm" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://scontent.fopo4-2.fna.fbcdn.net/v/t39.30808-6/294634801_10228187677347696_4092748651590832909_n.jpg?stp=dst-jpg_s600x600&_nc_cat=111&ccb=1-7&_nc_sid=8bfeb9&_nc_eui2=AeHKMeWVatyqcYQwekaG0f1jyEsfCLqvzrvISx8Iuq_Ou0auK7ntAbcInOyPP0FvC1k&_nc_ohc=LsS3EBHZlSkAX_z1E-4&tn=Fysd_iDwN1iX7kIE&_nc_ht=scontent.fopo4-2.fna&oh=00_AT-hdZlpJqFZQ3gP98fB1zdjOgVpWYde-xn71L8xe7jxTg&oe=62F59AB7" style="border: 0px; height: 336.953px; inset: 0px; position: absolute; width: 165.672px;" /></div></div><div class="kr520xx4 j9ispegn pmk7jnqg hzruof5a n7fi1qx3 rq0escxv i09qtzwb opwvks06 linmgsc8" style="border-bottom: 1px solid var(--media-inner-border); border-top: 1px solid var(--media-inner-border); box-sizing: border-box; font-family: inherit; inset: 0px; pointer-events: none; position: absolute;"></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: inherit; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></a></div><div class="ni8dbmo4 stjgntxs pmk7jnqg" style="font-family: inherit; inset: calc(66.6667% + 1.01px) calc(33.3333% + 1.01px) calc(0% + 0px); overflow: hidden; position: absolute;"><a aria-label="Pode ser arte" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l q9uorilb lzcic4wl i09qtzwb n7fi1qx3 pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 tm8avpzi" href="https://www.facebook.com/photo/?fbid=10228187676307670&set=pcb.10228187646226918&__cft__[0]=AZXzvQ8O6aO44Rxo_lupCqnBRtaaLAHaoqqVf4RdQDJ0eXFMCsiwR6DFo5xVnZYTGDpsabBA1iMLFqOm8jM3XZ8euMApBcY_VkfqdSDSj_RF3Fd98u0JK2g-8ji5A3UjAOkGlqcpzHf_UTZSqS41T2AdBZHRfJf2Oy6i4y_CBiNxmw&__tn__=*bH-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: #385898; cursor: pointer; display: inline-block; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; inset: 0px; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: absolute; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="stjgntxs ni8dbmo4" style="font-family: inherit; overflow: hidden;"><div class="do00u71z ni8dbmo4 stjgntxs l9j0dhe7" style="font-family: inherit; height: 0px; overflow: hidden; padding-top: 164.656px; position: relative;"><div class="pmk7jnqg kr520xx4" style="font-family: inherit; height: 198.766px; position: absolute; top: 0px; width: 164.656px;"><img alt="" class="i09qtzwb n7fi1qx3 datstx6m pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 k4urcfbm" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://scontent.fopo4-1.fna.fbcdn.net/v/t39.30808-6/296166962_10228187677947711_3207510330105731384_n.jpg?stp=dst-jpg_s600x600&_nc_cat=105&ccb=1-7&_nc_sid=8bfeb9&_nc_eui2=AeE7I5GYS9XvhC6uEHiqScNwc57ajHODHohzntqMc4MeiO4IansEJL0lOjTTrGSSQ94&_nc_ohc=xPtFIAqTzXoAX8Ev_hl&_nc_oc=AQnG41xpKGHNc-ebLvd24EQwU30aqu1DTwCZAyceQ2NIz54jOWnScPIfLFzUFvryOCOKbpqMEIKpGXJ9r_GpYuf4&_nc_ht=scontent.fopo4-1.fna&oh=00_AT_coNi7crWCiREOR4P_xXrkS0LIfXLAOWgijBfmAN41fg&oe=62F65456" style="border: 0px; height: 198.766px; inset: 0px; position: absolute; width: 164.656px;" /></div></div><div class="kr520xx4 j9ispegn pmk7jnqg hzruof5a n7fi1qx3 rq0escxv i09qtzwb opwvks06 linmgsc8" style="border-bottom: 1px solid var(--media-inner-border); border-top: 1px solid var(--media-inner-border); box-sizing: border-box; font-family: inherit; inset: 0px; pointer-events: none; position: absolute;"></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: inherit; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></a></div><div class="ni8dbmo4 stjgntxs pmk7jnqg" style="font-family: inherit; inset: calc(66.6667% + 1.01px) calc(0% + 0px) calc(0% + 0px) calc(66.6667% + 1.01px); overflow: hidden; position: absolute;"><a aria-label="Nenhuma descrição de foto disponível." class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l q9uorilb lzcic4wl i09qtzwb n7fi1qx3 pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 tm8avpzi" href="https://www.facebook.com/photo/?fbid=10228187676627678&set=pcb.10228187646226918&__cft__[0]=AZXzvQ8O6aO44Rxo_lupCqnBRtaaLAHaoqqVf4RdQDJ0eXFMCsiwR6DFo5xVnZYTGDpsabBA1iMLFqOm8jM3XZ8euMApBcY_VkfqdSDSj_RF3Fd98u0JK2g-8ji5A3UjAOkGlqcpzHf_UTZSqS41T2AdBZHRfJf2Oy6i4y_CBiNxmw&__tn__=*bH-R" role="link" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: #385898; cursor: pointer; display: inline-block; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; inset: 0px; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: absolute; text-align: inherit; text-decoration-line: none; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="stjgntxs ni8dbmo4" style="font-family: inherit; overflow: hidden;"><div class="do00u71z ni8dbmo4 stjgntxs l9j0dhe7" style="font-family: inherit; height: 0px; overflow: hidden; padding-top: 165.672px; position: relative;"><div class="pmk7jnqg kr520xx4" style="font-family: inherit; height: 246.234px; position: absolute; top: 0px; width: 165.672px;"><img alt="" class="i09qtzwb n7fi1qx3 datstx6m pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 k4urcfbm" referrerpolicy="origin-when-cross-origin" src="https://scontent.fopo4-1.fna.fbcdn.net/v/t39.30808-6/296149936_10228187678187717_4562577421689151272_n.jpg?stp=dst-jpg_p403x403&_nc_cat=105&ccb=1-7&_nc_sid=8bfeb9&_nc_eui2=AeFnKFFr5jXOmXzF_WY90TvbYatLDyrMtMdhq0sPKsy0x4bApqQ3qmGQMs0ntSGTz6c&_nc_ohc=2LF0u62hZ10AX8VKZpu&tn=Fysd_iDwN1iX7kIE&_nc_ht=scontent.fopo4-1.fna&oh=00_AT_u4piWzEmkH9SSExcUzdMaZ1BXuO6KRfEIK3eavDerRQ&oe=62F5EADA" style="border: 0px; height: 246.234px; inset: 0px; position: absolute; width: 165.672px;" /></div></div><div class="kr520xx4 j9ispegn pmk7jnqg hzruof5a n7fi1qx3 rq0escxv i09qtzwb opwvks06 linmgsc8" style="border-bottom: 1px solid var(--media-inner-border); border-top: 1px solid var(--media-inner-border); box-sizing: border-box; font-family: inherit; inset: 0px; pointer-events: none; position: absolute;"></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: inherit; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></a></div></div></div></div></div></div><div class="stjgntxs ni8dbmo4" style="font-family: inherit; overflow: hidden;"></div></div></div><div style="font-family: inherit;"><div class="stjgntxs ni8dbmo4 l82x9zwi uo3d90p7 h905i5nu monazrh9" data-visualcompletion="ignore-dynamic" style="border-radius: 0px 0px 8px 8px; font-family: inherit; overflow: hidden;"><div style="font-family: inherit;"><div style="background-color: white; color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px;"><div style="font-family: inherit;"><div class="l9j0dhe7" style="font-family: inherit; position: relative;"><div class="bp9cbjyn m9osqain j83agx80 jq4qci2q bkfpd7mw a3bd9o3v kvgmc6g5 wkznzc2l oygrvhab dhix69tm jktsbyx5 rz4wbd8a osnr6wyh a8nywdso s1tcr66n" style="align-items: center; border-bottom: 1px solid var(--divider); color: var(--secondary-text); display: flex; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; justify-content: flex-end; line-height: 1.3333; margin: 0px 16px; padding: 10px 0px;"><div class="bp9cbjyn j83agx80 buofh1pr ni8dbmo4 stjgntxs" style="align-items: center; display: flex; flex-grow: 1; font-family: inherit; overflow: hidden;"><span aria-label="Vê quem reagiu a isto" class="du4w35lb" role="toolbar" style="font-family: inherit; z-index: 0;"><span class="bp9cbjyn j83agx80 b3onmgus" id="jsc_c_to" style="align-items: center; display: flex; font-family: inherit; padding-left: 4px;"><span class="np69z8it et4y5ytx j7g94pet b74d5cxt qw6c0r16 kb8x4rkr ed597pkb omcyoz59 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 qxh1up0x qtyiw8t4 tpcyxxvw k0bpgpbk hm271qws rl04r1d5 l9j0dhe7 ov9facns kavbgo14" style="border-bottom-color: var(--card-background); border-left-color: var(--card-background); border-radius: 11px; border-right-color: var(--card-background); border-style: solid; border-top-color: var(--card-background); border-width: 2px; font-family: inherit; height: 18px; margin-left: -4px; position: relative; width: 18px; z-index: 2;"><span class="t0qjyqq4 jos75b7i j6sty90h kv0toi1t q9uorilb hm271qws ov9facns" style="border-radius: 9px; display: inline-block; font-family: inherit; height: 18px; width: 18px;"><span class="tojvnm2t a6sixzi8 abs2jz4q a8s20v7p t1p8iaqh k5wvi7nf q3lfd5jv pk4s997a bipmatt0 cebpdrjk qowsmv63 owwhemhu dp1hu0rb dhp61c6y iyyx5f41" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><div aria-label="Gosto: 30 pessoa(s)" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><img class="j1lvzwm4" height="18" role="presentation" src="data:image/svg+xml,%3csvg xmlns='http://www.w3.org/2000/svg' xmlns:xlink='http://www.w3.org/1999/xlink' viewBox='0 0 16 16'%3e%3cdefs%3e%3clinearGradient id='a' x1='50%25' x2='50%25' y1='0%25' y2='100%25'%3e%3cstop offset='0%25' stop-color='%2318AFFF'/%3e%3cstop offset='100%25' stop-color='%230062DF'/%3e%3c/linearGradient%3e%3cfilter id='c' width='118.8%25' height='118.8%25' x='-9.4%25' y='-9.4%25' filterUnits='objectBoundingBox'%3e%3cfeGaussianBlur in='SourceAlpha' result='shadowBlurInner1' stdDeviation='1'/%3e%3cfeOffset dy='-1' in='shadowBlurInner1' result='shadowOffsetInner1'/%3e%3cfeComposite in='shadowOffsetInner1' in2='SourceAlpha' k2='-1' k3='1' operator='arithmetic' result='shadowInnerInner1'/%3e%3cfeColorMatrix in='shadowInnerInner1' values='0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.299356041 0 0 0 0 0.681187726 0 0 0 0.3495684 0'/%3e%3c/filter%3e%3cpath id='b' d='M8 0a8 8 0 00-8 8 8 8 0 1016 0 8 8 0 00-8-8z'/%3e%3c/defs%3e%3cg fill='none'%3e%3cuse fill='url(%23a)' xlink:href='%23b'/%3e%3cuse fill='black' filter='url(%23c)' xlink:href='%23b'/%3e%3cpath fill='white' d='M12.162 7.338c.176.123.338.245.338.674 0 .43-.229.604-.474.725a.73.73 0 01.089.546c-.077.344-.392.611-.672.69.121.194.159.385.015.62-.185.295-.346.407-1.058.407H7.5c-.988 0-1.5-.546-1.5-1V7.665c0-1.23 1.467-2.275 1.467-3.13L7.361 3.47c-.005-.065.008-.224.058-.27.08-.079.301-.2.635-.2.218 0 .363.041.534.123.581.277.732.978.732 1.542 0 .271-.414 1.083-.47 1.364 0 0 .867-.192 1.879-.199 1.061-.006 1.749.19 1.749.842 0 .261-.219.523-.316.666zM3.6 7h.8a.6.6 0 01.6.6v3.8a.6.6 0 01-.6.6h-.8a.6.6 0 01-.6-.6V7.6a.6.6 0 01.6-.6z'/%3e%3c/g%3e%3c/svg%3e" style="border: 0px; vertical-align: top;" width="18" /></div></span></span></span><span class="np69z8it et4y5ytx j7g94pet b74d5cxt qw6c0r16 kb8x4rkr ed597pkb omcyoz59 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 qxh1up0x qtyiw8t4 tpcyxxvw k0bpgpbk hm271qws rl04r1d5 l9j0dhe7 ov9facns tkr6xdv7" style="border-bottom-color: var(--card-background); border-left-color: var(--card-background); border-radius: 11px; border-right-color: var(--card-background); border-style: solid; border-top-color: var(--card-background); border-width: 2px; font-family: inherit; height: 18px; margin-left: -4px; position: relative; width: 18px; z-index: 1;"><span class="t0qjyqq4 jos75b7i j6sty90h kv0toi1t q9uorilb hm271qws ov9facns" style="border-radius: 9px; display: inline-block; font-family: inherit; height: 18px; width: 18px;"><span class="tojvnm2t a6sixzi8 abs2jz4q a8s20v7p t1p8iaqh k5wvi7nf q3lfd5jv pk4s997a bipmatt0 cebpdrjk qowsmv63 owwhemhu dp1hu0rb dhp61c6y iyyx5f41" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><div aria-label="Adoro: 27 pessoa(s)" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><img class="j1lvzwm4" height="18" role="presentation" src="data:image/svg+xml,%3csvg xmlns='http://www.w3.org/2000/svg' xmlns:xlink='http://www.w3.org/1999/xlink' viewBox='0 0 16 16'%3e%3cdefs%3e%3clinearGradient id='a' x1='50%25' x2='50%25' y1='0%25' y2='100%25'%3e%3cstop offset='0%25' stop-color='%23FF6680'/%3e%3cstop offset='100%25' stop-color='%23E61739'/%3e%3c/linearGradient%3e%3cfilter id='c' width='118.8%25' height='118.8%25' x='-9.4%25' y='-9.4%25' filterUnits='objectBoundingBox'%3e%3cfeGaussianBlur in='SourceAlpha' result='shadowBlurInner1' stdDeviation='1'/%3e%3cfeOffset dy='-1' in='shadowBlurInner1' result='shadowOffsetInner1'/%3e%3cfeComposite in='shadowOffsetInner1' in2='SourceAlpha' k2='-1' k3='1' operator='arithmetic' result='shadowInnerInner1'/%3e%3cfeColorMatrix in='shadowInnerInner1' values='0 0 0 0 0.710144928 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.117780134 0 0 0 0.349786932 0'/%3e%3c/filter%3e%3cpath id='b' d='M8 0a8 8 0 100 16A8 8 0 008 0z'/%3e%3c/defs%3e%3cg fill='none'%3e%3cuse fill='url(%23a)' xlink:href='%23b'/%3e%3cuse fill='black' filter='url(%23c)' xlink:href='%23b'/%3e%3cpath fill='white' d='M10.473 4C8.275 4 8 5.824 8 5.824S7.726 4 5.528 4c-2.114 0-2.73 2.222-2.472 3.41C3.736 10.55 8 12.75 8 12.75s4.265-2.2 4.945-5.34c.257-1.188-.36-3.41-2.472-3.41'/%3e%3c/g%3e%3c/svg%3e" style="border: 0px; vertical-align: top;" width="18" /></div></span></span></span></span></span><div style="font-family: inherit;"><span class="tojvnm2t a6sixzi8 abs2jz4q a8s20v7p t1p8iaqh k5wvi7nf q3lfd5jv pk4s997a bipmatt0 cebpdrjk qowsmv63 owwhemhu dp1hu0rb dhp61c6y iyyx5f41" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><div class="oajrlxb2 g5ia77u1 qu0x051f esr5mh6w e9989ue4 r7d6kgcz rq0escxv nhd2j8a9 p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql l9j0dhe7 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl gmql0nx0 ce9h75a5 ni8dbmo4 stjgntxs tkr6xdv7 a8c37x1j" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; background-color: transparent; border-color: initial; border-radius: inherit; border-style: initial; border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: inherit; cursor: pointer; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; max-height: 1.3333em; outline: none; overflow: hidden; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 1;" tabindex="0"><span aria-hidden="true" class="bzsjyuwj ni8dbmo4 stjgntxs ltmttdrg gjzvkazv" style="float: left; font-family: inherit; overflow: hidden; text-overflow: ellipsis; width: 100px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="gpro0wi8 pcp91wgn" style="font-family: inherit; padding-left: 6px;">57</span></span></span><span class="gpro0wi8 cwj9ozl2 bzsjyuwj ja2t1vim" style="background-color: var(--card-background); float: left; font-family: inherit; margin-left: -100px;"><span style="font-family: inherit;"><span class="pcp91wgn" style="font-family: inherit; padding-left: 6px;">Rosa Leonor Pedro Lilith, Cristina Grumete e 55 outras pessoas</span></span></span></div></span></div></div><div class="bp9cbjyn j83agx80 pfnyh3mw p1ueia1e" style="align-items: center; display: flex; flex-shrink: 0; font-family: inherit; height: 22px;"><div class="gtad4xkn" style="font-family: inherit; margin-left: 7px;"></div><div class="gtad4xkn" style="font-family: inherit; margin-left: 7px;"><span class="tojvnm2t a6sixzi8 abs2jz4q a8s20v7p t1p8iaqh k5wvi7nf q3lfd5jv pk4s997a bipmatt0 cebpdrjk qowsmv63 owwhemhu dp1hu0rb dhp61c6y iyyx5f41" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><div aria-expanded="true" class="oajrlxb2 gs1a9yip mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o tgvbjcpo hpfvmrgz esuyzwwr f1sip0of n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh lzcic4wl dwo3fsh8 g5ia77u1 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv gmql0nx0 kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h du4w35lb gpro0wi8" id="jsc_c_tn" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; appearance: none; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: inherit; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw m9osqain" color="var(--secondary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;">11 comentários</span></div></span></div><div class="gtad4xkn" style="font-family: inherit; margin-left: 7px;"><span class="tojvnm2t a6sixzi8 abs2jz4q a8s20v7p t1p8iaqh k5wvi7nf q3lfd5jv pk4s997a bipmatt0 cebpdrjk qowsmv63 owwhemhu dp1hu0rb dhp61c6y iyyx5f41" style="align-items: inherit; align-self: inherit; display: inherit; flex-direction: inherit; flex: inherit; font-family: inherit; height: inherit; max-height: inherit; max-width: inherit; min-height: inherit; min-width: inherit; place-content: inherit; width: inherit;"><div class="oajrlxb2 gs1a9yip mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o tgvbjcpo hpfvmrgz esuyzwwr f1sip0of n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh lzcic4wl dwo3fsh8 g5ia77u1 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv gmql0nx0 kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h du4w35lb gpro0wi8" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; appearance: none; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; color: inherit; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v b1v8xokw m9osqain" color="var(--secondary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;">14 partilhas</span></div></span></div></div></div></div><div class="tvfksri0 ozuftl9m" style="font-family: inherit; margin-left: 12px; margin-right: 12px;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 pfnyh3mw i1fnvgqd gs1a9yip owycx6da btwxx1t3 ph5uu5jm b3onmgus e5nlhep0 ecm0bbzt nkwizq5d roh60bw9 mysgfdmx hddg9phg" style="align-items: stretch; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; justify-content: space-between; margin: -6px -2px; padding: 4px; position: relative; z-index: 0;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t d2edcug0 hpfvmrgz rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u n8tt0mok hyh9befq iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 2px; position: relative; z-index: 0;"><div aria-label="Gosto" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl gokke00a" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: none; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u hpfvmrgz taijpn5t bp9cbjyn owycx6da btwxx1t3 d1544ag0 tw6a2znq jb3vyjys dlv3wnog rl04r1d5 mysgfdmx hddg9phg qu8okrzs g0qnabr5" style="align-items: center; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; height: 44px; justify-content: center; margin: -6px -4px; min-width: 0px; padding-left: 12px; padding-right: 12px; padding-top: 0px; position: relative; white-space: nowrap; z-index: 0;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t pfnyh3mw d2edcug0 hpfvmrgz ph5uu5jm b3onmgus iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 4px; position: relative; z-index: 0;"><span class="pq6dq46d" style="display: inline-flex; font-family: inherit;"><i class="hu5pjgll m6k467ps" data-visualcompletion="css-img" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/rsrc.php/v3/yl/r/MxMjw8bf_0J.png?_nc_eui2=AeGFB3lc51aovnCdmCKe3IHogHXO3O1YURCAdc7c7VhREAUlOs47DMqE0NcHV-sgd18"); background-position: 0px -318px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; filter: var(--filter-secondary-icon); height: 18px; vertical-align: -0.25em; width: 18px;"></i></span></div><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t pfnyh3mw d2edcug0 hpfvmrgz ph5uu5jm b3onmgus iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 4px; position: relative; z-index: 0;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v lrazzd5p m9osqain" color="var(--secondary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; font-weight: 600; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;"><span style="font-family: inherit;">Gosto</span></span></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: 4px; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></div><div aria-label="Reagir" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz i1ao9s8h esuyzwwr du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl pphx12oy b4ylihy8 rz4wbd8a b40mr0ww a8nywdso hmalg0qr q45zohi1 g0aa4cga pmk7jnqg gokke00a" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; clip-path: polygon(0px 0px, 0px 0px, 0px 0px, 0px 0px); clip: rect(0px, 0px, 0px, 0px); cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 13px 0px; position: absolute; right: 6px; text-align: inherit; top: 1px; touch-action: none; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><i class="hu5pjgll m6k467ps" data-visualcompletion="css-img" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/rsrc.php/v3/yt/r/ZOp9NMRjAUD.png?_nc_eui2=AeGZmxjQFRyVXXVRLLSW15bjIUFM_d1E5UghQUz93UTlSFs1mE6S-RIaFQd3tdwGFR4"); background-position: -85px -130px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; filter: var(--filter-secondary-icon); height: 16px; vertical-align: -0.25em; width: 16px;"></i><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: inherit; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></div></div><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t d2edcug0 hpfvmrgz rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u n8tt0mok hyh9befq iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 2px; position: relative; z-index: 0;"><div aria-label="Deixa um comentário" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u hpfvmrgz taijpn5t bp9cbjyn owycx6da btwxx1t3 d1544ag0 tw6a2znq jb3vyjys dlv3wnog rl04r1d5 mysgfdmx hddg9phg qu8okrzs g0qnabr5" style="align-items: center; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; height: 44px; justify-content: center; margin: -6px -4px; min-width: 0px; padding-left: 12px; padding-right: 12px; padding-top: 0px; position: relative; white-space: nowrap; z-index: 0;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t pfnyh3mw d2edcug0 hpfvmrgz ph5uu5jm b3onmgus iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 4px; position: relative; z-index: 0;"><i class="hu5pjgll m6k467ps" data-visualcompletion="css-img" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/rsrc.php/v3/yl/r/MxMjw8bf_0J.png?_nc_eui2=AeGFB3lc51aovnCdmCKe3IHogHXO3O1YURCAdc7c7VhREAUlOs47DMqE0NcHV-sgd18"); background-position: 0px -280px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; filter: var(--filter-secondary-icon); height: 18px; vertical-align: -0.25em; width: 18px;"></i></div><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t pfnyh3mw d2edcug0 hpfvmrgz ph5uu5jm b3onmgus iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 4px; position: relative; z-index: 0;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v lrazzd5p m9osqain" color="var(--secondary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; font-weight: 600; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;">Comentar</span></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: 4px; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></div></div><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t d2edcug0 hpfvmrgz rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u n8tt0mok hyh9befq iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 2px; position: relative; z-index: 0;"><div aria-label="Envia isto para amigos ou publica na tua cronologia." class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 mg4g778l pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql pq6dq46d btwxx1t3 abiwlrkh p8dawk7l lzcic4wl" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; background-color: transparent; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-radius: inherit; border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 rj1gh0hx buofh1pr g5gj957u hpfvmrgz taijpn5t bp9cbjyn owycx6da btwxx1t3 d1544ag0 tw6a2znq jb3vyjys dlv3wnog rl04r1d5 mysgfdmx hddg9phg qu8okrzs g0qnabr5" style="align-items: center; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; height: 44px; justify-content: center; margin: -6px -4px; min-width: 0px; padding-left: 12px; padding-right: 12px; padding-top: 0px; position: relative; white-space: nowrap; z-index: 0;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t pfnyh3mw d2edcug0 hpfvmrgz ph5uu5jm b3onmgus iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 4px; position: relative; z-index: 0;"><i class="hu5pjgll m6k467ps" data-visualcompletion="css-img" style="background-image: url("https://static.xx.fbcdn.net/rsrc.php/v3/yl/r/MxMjw8bf_0J.png?_nc_eui2=AeGFB3lc51aovnCdmCKe3IHogHXO3O1YURCAdc7c7VhREAUlOs47DMqE0NcHV-sgd18"); background-position: 0px -337px; background-repeat: no-repeat; background-size: auto; display: inline-block; filter: var(--filter-secondary-icon); height: 18px; vertical-align: -0.25em; width: 18px;"></i></div><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t pfnyh3mw d2edcug0 hpfvmrgz ph5uu5jm b3onmgus iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex-shrink: 0; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 4px; position: relative; z-index: 0;"><span class="d2edcug0 hpfvmrgz qv66sw1b c1et5uql lr9zc1uh a8c37x1j fe6kdd0r mau55g9w c8b282yb keod5gw0 nxhoafnm aigsh9s9 d3f4x2em iv3no6db jq4qci2q a3bd9o3v lrazzd5p m9osqain" color="var(--secondary-text)" dir="auto" style="display: block; font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; font-weight: 600; line-height: 1.3333; max-width: 100%; min-width: 0px; overflow-wrap: break-word; word-break: break-word;">Partilhar</span></div></div><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: 4px; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></div></div></div></div></div></div><div class="cwj9ozl2 tvmbv18p" style="color: #1c1e21; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 4px;"></div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-69156776698534998872022-07-20T22:11:00.011+01:002022-07-21T21:59:01.090+01:00Antigas Histórias da Deusa - Mitos ou Verdades Culturais, Religiosas e Espirituais?<p> </p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdwTISpISFBv3Z6acyZhVLKElruBfN_QUVyU7L_SPUE9vfgjF38i4nnr5ENTBOVlMJp0rYZDvZaYq0SZ1_CXCt2U038G8FYWqb5ATteblHMONgL77GS_LaZM0_haJuBgdcGdYb6yuwEu4pFqK_Or2b5sfrSjIq204DCUOr9GdwS3DfpRvnkzL3LbKU8g/s475/294768588_10228108980940335_9202199309020955319_n.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="475" data-original-width="440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdwTISpISFBv3Z6acyZhVLKElruBfN_QUVyU7L_SPUE9vfgjF38i4nnr5ENTBOVlMJp0rYZDvZaYq0SZ1_CXCt2U038G8FYWqb5ATteblHMONgL77GS_LaZM0_haJuBgdcGdYb6yuwEu4pFqK_Or2b5sfrSjIq204DCUOr9GdwS3DfpRvnkzL3LbKU8g/s320/294768588_10228108980940335_9202199309020955319_n.jpg" width="296" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br /></td></tr></tbody></table>Os antigos acadianos deixaram escrito que a Deusa conhecida como
Mami arrancou catorze pedaços de barro e transformou sete deles em mulheres e
sete deles em homens. Ela criou a vida sobre a terra. No Daomé considerava-se
que a Deusa conhecida como Mawu havia construído as montanhas e os vales,
colocado o sol no céu, e que a vida na terra tinha sido criada por ela. Os
textos chineses registam que a Deusa conhecida como Nu Kwa remendou a terra e
os céus, quando estes foram despedaçados, e assim restaurou a harmonia e o
equilíbrio no universo. Registos mexicanos revelam que a Deusa conhecida como
Coatlicue viveu no alto de uma montanha, numa nuvem, e lá ela deu à luz a
lua, o sol e todas as outras divindades. Hesíodo escreveu que a Deusa conhecida
como Gaia deu à luz o céu e, acasalando-se com ele, deu à luz as outras
divindades. Os textos sumérios dizem-nos que a Deusa conhecida como <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Nammu" target="_blank">Nammu</a> foi
considerada a mãe que deu à luz o céu e a terra, e que Ela supervisionou a
criação da vida por sua filha Ninmah. Os australianos explicam que é à Deusa
conhecida como Kunapipi, que o nosso espírito retorna após a morte,
permanecendo com Ela até ao renascimento seguinte. Nos hieróglifos egípcios,
estava escrito que a Deusa conhecida como Au Sept era a mais antiga das antigas, Aquela da qual tudo proveio.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Nu_Kua#/media/Ficheiro:N%C5%AD_Kua_Shih.jpgsJND0Pu5LXUHNOKfIUaCfOvg/s512/N%C5%AD_Kua_Shih.jpg" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;" target="_blank"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="353" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-OwwXLAiKTahGWP-yU-NpxYAc7kjBEy_CaI8xOM5_YK4nU4czEhbGRhVtEHHo9qEAiIpZCqC7PEQmHD1ABEQr3s5Glfo1HaQXYtW-GS6MLTWKPqmH97AXBi9L2Uh4z3xpcX2f15FiSt6nXgHivDATH59DgpNqoP3YTGsJND0Pu5LXUHNOKfIUaCfOvg/s320/N%C5%AD_Kua_Shih.jpg" width="221" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Deusa Chinesa Nu Kwa</td></tr></tbody></table>Estas são apenas algumas imagens da mulher como divindade,
força primordial da existência, como é concebida por várias culturas. Será
completamente coincidência que a multiplicidade de relatos da mulher como
divindade tenha sido classificada como “mitologia” em vez de como escritura
sagrada e religiosa? Parece haver poucas pessoas nas sociedades ocidentais
contemporâneas que sejam capazes ou estejam dispostas a perceber as histórias da
criação e os relatos de divindades, que foram escritos em tabuletas de argila
ou papiros por culturas antigas, como conceitos verdadeiramente “religiosos”...
separados por geografia, cultura ou cronologia. Eles revelam contemplações
espirituais e conceitos religiosos que se desenvolveram nessas culturas em todo
o mundo, assim como as histórias das Escrituras Hebraicas se desenvolveram na
sociedade primitiva, o Novo Testamento na sociedade cristã primitiva e o
Alcorão na sociedade islâmica primitiva. Alguns afirmam que é uma certa
qualidade “primitiva”, uma “irracionalidade” nos eventos e imagens, que definem
um relato como mito. No entanto, quantas das pessoas que fazem essas afirmações
e criam essas definições se referem ao relato da criação no livro de Gênesis,
ao relato da abertura do Mar Vermelho, ou ao relato de Jesus andando sobre as
águas e alimentando cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes como
mitologia? Todos esses relatos espirituais são experiências e expressões das
culturas do seu tempo. O que antes era desconsiderado como “mito” precisa de
ser reivindicado como verdade cultural, religiosa e espiritual.<br /> <div>Texto elaborado por Jennifer Murphy, @primalwaters, com base no trabalho de Merlin Stone (1984) Ancient Mirrors
of Womanhood (Antigos Espelhos da Feminilidade) <p class="MsoNormal">Tradução de Luiza Frazão</p><p class="MsoNormal">Imagem 1: Grupo de antigas representações da Deusa provenientes da Síria, terceiro e segundo milénio antes da nossa era.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal"><span face="Calibri, sans-serif" style="font-size: 11pt;">Imagem 2: Nu Kwa (clique sobre a imagem) </span></p>
<br /></div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-12223887103501268842022-07-05T21:33:00.004+01:002022-07-09T00:10:57.369+01:00Mulheres Fiandeiras e Tecedeiras: Bruxas e Pagãs, por Max Dashu<p> Uma Revisão</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">POR CAROL P. CHRIST<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ac4k9N604nrRrMZAIk7Ib09OZhfl-VSrJzgU-HxkwS2eBIV32B1pj_3xwtXpnHB4qZNwiQ0Ss4NjBCrq-d1PpWXYYJmE49iCnCjYNSxBm7IuFEvN9wWs9A6QTE9ofgKerrhSW-PTzO5_JZl62j7u_5rs6mm-yqqAskTMbkWM-ADhyoN2eYmN9dDPrQ/s416/carol-christ-banner_smaller.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="206" data-original-width="416" height="158" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1ac4k9N604nrRrMZAIk7Ib09OZhfl-VSrJzgU-HxkwS2eBIV32B1pj_3xwtXpnHB4qZNwiQ0Ss4NjBCrq-d1PpWXYYJmE49iCnCjYNSxBm7IuFEvN9wWs9A6QTE9ofgKerrhSW-PTzO5_JZl62j7u_5rs6mm-yqqAskTMbkWM-ADhyoN2eYmN9dDPrQ/s320/carol-christ-banner_smaller.webp" width="320" /></a></div><i>Witches and Pagans: Women in European Folk Religion
700-1000</i>, de Max Dashu, desafia a suposição de que a Europa foi totalmente
cristianizada em poucos séculos, como nos dizem os historiadores tradicionais.
A maioria de nós aprendeu que, não apenas a Europa se tornou cristã muito
rapidamente, como também que os europeus estavam mais do que dispostos a adotar
uma nova religião que era “superior” ao “paganismo” em todos os sentidos.
Leitoras/es cuidadosas/os do importante novo trabalho de Dashu serão desafiadas/os
a rever os seus pontos de vista. Quando os 15 volumes completos da série
projetada forem impressos, os historiadores podem ser forçados a baixar a
cabeça de vergonha. Isso, claro, pressupõe que os estudiosos lerão o trabalho
de Dashu. É mais provável que a ignorem, mas mais cedo ou mais
tarde – atrevo-me a esperar – a verdade virá à tona.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguDxGxn3YzxAl_hQbvuM7mL34vP8mCFjOWGrNyVpXXy9E05pEt_BkiVwqlwHfuX_epHe4BoQTfWi6H4kX17B3mZLTNdaEdDYTCyWglYGS2OLhShYLUbTkt56B_EDs-hHaf2kzkxCoW0GC-boxeIg7oMV29kgFjVCw8NOc12HGrwBGuNL_klsXN_gT3eQ/s504/cover.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="504" data-original-width="336" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguDxGxn3YzxAl_hQbvuM7mL34vP8mCFjOWGrNyVpXXy9E05pEt_BkiVwqlwHfuX_epHe4BoQTfWi6H4kX17B3mZLTNdaEdDYTCyWglYGS2OLhShYLUbTkt56B_EDs-hHaf2kzkxCoW0GC-boxeIg7oMV29kgFjVCw8NOc12HGrwBGuNL_klsXN_gT3eQ/s320/cover.jpg" width="213" /></a></div>A história foi escrita pelos vencedores – no caso da Europa
por homens cristãos de elite. Esses homens podem ter querido acreditar que os
seus pontos de vista eram amplamente aceites, mas Dashu sugere que não.
Combinando registos artísticos e arqueológicos, Dashu descobre (para dar um
exemplo) que imagens da Mãe Terra amamentando uma cobra estão longe de ser
incomuns e podem até ser encontradas como ilustrações em documentos e monumentos cristãos. Os clérigos enfurecem-se contra as pessoas –
principalmente as mulheres – que continuam a visitar poços sagrados e árvores
sagradas e a praticar rituais de adivinhação e cura invocando poderes pagãos.
Parafraseando Shakespeare: “Acho que o clérigo protesta demais”. Se essas
coisas não acontecessem e não acontecessem com frequência, não haveria
necessidade de condená-las. Usando estas pistas, Dashu fornece novas leituras
intrigantes da coletânea de poemas Edda e das sagas nórdicas.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Ler este livro é como abrir uma caixa cheia de joias
deixadas para nós por ancestrais que nem sabíamos que tínhamos. O grande número de factos
e sugestões de factos é esmagador. A própria Dashu é a primeira a admitir que
ainda não juntou todas as peças numa nova e abrangente história da Europa.
Ainda assim, é difícil negar que, se o seu trabalho for levado a sério, é
exatamente isso que os outros serão inspirados a fazer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Para mim, a parte mais interessante deste livro são as novas
informações sobre os rituais ligados à fiação e à tecelagem. Há muito sei que
as mulheres foram responsáveis por três invenções que marcaram a entrada da
humanidade no Neolítico ou na Nova Idade da Pedra. Estas são a invenção da
agricultura, a invenção da fiação e da tecelagem e a invenção da cerâmica cozida. Há muito entendo que essas invenções envolvem a descoberta de
mistérios de transformação: sementes em plantas comestíveis; lã ou linho em
fios e em tecidos; barro, pela ação do fogo, em potes resistentes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os primeiros trabalhos de Marija Gimbutas sobre as canções
rituais de plantio e colheita das mulheres de sua terra natal, a Lituânia,
demonstraram que as mulheres continuaram a transmitir os “segredos” da
agricultura de geração em geração por milhares de anos. Embora eu estivesse
ciente de que a invenção da tecelagem pelas mulheres era lembrada na tradição
grega posterior das “Três Parcas”, não tinha uma imagem clara das mulheres
transmitindo os “segredos” da fiação e tecelagem por meio de rituais e canções.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYpGp9yoBKGNFkpx6RUVoB45CVj414GHfO6EeumhSuJc7xZDpD6LuFuN-LEuBv1mUDbHbHj93-Z0KP_LGQq8HiiBQPkXAxcpKloHmBIqyMSRgdCm29RxtNPb7sKjU3Rnq3olmhAmOTAVNZrh8DYVUBUZFycRKqdPE_g2QYFyDiZprR6rD5OYoBicdJ6g/s299/spinners-and-weavers.webp" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="299" data-original-width="259" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYpGp9yoBKGNFkpx6RUVoB45CVj414GHfO6EeumhSuJc7xZDpD6LuFuN-LEuBv1mUDbHbHj93-Z0KP_LGQq8HiiBQPkXAxcpKloHmBIqyMSRgdCm29RxtNPb7sKjU3Rnq3olmhAmOTAVNZrh8DYVUBUZFycRKqdPE_g2QYFyDiZprR6rD5OYoBicdJ6g/s1600/spinners-and-weavers.webp" width="259" /></a></div>As mulheres fiam e tecem juntas, o seu trabalho emoldurado
pelas árvores da vida.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Os primeiros capítulos de Bruxas e Pagãos preenchem essa
lacuna. As nossas ancestrais europeias não apenas se sentaram e continuaram com
o trabalho de fiação e tecelagem, como invocavam os poderes femininos – deusas,
ancestrais e espíritos – quando começaram a girar e usaram as suas rocas (varas
de madeira ou varas que seguravam o linho ou lã não fiado) como ferramentas de
adivinhação e varinhas mágicas. (Aqui está uma ideia: por que não substituir as
espadas e facas rituais por uma roca?) Os sacerdotes castigavam as mulheres por
invocarem divindades não-cristãs enquanto teciam e por amarrar símbolos pagãos nos
seus teares. Certa vez, enquanto observava um grupo de velhas gregas cardando
lã, disseram-me que “as nossas mães” ensinaram-nos como fazer isso. Gostaria de
ter-lhes perguntado se o ensino era por meio de música, mas com certeza que era.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma imagem mais clara começa a surgir: as mulheres
preservaram mistérios antigos que celebravam os poderes femininos de
criatividade enquanto realizavam as tarefas do quotidiano. Não foi tão fácil
acabar com essas práticas, porque as mulheres entendiam que as suas canções e
rituais eram essenciais para o florescimento contínuo da vida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Obrigada, Max, pelo seu trabalho brilhante. Que ele mude a
forma como vemos o mundo!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">BIO: Carol P. Christ (1945-2021) foi uma escritora, ativista
e educadora feminista e ecofeminista internacionalmente conhecida. O seu
trabalho continua por meio da sua fundação sem fins lucrativos, o Instituto Ariadne
para o Estudo do Mito e do Ritual.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Texto original:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><a href="https://feminismandreligion.com/2022/07/04/the-legacy-of-carol-p-christ-weaving-and-spinning-women-witches-and-pagans-by-max-dashu-a-review/">https://feminismandreligion.com/2022/07/04/the-legacy-of-carol-p-christ-weaving-and-spinning-women-witches-and-pagans-by-max-dashu-a-review/</a><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-58652543519290898812022-06-20T12:46:00.005+01:002022-06-20T12:54:18.984+01:00Conferência da Deusa Portugal 2022 - uma experiência única e inesquecível<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-ixZEQTHNudik3onrncKoFao65d1XsSsUehi50mPphzCt_MxcU-uDEVkIWkVJmc8DGpVlfKIWwdKLcPEBhmfJ2vedb2Axu5KraUcDg5hZsJhmSJVSywPYWV4BzByyagTX_cr0AMczP9G1A022RhvAEdFbtmwmgQAAIuY-DMoTRCFWh_1_pojwUxUHqA/s1080/280664298_10227744278463001_6816430627290650547_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="810" data-original-width="1080" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-ixZEQTHNudik3onrncKoFao65d1XsSsUehi50mPphzCt_MxcU-uDEVkIWkVJmc8DGpVlfKIWwdKLcPEBhmfJ2vedb2Axu5KraUcDg5hZsJhmSJVSywPYWV4BzByyagTX_cr0AMczP9G1A022RhvAEdFbtmwmgQAAIuY-DMoTRCFWh_1_pojwUxUHqA/s320/280664298_10227744278463001_6816430627290650547_n.jpg" width="320" /></a></div>Esta Conferência, realizada entre 13 e 15 de Maio deste ano,
foi a segunda do género, tendo a primeira tido lugar na mesma área de Sintra,
Quinta dos Lobos, em Maio de 2019. Ficou estabelecido na altura que seria um
evento bienal e que o seguinte seria em 2021, mas a pandemia trocou-nos as
voltas e obrigou-nos a adiar até 2022. As circunstâncias continuavam
desafiantes, mas mesmo assim em Janeiro decidimos prosseguir com a
concretização do nosso projecto, fosse como fosse, e conseguimos. E tudo
aconteceu como um milagre, um portal que se abriu por vontade e mão da Deusa,
um céu que clareou. Justamente, porque em honra estavam as Deusas solares!...<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Na véspera, conseguimos criar o Templo da Mãe do Fogo na
quinta Ten Chi. Esvaziámos o espaço, lavámos, limpámos e enfeitámos com os
estandartes de Lydia Ruyle que nos chegaram dos Estados Unidos e com outros
igualmente maravilhosos criados pelas Sacerdotisas de cada Círculo, nove ao
todo. E cada uma delas decorou também o altar lateral da respectiva direcção.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzLsnKJcb0U0E06-bM_J5A0C4kw1PRece2MAQRxsl2lJjZGIaJKpxtIMCWUWX-ZW9xW2x931qsXLqxTL8oDZWHzosZxyjLlH1gI9WK0vJcvvlLNWGVp4EAb_aLvJp2n4d6PR6IHUktZ9wjNiczt8dO861vi_YaaS9ObMVGdzQFLuLOfR_-zyZPCcilwA/s2048/280754543_10227747181095565_8497022910810123582_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzLsnKJcb0U0E06-bM_J5A0C4kw1PRece2MAQRxsl2lJjZGIaJKpxtIMCWUWX-ZW9xW2x931qsXLqxTL8oDZWHzosZxyjLlH1gI9WK0vJcvvlLNWGVp4EAb_aLvJp2n4d6PR6IHUktZ9wjNiczt8dO861vi_YaaS9ObMVGdzQFLuLOfR_-zyZPCcilwA/s320/280754543_10227747181095565_8497022910810123582_n.jpg" width="320" /></a></div>Estava montado o cenário desta festa da Deusa, que incluía
os espaços exteriores, como o altar à Deusa Maia, o espaço do mercado, a
bilheteira e… por último mas de primeiríssima importância, a cozinha, onde a
Cristiana e a Goreti, apoiadas por outras almas generosas e prestativas,
fizeram a magia que garantiu sustento e abundância a todo o staff, bem como a
todas e a todos os participantes que previamente encomendavam a sua refeição.
Este foi mais um sonho que aqui se manifestou de forma ainda mais completa e
perfeita e profissional do que a inicialmente imaginada, com ingredientes de
primeira qualidade e tudo equilibrado com muita alegria, sentido de humor, amor
e graça.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4r5FiLnb7AMobbo-UfvtOdSmhWu2NvSVBz4Ml7K503skY7gVXy3oCLwWFYmFhNl84kbI5Yl9loXypqv4QveCuizdYm9kvN12BXYoWN7PHMHXzDYrZtyN9YpED5FR7YyLXIk7Esqyi_Zrg5d6rtmXePC1VLwVdukIteTQWxllX1fGCZ6C7p-UnDS0mqg/s2048/284320849_10227878043967055_7449308668046457366_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4r5FiLnb7AMobbo-UfvtOdSmhWu2NvSVBz4Ml7K503skY7gVXy3oCLwWFYmFhNl84kbI5Yl9loXypqv4QveCuizdYm9kvN12BXYoWN7PHMHXzDYrZtyN9YpED5FR7YyLXIk7Esqyi_Zrg5d6rtmXePC1VLwVdukIteTQWxllX1fGCZ6C7p-UnDS0mqg/s320/284320849_10227878043967055_7449308668046457366_n.jpg" width="240" /></a></div>À hora prevista do dia 13 de Maio, dia em que na nossa
tradição acolhemos a Senhora do Verão, depois das boas-vindas dadas pela nossa
Melissa Mãe, a Sacerdotisa Cristina Grumete, pela segunda vez desde a primeira
edição da Conferência, realizámos a cerimónia de abertura, que envolveu, como
todas as outras, as nove Sacerdotisas do Grupo Cerimonial e as nove
Sacerdotisas do Círculo. Foi quando introduzimos no espaço do Templo o Fogo
sagrado de cada uma das nove<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>direcções,
incluindo o Centro, e quando oferecemos à Mãe do Fogo as flores que havíamos
levado, e também canções que exprimiam a nossa intenção para aqueles três dias
de devoção, que era essencialmente a de reativarmos o nosso Fogo interior, de
renovarmos a nossa energia, a nossa fé na Deusa e na Vida, de reafirmarmos a
nossa coragem e a nossa alegria de viver.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Nestes três dias, trabalhámos com o Sol triplo, o sol do
meio-dia, de Trebaruna, o sol poente, de Sul/Sula/Chula/Sulis, e o sol da
madrugada, de Aurora. Recebemos bênçãos das águas quentes de cura de Sula, como
as de São Pedro do Sul, as das Caldas da Rainha, do Marvão, de Chaves e outras
levadas de termas conhecidas do nosso território. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>No sábado, abrimos o dia com uma cerimónia em que honrámos
especialmente essas águas e com Sula fizemos a travessia pelo reino das nossas
sombras, para à noite A encontrarmos através das Suas Sacerdotisas e Sacerdote.
No domingo honrámos Aurora pela madrugada e saímos em procissão cantando e
celebrando o corpo da Deusa em que se transforma a sagrada paisagem da serra de
Sintra.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh__pGjvorM0Ou9emiaOKb0sWKVHXXdrbkdfIXzvtQ5OabQYUMxj1oEg5QUlZ96G95CC4ako1rV8PGKcuOMefbmeJiL_G1UV7rd7n9gCB6OTbpgjV23enccOY87UeHxur_b4nTmLMi4iX_mafaUc2P17B9rSEca7qUPryhJZzP9v5smxPAJhm-lGPAqzw/s701/282318511_10158591946822793_2164486150684548282_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="701" data-original-width="526" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh__pGjvorM0Ou9emiaOKb0sWKVHXXdrbkdfIXzvtQ5OabQYUMxj1oEg5QUlZ96G95CC4ako1rV8PGKcuOMefbmeJiL_G1UV7rd7n9gCB6OTbpgjV23enccOY87UeHxur_b4nTmLMi4iX_mafaUc2P17B9rSEca7qUPryhJZzP9v5smxPAJhm-lGPAqzw/s320/282318511_10158591946822793_2164486150684548282_n.jpg" width="240" /></a></div>Sobre as comunicações, as nossas palestrantes e o nosso
palestrante foram Mary Sharratt, que nos falou sobre a sua obra focada em
mulheres ímpares cujo lugar na história precisa de ser reconhecido e
valorizado; Rosa Leonor Pedro, que nos falou da mulher dividida pelo
patriarcado. Mike Jones ensinou-nos a ler a paisagem sagrada e a explorar as
dimensões secretas da Deusa na Sua natureza; Kathy Jones falou-nos da terra
mágica de Glastonbury/Avalon e do Templo que aí criou há cerca de vinte anos;
Laura Ghianda abordou o tema do feminino activo e solar e de dualismos injustos
e redutores. Eu mesma falei de vestígios de antigos cultos a Deusas solares no
nosso território. Marta Blanco Fernández esteve impossibilitada de viajar desde
Espanha por razões de saúde, mas enviou-nos em vídeo a sua comunicação, baseada
na tese de doutoramento que defendeu há alguns meses na universidade de
Alicante,<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>"Origem, demonização e sobrevivência do divino feminino
na Península Ibérica: uma aproximação desde a tealogia e o ecofeminismo",
que vos convidamos a ver e a ouvir no canal do Youtube da Conferência da Deusa
Portugal: <a href="://youtu.be/CvdRpxS6u0o" target="_blank">://youtu.be/CvdRpxS6u0o</a></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Embora o termo "Conferência" evoque ênfase no
aspecto mental, naquelas que são dedicadas à Deusa não é o caso. No entanto,
este é também um aspecto importante. Honrando e valorizando o estudo académico
e a investigação relativa no caso à mulher, à Deusa e ao sagrado feminino em
geral, que expandem a nossa visão e dão estrutura, enraizando e fortalecendo o
nosso trabalho.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Referir ainda Elaine Wattam, que também veio de Glastonbury
e nos ofereceu um belo workshop inspirado no fogo de Brígida, como sua
Sacerdotisa que é, bem como de Avalon.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Acrescentar também a participação da Sacerdotisa do Templo
das Rosas, Ouassima Issrae, que nos apresentou o seu Templo e nos ofereceu a
magia da Rosa.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Pode ver mais sobre os temas abordados no site da
Conferência:</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><a href="https://www.conferenciadadeusa.com/">https://www.conferenciadadeusa.com/</a></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGw7r91l5QijyUPWIFOdZmQA72nFiIX_hEpLXl0Le_ur3TXn9P5vyhhI47s8yRDBU_E0XkjLKUqwkAKXTMziOvJahrs1JnaMy8J_C2nN98IXoT0D2hM2xsnWOITcoTPUFsSCA4oux7xkBS-jwFSKqys0tc2sYXQIhq8K7w4rONw0pnGlDySdAF_5iOYg/s1920/280490522_10227727186195705_2287588017363341212_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1440" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGw7r91l5QijyUPWIFOdZmQA72nFiIX_hEpLXl0Le_ur3TXn9P5vyhhI47s8yRDBU_E0XkjLKUqwkAKXTMziOvJahrs1JnaMy8J_C2nN98IXoT0D2hM2xsnWOITcoTPUFsSCA4oux7xkBS-jwFSKqys0tc2sYXQIhq8K7w4rONw0pnGlDySdAF_5iOYg/s320/280490522_10227727186195705_2287588017363341212_n.jpg" width="240" /></a></div>Ao nível das performances, fomos muito abençoadas e
abençoados com tanta dança maravilhosa, como o do fantástico Saucco de Trivia,
de Madrid; a de Ana Bergano, Ikny Falcão e das bailarinas do espaço Reyel e
ainda a de Tara Chantelle Gomez, que foi uma muito agradável surpresa. A sua
arte, como a das restantes bailarinas e bailarino elevaram-nos a uma dimensão
muito sagrada do Templo antigo e das suas bailarinas, que incorporavam a Deusa
através da beleza da música e da dança. Danças circulares, criando integração,
elevação de alma e profunda conexão e comunhão também não faltaram, graças às
Sacerdotisas Juliana Di Avalon e Sandra Coelho e ainda às alunas da primeira
Espiral da formação de Sacerdotisa do Jardim das Hespérides, que nos trouxeram,
através da dança, a energia alegre, auspiciosa e divina da Rainha do Verão.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Agradecer ainda o concerto de taças e gongos que Rafael
Narciso nos ofereceu no serão de sábado, dia 14 de Maio.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Fomos ainda abençoadas/os com tradutoras diligentes e
incansáveis, das quais destaco Xénia Bendit, que, com graça e competência,
acumulou essa função com outra de grande responsabilidade como Sacerdotisa do
Círculo. Tivemos ainda o imenso privilégio de ter a talentosa Sara Miguens como
nossa fotógrafa oficial! (Atenção que estas aqui ainda não são as suas fotos, que ainda estão em
fase de edição).</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Também um destaque especial para as nossas Melissas,
femininas e masculinas, que bem-dispostas, amorosas e eficientes, tiveram um
papel indispensável para que tudo corresse tão bem. </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis8Bsae1M64E1vIZbLtqNc94R3FzLM3V6QgfyMUYrNBLBL8fBYepjojAhrX5_bBn6QvoOkndjjxut3citaUWooHjBEBruoVXNeESAbfap8pHft2wko8HzVJ5T1gshfjDAdk77lO-YgwCxUiO0twQxtWode6gEqvKOPqUOp_1nsokS3lOidQ38pcrpXQg/s2048/282610766_5514437811901031_8558986229913556346_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="2048" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis8Bsae1M64E1vIZbLtqNc94R3FzLM3V6QgfyMUYrNBLBL8fBYepjojAhrX5_bBn6QvoOkndjjxut3citaUWooHjBEBruoVXNeESAbfap8pHft2wko8HzVJ5T1gshfjDAdk77lO-YgwCxUiO0twQxtWode6gEqvKOPqUOp_1nsokS3lOidQ38pcrpXQg/s320/282610766_5514437811901031_8558986229913556346_n.jpg" width="320" /></a></div>Foram quase três anos
de intensa preparação e muitos desafios, uma pandemia e um conflito na Europa,
que nos obrigaram a dois adiamentos. Tivemos pessoas que saíram e outras que
entraram, quase até ao último momento, e tudo isso nos obrigou a alterações,
reajustes e acertos na programação, alguns quase em cima da hora. No final,
porém, miraculosamente, tudo acabou por se adequar da forma mais harmoniosa,
bela, orgânica e amorosa. E a grande lição que recebemos foi que o mais
importante, depois de fazermos com empenho tudo o que estiver ao nosso alcance,
é confiarmos, mantendo o foco e o amor no coração. A Deusa sempre faz o resto!<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>A energia reajustou-se por si própria e tudo fluiu, e o que
sentimos foi a bênção duma imersão de três dias na maravilhosa dimensão do
Jardim das Hespérides, uma experiência indescritível, numinosa. Nós apenas nos
dispusemos a senti-La, criámos o cenário e as circunstâncias e a Deusa
manifestou-se, o Seu Jardim Dourado abriu-se e todas e todos pudemos sentir a
Sua energia profundamente curadora e transformadora.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Alguns testemunhos:</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>A minha primeira participação numa conferência da Deusa foi
uma experiência mágica e inesquecível. Assim que cheguei à quinta senti-me bem-vinda e fui
amavelmente recebida e acolhida por todas as irmãs e irmãos experientes, que já
são Sacerdotisas e Sacerdotes da Deusa. O que vivi na conferência durante os três dias foi
inesquecível. Desde a partilha de amor, de fraternidade, de amizade, de
sorrisos, de gargalhadas, de música, de danças, de comida deliciosa, de força,
de coragem, de conhecimento, de cura, de ajuda, de consciência, de respeito e
de bênçãos.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>E o mais importante, senti ainda mais o amor incondicional
da Deusa em mim. Regressei a casa feliz, com o coração quente de tanto amor e
amizade que recebi, e também dei.</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Sandra Monteiro</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>……………………………………………………..</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Grata à Deusa e a todas as mulheres e homens que fizeram
esta Conferência da Deusa Portugal - Maio de 2022 acontecer e que estiveram
presentes.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Foi uma honra e um prazer poder participar nesta celebração
às Deusas Solares.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Quando disse SIM estava longe de imaginar o lugar bonito que
iria ocupar. Foi uma bênção, uma alegria e uma aprendizagem maravilhosas.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Sinto que todos demos o nosso melhor e que estamos realmente
a construir um mundo onde os nossos corações podem respirar e expressar-se em
amor.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal">Mónica Campanhã</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>……………………………………………...........</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Ainda integrando todo o amor que recebi na Conferência da
Deusa Portugal, que aconteceu no último fim de semana na Quinta Ten Chi, na
qual tive a oportunidade de ajudar como Melissa.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Este evento acontecerá novamente em 2024 e eu recomendo para
aquelas e aqueles que sentem o apelo do culto da Deusa!</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Sou especialmente grata por esses momentos de pura conexão e
lembranças de minhas vidas passadas, pelas almas incríveis que conheci, e
principalmente pela oportunidade de estar ao serviço de um evento tão
importante para os tempos que estamos a viver!</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>EM AMOR E DEVOÇÃO</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Sarasvati Yarah</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>……………………………………………………..</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>Dias maravilhosos na Conferência da Deusa Portuguesa. Luiza
e sua equipa fizeram um trabalho incrível, apesar de muitos obstáculos no
caminho. Pessoas adoráveis e muito foco, alegria e devoção à Deusa. Foi muito bom fazer parte deste grande evento da Deusa e
partilhar tempo com você, Laura, e todos os amigos portugueses e espanhóis. Foi
uma experiência desafiadora e difícil na sua criação, mas tudo finalmente se
encaixou magnificamente. Sinta-se orgulhosa, fique feliz. As teorias são boas,
mas a prática é o que conta - como somos uns e umas com as outras e com a
Deusa, como enfrentamos desafios.</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Kathy Jones</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>…………………………………………………………........</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>Eu e o meu companheiro estamos maravilhados com este evento.
Vocês tocaram nosso coração. Pratico a arte desde os meus 13 anos e nunca
estive em uma cerimônia tão linda, tão poderosa e tão tocante de alma como
aquelas em que participámos lá. Obrigado.</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Hud Alex Dalla Vecchia</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>……………………………………………………</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>O FOGO SAGRADO DA DEUSA</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Ontem caminhei com o meu bastão invisível na procissão das
mulheres e homens que no fim da Conferência da Deusa percorreram um pequeno
caminho no coração de Sintra…e com os pés batendo na terra faziam ouvir os
tambores como um só coração, fazendo ecoar em mim memórias de velhos
cantos e que em coro, agradeciam à Deusa
o esplendor do dia e todas as dádivas terrenas de que somos prodigalizados, nós
mulheres e homens, apesar da fome e das guerras e da miséria humana... e sentir
esperança na Humanidade.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>E tudo isto foi possível pelo esforço e entrega de algumas
dezenas de mulheres que quero homenagear, porque fez eclodir no meu peito uma
epifania, sentir o milagre da unidade, no corpo e na alma, ao ver a face da
Deusa reflectida em cada mulher abençoada pela sua dádiva.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Eu vi mulheres brotando e florescendo como nascidas do
ventre da Terra cantando cheias de reconhecimento e generoso afecto que
prodigalizavam ao seu redor, honrando a dádiva da Deusa… e vi-me eu mesma, mais
uma vez nascida do seu ventre e de todas as mulheres em osmose como parteiras
que ampararam dores e choros e elevaram a minha alma em êxtase sereno com os
seus sorrisos e manhas …</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>E vi no seu canto, o olho da pequena coruja, inteligente e
atenta todo o tempo ...ela via tudo em silêncio …e escondia-se sagaz… e vi ainda uma sereia alada… e uma naga
escondida na floresta…e vi também um trolle e uma fada…Vi um gnomo delicioso e
uma donzela assustada e vi a bruxa rabugenta sempre a praguejar palavras entre
dentes… Vi jovens e velhas e mulheres maduras serem transformadas e vi nos ares
entre todas as deusas, a encantadora de
serpentes… Lilith, que sibilando, atravessava todos os espaços e se insinuava
entre as mulheres erguendo-as na vertical ao encontro de si mesmas, mediadoras
do ceu e da terra, unindo os elementos… </i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Quero agradecer a todas as mulheres que vieram até mim e me
abraçaram e agradeceram aquilo que eu escrevo, mas que vem delas para mim
porque é nelas que me inspiro e é delas que vem o que sinto e sei, por osmose e
empatia feminina… como sendo minhas irmãs e mães e filhas que não tive…e porque
sei que todas somos filhas da Deusa.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Quero agradecer à mulher doce e genuína, com o seu véu vermelho (Tara Chantelle Gomez), que nos
seus sublimes passos mágicos de dança em
círculo e com gestos de eternidade, me fez lembrar que todas somos a vida o
renascimento e a morte ...e também no final, a todas as mulheres empoderadas,
vestidas de dourado, que em apoteose, nos espelharam nos seus espelhos de miríades de cores, a lembrar que somos Ela, e
belas... culminando assim este encontro de deusas e mulheres e de alguns homens especiais que também abracei…</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Quero agradecer a todas as mulheres presentes, lamentando
sinceramente as ausentes, às Sacerdotisas e as Melissas todo o seu cuidado e
serviço à Deusa…e em especial à Luiza
Frazão a sua fé, a sua persistência e a audácia de acreditar e trazer para esta
realidade tangível o que era apenas um sonho meu de menina e adolescente…</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Gratidão eterna a toda as mulheres que ecoaram o meu
coração!</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p>Rosa Leonor Pedro</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>………………………………………………………</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Mais do que um Sonho, um Chamamento e um Legado.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Fica o registo, para quem o sentir e desejar viver ou
reviver desta forma.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Ela</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>No Caminho que me levava para os braços da Deusa, a partir
de casa, enquanto me dirigia para a Conferência em seu Nome, senti o ímpeto de
colher flores. Flores para Ela. Colhi-as então,
de cor rosa, branca, azul-lilás,
compondo um lindo ramo que coloquei, em reverência, no solo que me acolheu. Foi assim a minha
chegada, numa sentida homenagem ao Seu Colo e ao Seu Seio, que tanto me
nutriram nestes dias.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Dias indubitavelmente mágicos, irreais, mas, paradoxalmente,
muito mais reais do que tantos outros.
Dias plenos de fascínio e beleza.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Entrei no espaço em plena consciência, procurando honrar cada Altar com a minha
atenção muda e respeitosa.</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Foram intensas todas as experiências que se seguiram,
vibrantes de Vida, fazendo com que eta e Ela pulsasse por todo o nosso ser: o
sangue correndo mais quente nas veias, o coração batendo ao ritmo das
vivências, umas vezes descompassado, outras envolto na mais profunda paz.</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Entreguei-me a Ela o mais que consegui, deixando que me
conduzisse por tempos, espaços e códigos repletos de significado.</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Inolvidável, mais
além do esperado, tudo o que vivi! A
honra que me coube junto a uma das senhoras mais distintas que já conheci, Rosa Leonor Pedro Lilith. O poema dito e tão visceralmente sentido por
Amala e por todas e todos os que o recebiam, tendo a Sacerdotisa cumprido e
honrado subliminarmente a missão oferecida por uma das maiores escritoras e
defensoras da Mulher.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>As pessoas que conheci - porque assim estava escrito -
pessoas cuja afinidade e amor fraterno se refectiu nos abraços que consolam e
chegam até à alma.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Ainda não desci o suficiente até este plano, talvez.
Continuo imersa em beleza, embevecida por tudo o que recebi. Tudo foi
perfeito, desde o afago envolvente das
árvores, o lago de nenúfares com o leve
coachar pela noite fora. A mensagem que recebi à chegada, que me disse, em tom preciso, exactamente, o
que precisava ouvir. Os Altares. O Grupo Cerimonial. As Sacerdotisas. Toda a
equipa, que tão gentilmente me acolheu. As Mensagens essenciais das Oradoras. A
Música. O Som do Gongo. O Som do Tambor. O Som das nossas Vozes. As Danças Circulares. A Cerimónia Noturna. Os
desafios. Os pirilampos que me acompanharam pela caminhada noturna na serra,
para ver o Castelo dos Mouros iluminado. As confidências trocadas, a cair de
sono, com os parceiros de camarata. A
cerimónia de Aurora ao Nascer do Sol!</i></p>
<p class="MsoNormal"><i>Que almas tão grandes e generosas conheci ou revi. Vindas e
vindos de vários pontos do país, da Espanha, da Irlanda, do Brasil... Nas
mulheres, no menino de 12 anos que ficou no meu grupo, no outro elemento do
sexo masculino, já de barbas brancas, ambos representantes do sexto masculino
no mesmo. A colega de P</i>ortuguês com uma sucessão de mestrados, devotada à magia e a uma sabedoria muito
antiga, uma sábia e talentosa artesã com uma força e generosidade inequívocas.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>O Mago perito em Herbalismo e Medicina Tradicional Oriental,
perito também na Arte do Gongo, emanando uma simplicidade e discrição que não
conseguiram ocultar a sua mestria e saber sublime (referência a Rafael
Narciso). A meditação. A união.</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>Tudo na mais mágica terra do nosso país, vivendo tanto,
tanto do que a minha Alma sempre quis, realizando sonhos antigos e satisfazendo
vontades emergentes das minhas entranhas, como a Dança Na Floresta, com a
Bênção da Lua quase cheia e da Chuva que começou a cair enquanto os nossos pés
descalços honravam o solo ancestral e o nosso Coração se abria à Deusa, ao Céu,
à Terra e a nós próprias.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>A Conexão com a Deusa ao longo destes dias, neste Evento que
tanto a louvou, foi, sim, real e
sagrada, a fazer-se sentir no mais simples e no mais profundo, na verificação
de que tudo em redor se acabou por harmonizar e se harmonizou para mim.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>No momento mais solene, senti, intrinsecamente, a sua Voz e
Presença em cada fibra do meu ser, o que fez com que as minhas águas
deslizassem pela face, de pura emoção, gratidão, reconhecimento e entrega.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Também aqui a perfeição e o sentido, na sacerdotisa que me conduziu, assim como na
que me recebeu.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Sei que o que vivi me aconchegará, exponenciando a minha e a
Sua força, e que o meu enlevo acalentará
os meus dias, fazendo-me sorrir secretamente nos momentos mais inesperados.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Sei que longamente o esperava, tal como Ela por mim, tal
como a Vida Plena e a Abundância por nós, a cada instante.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Vou voltar. Sei que estou com Ela, que por Ela ansiava. E
que Ela sempre me buscará.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Obrigada.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p>Fátima</p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>……………………………………………………………</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>“Hoje partilho algo que aprendi com as 17 mulheres e o homem
que estiveram na criação, gestação, nutrição, manifestação, realização e
celebração de um o Sonho.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>A manifestação de um sonho, ou projeto grandioso Feminino
precisa da força da</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Coragem e Ousadia</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Confiar e acreditar que é possível</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Precisa de;</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Resiliência</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Paciência</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>União,</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Sustentação</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Desapego</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Perda</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Isto tudo sem perder </i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Foco</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Fé</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Flexibilidade</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i>Porque um sonho grandioso manifesta-se sempre!</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Trabalhar num projeto Feminino com o envolvimento de muitas
pessoas, precisa de foco, flexibilidade e planeamento</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>O Sonho é a manifestação do Fogo do amor e da paixão</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>O foco, a manifestação da Terra</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>O mapa de orientação, a intuição do elemento Ar</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>A flexibilidade, a água que contorna os obstáculos</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>E a alquimia acontece.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Agora quanto ao guião das etapas e fases,</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>esse é cíclico, espiralado, flexível, mutável, misterioso,
criativo, desafiador,</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>A Deusa em movimento</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Uma dança cheia de graça</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Recalcular a rota é uma habilidade feminina</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>O labirinto está dentro de nós</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>As mulheres guerreiras nunca desistem.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Têm elevada resistência a frustração</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>O ego apaziguado</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>As mulheres que amam e curam mulheres,</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Não abandonam, apenas se afastam e esperam o momento
oportuno para voltar</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Não julgam embora sejam altamente críticas, mas respeitam</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Não traem, mas conversam entre si e chegam a um consenso</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Não humilham, mas respiram fundo e corrigem</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Não rejeitam, mas pedem um tempo para esclarecer, curar,
pensar e voltar</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Entendem a alma feminina e aos poucos vão aprendendo a viver
neste universo do feminino.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Não utilizam as fraquezas da outra para brilhar.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Para uma mulher fazer parte do sonho ou projeto de outra
mulher</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>É preciso que este lhe faça sentido, tenha uma razão e
utilidade</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Precisa ter ressonância com a sua verdade, essência e missão
de alma.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Precisa de amar o Feminino em si.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>É preciso também, ter alma de guerreira e amiga e saber celebrar.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>A forma como tratamos as mulheres é a forma como nos
tratamos.</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>A conferência aconteceu através da manifestação da Deusa, no
Coração dos Mistérios Sagrados de cada Mulher e de cada Homem,</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Afinal é possível trabalhar com mulheres, SIM!</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Quando o Sol e a Lua sabem dar o seu lugar no movimento
cíclico do amanhecer e do entardecer.</i></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>Mariette Capinha</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>…………………………………………………………….</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p><i>Hoy hace una semana desde la que nada volverá a ser igual.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Nunca pensé que la experiencia de una Conferencia fuera a
cambiarte, a transformarte tanto, a regalarte tanto...</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Ha sido increíble desde el principio de ese viaje en coche,
hasta el final, envuelta en un abrazo.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Gracias @conferenciadadeusaportugal por tanto, por las conferencias, los
workshop, la comida, la danza, el amor en cada altar, en cada detalle...</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><i><o:p> </o:p>Gracias tribu porque sin vosotr@s nada hubiera sido igual!!!
Vengo cargada de mensajes, removida de la cabeza a los pies, con fuego en los
ojos y con un sentimiento de unión y comunidad que ya no se irá.</i></p><p class="MsoNormal"><i><o:p></o:p></i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p>Patricia (Espanha)</p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>………………………………………………</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>“Gratidão, sentido de comunhão, realização, Amor, amor e
amor, será pouco para exprimir o que
sinto. Não há cansaço, nem ausência de sono que resista à maravilhosa energia
de Amor que esteve presente neste fim de semana!!!</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Obrigada Luiza Frazão e todas as irmãs de caminhada que
estiveram presentes, a todas e todos os participantes.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Esta conferência foi
mais que um sonho, foi um constante desafio. Tal como a cobra muda de pele,
como a água encontra o caminho através de leitos nem sempre fáceis, até ao
último minuto fomos constantemente desafiadas.</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Chegar ao final a transbordar felicidade, Gratidão e energia
de Amor, todos em abundância, foi a melhor prenda que podia ter tido!</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Além de todas as vivências ritualísticas, cerimoniais,
emocionais e sociais, tenho que realçar
o seguinte, pois para mim será
inesquecível: facilitar um workshop em conjunto com a minha querida irmã Juliana Di Avalon, em que a energia do tarot
da Imperatriz, dos elementos sagrados, expressos através da dança circular sagrada e sua abertura nos
nossos corações, a um círculo de
participantes perfeito, foi das experiências mais enriquecedoras, de respeito e
partilha que tive neste meu percurso de professora de danças circulares
sagradas, em fusão com o de sacerdotisa. Minha querida Juliana Di Avalon,
obrigada! És maravilhosa!</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Bem hajam. Estão no meu Coração em Amor. Todas e todos!!!”</i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> </i></o:p><i>Sandra Coelho</i></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeFThJIJS8gRbOe9b4LpBu1UQeS2pTYVBKEQMZ8TsA9afOvpwoEngMtTuCUsyJM9vaqncb7NQ4-LAlqMscifWSRySmxDsPCxTRaOAdv6T3v4toHSruT5830hg8TT94T9UH8vbLh_JKu1YrWatGXYtxXNGptQI7pRjvSD44RVvyIdVW9PMPJeEDvVCpkw/s6695/IMG_0188.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3792" data-original-width="6695" height="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeFThJIJS8gRbOe9b4LpBu1UQeS2pTYVBKEQMZ8TsA9afOvpwoEngMtTuCUsyJM9vaqncb7NQ4-LAlqMscifWSRySmxDsPCxTRaOAdv6T3v4toHSruT5830hg8TT94T9UH8vbLh_JKu1YrWatGXYtxXNGptQI7pRjvSD44RVvyIdVW9PMPJeEDvVCpkw/s320/IMG_0188.JPG" width="320" /></a></div><i><br /></i><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9IYnYnnxMIqS-bYhMCZfjgugp2d7uXfdBTp2sSaJlsooEYOsfDEDK708odLS7XHoe4M1eyna5aNpl_R-2IqtEHIxZDNkdJY7oYOqwyGeqpIxfVyKqWxMPLjyNoX6mLsYQIqHz9HNe8Zw-zqF1wht8JpH6qPXmtfEzBFxN2lkAFvRvI2MUmqfjJgJgxw/s500/safe_image.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="261" data-original-width="500" height="167" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9IYnYnnxMIqS-bYhMCZfjgugp2d7uXfdBTp2sSaJlsooEYOsfDEDK708odLS7XHoe4M1eyna5aNpl_R-2IqtEHIxZDNkdJY7oYOqwyGeqpIxfVyKqWxMPLjyNoX6mLsYQIqHz9HNe8Zw-zqF1wht8JpH6qPXmtfEzBFxN2lkAFvRvI2MUmqfjJgJgxw/s320/safe_image.jpg" width="320" /></a></div><br />
<p class="MsoNormal"><i>Imagens: </i></p>
<p class="MsoNormal"><o:p><i> 1. Grupo Cerimonial e Sacerdotisas do Círculo</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 2. Altar principal</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 3. Celebrando o regresso da Senhora do Verão</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 4. Escritora Mary Sharratt (autora de Illuminations, Ecstasy, Revelations, entre outros títulos)</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 5. Bailarinas do Espaço Reyel com Ana Bergano</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 6. Altar à Deusa Maia, Rainha de Maio</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 7. Grupo Cerimonial (fotografia de Sara Miguens)</i></o:p></p><p class="MsoNormal"><o:p><i> 8. Danças circulares </i></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-47860067730875085732022-03-05T15:38:00.009+00:002022-06-20T12:55:47.788+01:00BELAS, POBRES E FÁCEIS!Enquanto não conseguir resolver o problema, peço às minhas leitoras e leitores paciência para lerem o que posto... Não sei por que razão não estou a consiguir usar dos espaços no corpo do texto que sempre usei sem problemas...
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgLsrK5gcHhoSmn6AI__FZcgWx8piXFCcEJ66gKSjGm3dIEDn4pXpe9HBDpEuHCj_E0sxx5k1_Emchhs0p-afsW060qztQJ1ZCULMBHd6QeNO5do-CSYrxjdGiIbL4rNtQ_mLSMUNlD84h2WRrwo7hqQx9SwYI01cfcQl0h1mjdr90L7QUhIqOziFvbmQ=s501" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="501" data-original-width="500" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgLsrK5gcHhoSmn6AI__FZcgWx8piXFCcEJ66gKSjGm3dIEDn4pXpe9HBDpEuHCj_E0sxx5k1_Emchhs0p-afsW060qztQJ1ZCULMBHd6QeNO5do-CSYrxjdGiIbL4rNtQ_mLSMUNlD84h2WRrwo7hqQx9SwYI01cfcQl0h1mjdr90L7QUhIqOziFvbmQ=s320" /></a></div>
No meio de toda esta profunda confusão que estamos a viver, foram reveladas conversas de um “deputado” brasileiro enquanto visitava a Ucrânia sob ataque russo, ou alguma zona fronteiriça, que suscitaram profunda indignação e dor junto de mulheres e também de homens mais conscientes e responsáveis. Nos comentários que ouvi, dizia alguém que a maturidade emocional deste indivíduo seria inferior à de um menino de 12 anos. Acho esta comparação um insulto a qualquer criança de qualquer género e idade. Também não me parece que possamos usar qualquer termo de comparação do reino animal… a mentalidade machista, misógina patriarcal é da ordem da aberração pura e dura...
Vou apenas reproduzir o que é necessário da dita conversa para a minha argumentação, usando pinças, se possível, para não juntar mais perturbação e toxicidade ao caos instalado…
O tema era uma vez mais a objectivação da mulher, sem qualquer tipo de consideração pelas circunstâncias em que se encontram as refugiadas de guerra na Ucrânia neste momento, como faria qualquer AI (leia-se "robot") que tivesse sofrido dum ataque viral anulando a função “empatia” e exacerbado a função “líbido”... Sabe-se lá se não é mesmo esse o problema de parte considerável dos machos humanos neste suposto universo holográfico em que vivemos!
Mas essas mulheres, segundo o subespécime humano em questão, ou AI sob ataque viral, teriam três requisitos “excitantes”: eram naturalmente “belas”, “pobres” e por isso mesmo “fáceis” - uma vez um indivíduo da mesma subespécie, disse-me que eu era uma “rapariga fácil”, como se espetasse com desdém uma faca no meu coração, mas o que ele na verdade estava mesmo a fazer era a dar-me motivação para o trabalho que faço hoje, ainda que o fizesse de forma boçal e retorcida…
Mas, entretanto, se analisarmos de outro ângulo, da perspectiva do estudo das bases e fundamentos do próprio sistema patriarcal, que produziu energúmenos deste tipo, o que podemos ver aqui é um grande contributo para a nossa compreensão das táticas usadas contra nós enquanto mulheres, para nos vergarem e colocarem ao serviço do dito sistema. De uma forma simplificada, pode ser assim resumido: para FACILITARMOS os desmandos dos patriarcas, fomos privadas do acesso à propriedade.
Só assim se compreendem os dados estatísticos que mostram a quota-parte que nos cabe da riqueza do mundo. Isto apesar de despendemos horas e horas de trabalho fundamental, que eles conseguiram provar, graças à sua inteligência artificial (só pode) atacada pelos vírus acima referidos, que é um trabalho menor, sem qualificação nem valor, e por isso não merecedor de remuneração. E culturas há em que o acesso à propriedade privada está mesmo vedado à mulher. E assim ficamos “fáceis” e acessíveis e descartáveis e alvo do primeiro predador de meia-tigela que nos apareça pela frente…
Leia-se este estudo da Oxfam (muitos outros existem sobre este tema):
“Segundo os cálculos da Oxfam, 42% das mulheres no mundo não podem ter um trabalho remunerado pela carga muito grande de trabalho de cuidados no âmbito privado ou familiar, frente a somente 6% dos homens. Embora cuidar de outras pessoas, cozinhar ou limpar sejam tarefas essenciais "a pesada e desigual responsabilidade pelo trabalho de cuidado que recai sobre as mulheres perpetua tanto as desigualdades econômicas quanto as de gênero", afirmou a ONG. A Oxfam calcula o valor monetário do trabalho de assistência não remunerada para mulheres acima de 15 anos, com US$ 10,8 trilhões por ano, ou seja, "três vezes mais que o valor do setor digital em todo o mundo", enfatiza a ONG.... –
Veja mais em https://economia.uol.com.br/.../mulheres-as-grandes...
Que, enquanto mulheres de todas as partes do mundo, compreendamos as bases e fundamentos da nossa própria dependência, silenciamento e irrelevância na tomada de decisões das estruturas que nos governam, as mesmas que conduzem os nossos filhos e filhas à morte nos campos de batalha para que o produto da rapina dos grandes oligarcas do mundo possa ser salvo! <div><br /></div><div> ©Luiza Frazão
5 de Março de 2022
Imagem: Pintura da artista ucraniana Oksana Bylic
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-44358129853280363882022-01-31T15:55:00.006+00:002022-06-20T13:17:14.562+01:00APRESENTAÇÃO DE "A DEUSA CELTA DE PORTUGAL", por ANDREIA MENDES<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOzEivnZ5S0xwvFofqBlvc6mzsPWifwoqoXyhY656Y8MeYu23xHsIw8ntnYYecqQcDZNLY6TDUE6G-Zjul5qssIbJ63qPH2yq2gUkAvcMBywHiI_rvXHQvJDNCeWyf4vZmHCSfm4-YUiZ8vQmNss4R3C5jS9NCO-l-rXASww0pRz4pYy1FB-fRcg344g=s2016" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="2016" data-original-width="1504" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiOzEivnZ5S0xwvFofqBlvc6mzsPWifwoqoXyhY656Y8MeYu23xHsIw8ntnYYecqQcDZNLY6TDUE6G-Zjul5qssIbJ63qPH2yq2gUkAvcMBywHiI_rvXHQvJDNCeWyf4vZmHCSfm4-YUiZ8vQmNss4R3C5jS9NCO-l-rXASww0pRz4pYy1FB-fRcg344g=s320" /></a></div>
<div><br /></div><div>É um prazer estar aqui convosco esta tarde a apresentarmos “A Deusa Celta de Portugal - A Anciã do Inverno e a Rainha do Verão”.
Vou começar por enquadrar um pouco como conheci a Luiza, minha Orientadora, minha Formadora e Amiga, e o seu trabalho.
Eu fui aluna de um dos cursos da Luiza, o “Magna Mater”, que posso dizer que, pessoalmente, foi um marco muito importante na minha vida. E só após o curso concluído é que nos conhecemos pessoalmente, após muitas trocas de impressões por e-mail, webinars, etc. </div><div><br /></div><div>Houve circunstâncias que só possibilitaram conhecermo-nos quando eu decidi ser novamente sua aluna, desta vez na frequência da Formação de Sacerdotisas da Deusa do Jardim das Hespérides, juntamente com outras Irmãs que estão hoje aqui presentes também.
Eu tenho uma relação com este livro muito especial, não só porque se centra em duas faces da Deusa que pessoalmente gosto de conhecer e de honrar, que são Cailaca-Beira e a Deusa Iria-Brígida, mas também porque durante o ano em que frequentei o curso “Magna Mater” houve a coincidência de a Luiza estar a preparar este livro. Eu não o sabia, e tive a surpresa e o privilégio de a Luiza me enviar a versão do seu livro ainda não publicada, para eu o ler e escrever o prefácio. E aqui estamos nós esta tarde para apresentar a “Deusa Celta de Portugal”.
Antes de mais nada, creio que é importante realçar o valor e a importância da obra da Luiza, e a Luiza como autora na atualidade. Porque ela escreve-nos sobre a complexa temática da Deusa e do Seu culto, espiritualidade e a cultura associadas a Ela, em particular em Portugal.
Há uma frase da Patricia Monaghan que diz: “Nós nunca perdemos a Deusa. </div><div><br /></div><div>O que aconteceu foi que algumas e alguns de nós nos esquecemos da forma de encontrá-La”.
E o trabalho da Luiza tem sido precioso e percursor ao permitir-nos esse reencontrar e recuperar da Deusa, tanto numa dimensão espiritual e devocional, como com através de um estudo e investigação rigorosa, aprofundada e centrada no nosso território, que é algo que faz muita falta nesta área no nosso país. Porque se trata de um “filão” riquíssimo onde está ainda muito por explorar em Portugal, e a que autoras e autores como a Luiza, se têm dedicado, mas onde há ainda muito que descobrir, até porque todo o Movimento da Deusa é relativamente recente no nosso país.
Então é esse o enorme contributo que devemos à Luiza. Esta recuperação do conhecimento da Deusa. Nós temos a sorte de ela ter vindo quase literalmente a “desbravar caminho”, nos últimos anos, numa leitura da realidade à luz da Divindade Feminina. E este novo livro é prova disso, a Luiza mostra-nos e explica-nos factos e propostas teóricas sem os “filtros” das interpretações a que nos habituaram, durante séculos de perspetivas patriarcais e no contexto de uma cultura judaico-cristã, e de séculos de reinterpretações e distorções da Igreja dominante acerca dos cultos pagãos e da Deusa.</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjQSrA9jQhQtsimS7L-cUEZis83LXwKUawFYsR2W5hrIlrL-l33r74LQ5Z6wRwO57lwEZJfSYLoLMWfz-K_8gbG_HFflDLWJvS4DglwZKFx1ReJmbWLyPZTHaA1zerWDXv_1gSTSI2VUQq3Xr7JOa2KiCJ8E8ywfQ6anH0wQQTttdlKSObIHretp4oj7Q=s2016" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1512" data-original-width="2016" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjQSrA9jQhQtsimS7L-cUEZis83LXwKUawFYsR2W5hrIlrL-l33r74LQ5Z6wRwO57lwEZJfSYLoLMWfz-K_8gbG_HFflDLWJvS4DglwZKFx1ReJmbWLyPZTHaA1zerWDXv_1gSTSI2VUQq3Xr7JOa2KiCJ8E8ywfQ6anH0wQQTttdlKSObIHretp4oj7Q=s320" width="320" /></a></div>
Então “A Deusa Celta de Portugal” é também um reflexo disso, das indagações e pesquisas sobre:
- “quem é a Deusa?” (nas várias culturas do mundo, e na nossa em especial), os Seus ritos, cultos, práticas e a Sua cultura matrifocal, muito centrada na Mulher, mas também muito igualitária entre os dois géneros;
- ajudar-nos a perceber onde é que estão as nossas Deusas em Portugal, e a sobrevivência da Deusa até aos nossos dias, onde estão os Seus vestígios materiais e imateriais (nas nossas lendas, nos nossos costumes, na toponímia – a Luiza faz uma investigação muito rigorosa dos nomes dos lugares e dos monumentos, por ex., a presença da Deusa na paisagem e nos elementos da Natureza, em antigos lugares de culto e templos sagrados, etc.);
- porque Ela, de facto, está imensamente presente no nosso dia a dia, em muito do que nos rodeia, em muitas ocasiões festivas, celebrações cíclicas, em datas, em lugares, que depois foram cristianizados e que muitas pessoas não imaginam que tiveram a sua origem num culto pagão.
Aliás, a Luiza diz-nos que quem quer saber mais sobre a Deusa pode começar pelo que até hoje ainda tem uma conotação algo “negativa”, resultante daquelas distorções de que se falou há pouco. Existe, por exemplo, o caso do Lobo, um animal totémico, sagrado no culto da Deusa, muito associado ao Imbolc e à Deusa Brígida (que é exatamente esta altura do ano), e como ele foi sendo representado sucessivamente como o “lobo mau” nos contos infantis. Ou a própria Serpente, demonizada desde tempos bíblicos, que foi um grande símbolo da Deusa, um símbolo de transformação e de renovação.
- e o trabalho Luiza conduz-nos também a algo que nos interessa muito, a nós Mulheres (e Homens, também) do século XXI: ao importantíssimo impacto da Deusa no estatuto das Mulheres de hoje, e até hoje. Porque nas antigas sociedades que cultuavam a Deusa, matrifocais, centradas na Mulher e na Grande Mãe, que eram bem organizadas, prósperas e pacíficas, há cerca de 10 000, 20 000 anos atrás e mais ainda, as mulheres gozavam de direitos, privilégios e prestígio, muito mais do que muitas de nós hoje em dia, aqui e em vários pontos do globo. Porque nessas comunidades vigoravam valores de igualdade, de princípios de dádiva, entreajuda, nutrição, etc.
Em franco contraste com as sociedades atuais, altamente tecnológicas, mas onde ainda se morre de fome. E onde sabemos que atualmente ainda persistem regimes autocráticos e ditatoriais, sociedades militarizadas, e sem falar nesses casos extremos, persistem ainda inúmeras desigualdades, nomeadamente, entre homens e mulheres: desigualdades económicas, salariais, de representação política, de status e prestígio social, que as mulheres foram perdendo cada vez mais, à medida que outras religiões, outros deuses, masculinos, e outros valores se impunham (e se consolidaram), há cerca de 5 ou 7 mil anos atrás.
Mas, numa perspetiva otimista, o paradigma está novamente a mudar.</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjUWxb86nIEmHKVs6uLGaeGcuKcboW-oTxr740naSl3mLDcaO1Cu6hwlPkiBbCtDgDe8y2JduWhb_zFsNRhQowj9lqO-QxnlX6tcVYtVHJmGIqb_WC6Lqur8PaF1aiwf77o0Cpls3VSvF-8ZODgtAJU50VeDnfZ3UlfMZWDjDqvEHQM3l9vNFEjSkEc6w=s2048" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjUWxb86nIEmHKVs6uLGaeGcuKcboW-oTxr740naSl3mLDcaO1Cu6hwlPkiBbCtDgDe8y2JduWhb_zFsNRhQowj9lqO-QxnlX6tcVYtVHJmGIqb_WC6Lqur8PaF1aiwf77o0Cpls3VSvF-8ZODgtAJU50VeDnfZ3UlfMZWDjDqvEHQM3l9vNFEjSkEc6w=s320" /></a></div>
“Anciã do Inverno e Rainha do Verão”
Passo a citar uma frase do livro muito bonita e muito elucidativa:
“Sabemos que a Deusa é una e múltipla, pessoal e impessoal, constante e mutável, local e universal. Sabemos que outro nome para Deusa é Natureza, que Ela é a Terra e o Céu e tudo o que é (…).”
Na própria capa do livro isto já está revelado: sim, a Deusa é una, mas Ela também tem uma dupla face.
Aliás, Ela tem múltiplas faces, mas estas duas são, efetivamente, as mais evidentes, mais dicotómicas. E também o que elas simbolizam: a luz e a sombra, o novo e o velho, o nascimento e a morte/transformação/renascimento, etc. Tanto no mundo lá fora, nos ciclos da Terra e da natureza, como nos próprios ciclos femininos, e tal como em cada uma e em cada um de nós ao longo da vida, quando atravessamos essas dualidades.
Vamos ter inúmeras descobertas com esta leitura:
- a ideia de que não será possível dissociarmos um grande local português de peregrinação atual, na Cova da Iria, de uma Deusa que se chama precisamente Iria ou Iria-Brígida, como a Luiza nos propõe;
- a proposta de que a cultura celta tem o seu berço na Península Ibérica, e de que os povos ibéricos influenciaram mais os povos do Norte da Europa do que imaginamos;
- que o próprio nome de Portugal tem origem no nome de uma das duas Deusas;
- a cristianização de Deusas, convertidas em santas;
- e, em particular, um estudo exaustivo e pormenorizado da ligação da nossa popular Santa Iria de Portugal com a Deusa que deu o nome à Irlanda, e as suas ligações a várias cidades e localidades portuguesas;
- e, obviamente, os atributos, os dons e os símbolos, tanto de Brígida, a Donzela do Verão, como de Calaica, a Velha senhora dos meses de Inverno.
Nós vamos deparar-nos com aquilo que nos parecem muitas “coincidências”, mas que não o são. São demasiadas para o serem.
Aliás, uma das frases que mais repeti para mim mesma ao longo da leitura deste livro foi: “Como é que eu nunca me lembrei disto?” Creio que também vai acontecer o mesmo às/aos leitores/as.
E deve-se precisamente ao olhar treinado, acurado, da Luiza, de quem vê a realidade à sua volta sem os tais “filtros” patriarcais, mas que a vê a sob a perspetiva da tradição da Deusa.
E, falando em tradição, “A Deusa Celta de Portugal” tem outro aspeto muito interessante que é a sua dimensão prática: ou seja, temos a leitura da teoria, mas também temos a oportunidade de aprender ou recuperar, e pôr em prática, rituais antigos de cura, por exemplo, que antigamente se praticavam aqui mesmo, em Portugal.
Pessoalmente, recordo-me de um deles, a que a minha bisavó materna recorria, e que nós temos oportunidade de resgatar, hoje, em pleno 2022. É a recuperação da sabedoria ancestral. Que é algo que sabemos que a sociedade atual tem valorizado muito pouco, e isso é algo que tem que mudar.
Concluindo: eu acredito, e numa perspetiva pessoal e mais abrangente, que trabalhos como o da Luiza, e este em particular, estão definitivamente a contribuir para o reerguer dos valores da Deusa, e que predominavam nas antigas culturas da Deusa.
E que estão em consonância com preocupações muito atuais e até urgentes como: uma maior conexão e respeito pela Terra, modos de vida mais ecológicos, a sustentabilidade do planeta, e a meu ver, uma nova mudança de paradigma.
Ou seja, uma mudança para novos valores, ditos “mais femininos”, digamos assim, com menos competição desenfreada, menos conflitos armados, por ex.
Mas com um cada vez maior empoderamento feminino, um mundo de “Feminino Ativo”.
Isto é, não uma sociedade “cinzenta” e utilitarista, mas sim mais equilibrada, porque cada vez mais criativa, artística, mais ligada ao nosso Chakra Raiz, a tudo o que é gestativo, gerador de vida (tanto em termos literais como simbólicos), com maior ligação à intuição e às emoções em vez da super-utilização do nosso lado mental.
Porque esse é o recuperar da Essência Feminina: as artes manuais, tudo o que é lúdico, a expressão do corpo através da dança, etc.
Pessoalmente, só me dei conta de que era uma pessoa muito racional, e que o meu lado criativo estava subdesenvolvido, quando entrei em contacto com a espiritualidade da Deusa, que me deu a oportunidade de criar, de imaginar, de cultivar o belo, a minha individualidade, aquilo que é único em nós, em vez de alinhar numa cultura massiva, padronizada, etc.
Está, portanto, a Luiza de parabéns por mais um trabalho ímpar, e por nos permitir ter acesso a ele, e principalmente a transmiti-lo também às próximas gerações. Porque é assim que vamos construindo uma sociedade com mais valores de paz, de igualdade e de cooperação a todos os níveis – que são os valores da Deusa. </div><div><br /></div><div> Andreia Mendes</div><div>Sintra, 23 de Janeiro de 2022
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-89736760816781120512022-01-25T00:51:00.012+00:002022-06-20T13:15:39.435+01:00“A DEUSA CELTA DE PORTUGAL: A ANCIÃ DO INVERNO E A RAINHA DO VERÃO” <div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhlfYNgDzKTmwPr-C_RRHy3Tw_WbsvSQIh1LKIXZVZtaYLLTuDXWcbx3RLEmj3vCNL5wYRVTkZPlthQELFV3SjFrnPUT2HbBEhGxOq-jCEoJGUKGN_75tgvQL3Ky1RbYOpVTWYz7PZ8QKoO2e7b6dfCDyGa5rpO52EAlmjBVl8J7GhEiIss7q6KTSkvWQ=s2048" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhlfYNgDzKTmwPr-C_RRHy3Tw_WbsvSQIh1LKIXZVZtaYLLTuDXWcbx3RLEmj3vCNL5wYRVTkZPlthQELFV3SjFrnPUT2HbBEhGxOq-jCEoJGUKGN_75tgvQL3Ky1RbYOpVTWYz7PZ8QKoO2e7b6dfCDyGa5rpO52EAlmjBVl8J7GhEiIss7q6KTSkvWQ=s320" /></a></div>
Este livro é muito especial para mim (como dirão todas as autoras e todos os autores de cada um dos seus livros…) mas no meu caso vou tentar enumerar as razões para o considerar assim.
Primeiro, cheguei a pensar que não iria conseguir acabá-lo, publicá-lo, dar sentido a todo o material que fui recolhendo sobre esta grande Deusa dupla tão central no nosso território, que representa ou incorpora esta divisão do ano em duas partes ainda hoje tão celebrada entre nós… De forma que vê-lo aqui manifestado na forma física é uma alegria e um alívio muito grande…
Segundo, havia esta personagem divina que é IRIA, que do ponto de vista histórico, ou lendário, melhor dizendo, é apenas uma jovem freira, uma noviça, que viveu apenas até aos 15 anos. Apesar desse curtíssimo tempo de vida, o património que nos legou, é composto por confrarias, ermidas, capelas, igrejas, santuários, padrões, estandartes, cisternas, feiras, aquedutos, lendas, romances, poemas, orações, milagres, um milagre testemunhado por outra Santa, inclusive, Isabel de Aragão, consorte do rei Dinis, que segundo reza a lenda foi outra das testemunhas; etc.
Este património é imenso e estende-se praticamente por todo o território…
Iria é demasiado grande para não A vermos, demasiado importante para não A considerarmos quando se busca pela Senhora do território. Dá para perceber que Ela é, só pode ser, central. Mas como, se na sua Cova Ela apenas aparece durante os seis meses do bom tempo, de Maio a Outubro?!... Ah… isso é o que vamos ver neste livro…<div><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioGZMfjVc81SGWlTvCMmMvccriTwmthyCX5EqB_2euO3NJj_snScGcCoPzCS3CdsS-JzT81S8HWc2Xmnlx25Im3e0LVRhciBWnoA2Nt54wu4FRo8S4q-VUuu7m5qlUcowFpJhl4_NDBKiAp_CR7YIvlJLFeyXyoNVre678jM1j2Rc60pBFX8Loaxzj4A=s1440" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1440" data-original-width="1440" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEioGZMfjVc81SGWlTvCMmMvccriTwmthyCX5EqB_2euO3NJj_snScGcCoPzCS3CdsS-JzT81S8HWc2Xmnlx25Im3e0LVRhciBWnoA2Nt54wu4FRo8S4q-VUuu7m5qlUcowFpJhl4_NDBKiAp_CR7YIvlJLFeyXyoNVre678jM1j2Rc60pBFX8Loaxzj4A=s320" width="320" /></a></div>
E mais, Ela continua a ocupar um lugar central na nossa religiosidade popular, mesmo agora, porque o verdadeiro topónimo do sítio onde o culto da Deusa está mais vivo entre nós é COVA DA IRIA. Portanto, na serra de Aire, uma inversão do Seu nome, cultua-se até hoje IRIA, o que nos pode levar a defender a ideia de ser Ela uma das grandes Deusas, não apenas do território português, como também do mundo inteiro...
É muito. É uma herança espiritual que precisamos de avaliar, de reconhecer, de estimar e de preservar e defender (vejam o destino do Seu antigo convento que será transformado em mais uma unidade hoteleira). E não é uma herança morta, digamos, inerte, apesar de tudo. Mesmo se excluirmos a Cova da Iria, quem como eu tomou o hábito de ir em peregrinação a Tomar a cada dia 20 de Outubro, consegue sentir o lugar que Ela ocupa nos corações das mulheres e dos homens dessa cidade, que vão religiosamente lançar-lhe pétalas de rosas no Nabão, que segundo a lenda levou o seu corpo morto até à Ribeira de Santarém…</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwDTMTuBMzvOvBO-dy71toxYy2ameI1UDeXzx8M0O0q74-8GpiJgNvf6nPLTmfzkEqBvcK7uaTaSxKCIE_Z9CIl0E9EVHCj2sqGCVOT6wPPxVI5dBjtP3ZBzVGs5URKp0bw-kOs049UHeFftvMowkXPUpIG5VdwxlvIcXg7zWRKGKpA3YoTnBf83fm2w=s2016" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="1512" data-original-width="2016" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjwDTMTuBMzvOvBO-dy71toxYy2ameI1UDeXzx8M0O0q74-8GpiJgNvf6nPLTmfzkEqBvcK7uaTaSxKCIE_Z9CIl0E9EVHCj2sqGCVOT6wPPxVI5dBjtP3ZBzVGs5URKp0bw-kOs049UHeFftvMowkXPUpIG5VdwxlvIcXg7zWRKGKpA3YoTnBf83fm2w=s320" width="320" /></a></div>
Então, este livro é também um repositório de tudo aquilo que eu encontrei, de tudo o que eu sei sobre Ela. Para não esquecermos.
Eu vivi em Inglaterra, em Glastonbury, e sei como ali se preserva, se acarinha, se tem orgulho, se contam histórias, se cria arte, se expande a cultura, se constrói toda uma aura mítica e mística à volta desses lugares sagrados, que depois irradia para o mundo e enriquece a nossa cultura humana, acrescenta à nossa humanidade, acrescenta à Alma ao mundo… E sabemos como isso é crucial nestes tempos em que as AIs, a robotização, a transformação dos seres humanos em ciborgues, fundindo-se com a máquina, são ameaças reais à nossa humanidade, à nossa alma…
E a par destas, existe outra razão crucial que justifica este livro: dar a minha contribuição para sermos nós, mulheres, a contar as nossas histórias, a dominar a narrativa que nos diz respeito, assumindo-nos como sujeitos da cultura e não apenas objecto, com voz própria e discernimento próprio, baseado no nosso sentir de mulheres, na nossa história de mulheres, na nossa experiência de mulheres que geram a humanidade, que a criam; mulheres que vertem o sangue da vida, o sangue menstrual, tornado tabu, e que vertem o sangue da morte todos os dias a cada instante neste planeta… No nosso país uma média anual de 40 mulheres morre porque sim às mãos daqueles que um dia lhes juraram amor… eterno, possivelmente…</div><div><br />
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhODoPNWtSeBGeBDfQVE4CK5kOPh2TUj_fhnzvKAgWj2UdPBDgB0hxHdTqVHmKbELaWPt-J5zJHVlUEV0e-opnVbKXODIIDbkpCTdgwrFTnwYzoPCmFKxO6e8b9ELydq0Jd5DPBV-ToreXob97A_amxDId_Xxig5pA6f_g2SRwQh-k46R8HnMDpVGGzlA=s2048" style="clear: left; display: block; float: left; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1448" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhODoPNWtSeBGeBDfQVE4CK5kOPh2TUj_fhnzvKAgWj2UdPBDgB0hxHdTqVHmKbELaWPt-J5zJHVlUEV0e-opnVbKXODIIDbkpCTdgwrFTnwYzoPCmFKxO6e8b9ELydq0Jd5DPBV-ToreXob97A_amxDId_Xxig5pA6f_g2SRwQh-k46R8HnMDpVGGzlA=s320" /></a></div>A Iria lendária, que seria uma das sacerdotisas de Iria, Deusa, foi uma dessas mulheres.
Sim, eu sei que Ela é apenas mais uma das muitas raparigas que se tornaram santas depois de terem sido assassinadas, decapitadas, por norma; sei que Perséfone foi raptada por Hades e arrastada à força para os seus domínios no inframundo, enquanto em outros mitos mais antigos, como o de Inanna, a Deusa do Verão vai até ao inframundo visitar alguma pessoa das Suas relações de livre vontade; sei que Hera, uma Grande Deusa cretense, Senhora de tudo o que é, foi na Grécia clássica, patriarcal, reduzida à condição de esposa dum violador em série, transformando-se, pudera, na megera execrável que conhecemos; que a Medusa perdeu a cabeça; as Hespérides as maçãs de ouro que guardavam; que as Górgonas viraram monstros medonhos; que as Amazonas, que engrossaram as fileiras da resistência armada, não tiveram sossego; que Lilith foi banida por insubordinação; que Maria Madalena foi transformada em prostituta, que as Bruxas foram queimadas, ou seja, que as mulheres livres, senhoras e donas de si, têm tido nos últimos milénios muitos problemas… Sei que a mulher foi, é, um território conquistado… destituída das suas funções sacerdotais, afastada da vida pública, amputada de bens e direitos, encerrada no lar, como diria Riane Eisler, transformada em tecnologia de reprodução, em mera ajudante, em propriedade do patriarca… </div><div><br /></div><div>Para resgatarmos do esquecimento e da ignomínia essas mulheres poderosas suprimidas no passado, para as vermos e entendermos quem foram e o que representavam, precisamos de ultrapassar a programação patriarcal e de educar o nosso olhar. Precisamos de nos matricular na Escola de Mistérios do Movimento da Deusa, das Feministas que olharam para os vestígios do passado a partir do sentir das suas entranhas; mulheres que acredito serem aquelas mesmas a quem se referia o Dalai Lama quando disse: “O mundo será salvo pela mulher ocidental”. Mulheres que entendem a importância de terem representação no panteão divino, sabendo que a Deusa foi a primeira divindade cultuada pela humanidade e que ao suprimir a Deusa a mulher ficou desamparada, sem respaldo, sem garante da sua força, do seu poder, sequer da sua legitimidade… e com isso muito perdemos todas e todas…
Mas voltando a este livro em concreto, pude dar sentido às minhas descobertas graças ao estudo do trabalho das pioneiras do Movimento da Deusa que já referi, incluindo Marija Gimbutas e várias outras, mas muito especialmente o que funcionou para mim como uma espécie de pedra de roseta foi ter tido contacto com a cultura da antiga Britânia, Bridânia, como insiste agora Kathy Jones. A bibliografia a que tive acesso, o estudo que fiz durante a minha formação de Sacerdotisa de Avalon, forneceu-me uma indicação de que estamos na mesma zona cultural celta, a zona do Arco Atlântico, o que me foi confirmado pela investigadora Fernanda Frazão.
Assim, para compreender todo o material recolhido aqui tive de cotejá-lo com aquele que ficou na tradição sobretudo da Irlanda e da Escócia sobre Brígida/Brigântia (o aspecto terra de Brígida) e sobre Cailleach, a nossa Cale, Cailícia ou Calaica-Beira. Foi uma emoção ver no material da Britânia o teónimo Beira, escrito exactamente como nós soletramos o nome das nossas províncias, sem nunca ter ouvido de nenhum arqueólogo ou etnógrafo nacional que se tratava do nome duma Deusa, da Senhora da terra, embora isso seja algo de muito óbvio que a divindade tenha dado o nome ao lugar.
Encontramos então aqui todo um capítulo dedicada a Santa Brígida da Irlanda, com informação proveniente de várias fontes mas sobretudo de Gabriela Morais, da sua investigação sobre o antigo culto de Brígida, Brízida, Brigite, Brito, Brita, Brites, Britiande, Braz… sobretudo na zona de Lisboa, onde até existe, na igreja de São João Baptista do Lumiar, uma relíquia que é supostamente um osso da sua cabeça, oferecida a ninguém menos que o nosso já aqui referido rei Dinis, o nosso rei poeta, agricultor, neto de outro poeta muito famoso, Afonso X de Castela, autor das cantigas de Santa Maria, que fortemente suspeito, e não sou a única, ser o principal avatar cristão da Brígida celta, Deusa entre várias outras coisas da agricultura e da poesia. </div><div><br /></div><div> Então a tradição de Iria no nosso território, da sua relação com as águas e com o sol, o fogo, com a cura, a profecia, a agricultura e a pastorícia, foi cotejada com a tradição de Brígida e as conclusões a que cheguei estão aqui…
Visitei Iria nos lugares onde o seu culto foi, e é, mais intenso, Torre da Magueixa, Santarém, Tomar, Serra de Aire e, claro, Cova da Iria, onde continua bem viva a sua chama, adorada como a Senhora, ou a Rainha, do Verão, Aquela que regressa em Maio, como acontece no Almurtão, na Azenha, na Lousa…
Em Tomar, no Ribatejo, fecha-se o ciclo, quando Ela é “morta” no final de Outubro, cedendo lugar à tempestuosa e temível Anciã do Inverno, a Velha, como é designada entre nós...
Iria morre em Tomar, famosa cidade dos Templários, como sabemos. A estes cavaleiros prestativos, foi cedido, no século XII, o castelo e o termo de Ceras, topónimo que ainda hoje existe. Quem também ocupou a zona durante séculos foi o povo romano que cultuava a Deusa Mãe, Senhora do Grão e da abundância, dos cereais, Ceres, de quem Proserpina era filha. Uma donzela em tudo semelhante a Perséfone, filha de Deméter, ambas raptadas, uma em Roma outra na Grécia, pelo Senhor dos Infernos… no mês de Outubro…
Ora aqui está um tema muito apelativo à nossa imaginação…
E sim, Iria, como Rainha do Verão, é muito visível, muito celebrada, traz-nos os dias longos onde cabe a sesta, as colheitas, a abundância, o calor e a alegria do Verão.
A sua contraparte Anciã, porém, é mais secreta, está mais escondida, mais furtiva, mas mesmo assim muito presente e nossa velha conhecida.
Calaica é muito antiga e terá sido levada daqui para a Irlanda, onde continua a ser uma Deusa muito poderosa. Ela é aquela que se transforma em pedra por Beltane (ou pelo Imbolc quando consideramos a Roda do Ano dos Oito festivais solares).
O que investiguei sobre Ela, levou-me a associá-la a Sheela-Na-Gig, o que foi um processo muito curioso porque a seguir encontrei outra autora irlandesa com a mesma ideia…
Descobrir a Calaica e a sua força na nossa psique é uma tarefa muito promissora… </div><div><br /></div><div> Os dois últimos capítulos do meu livro, entretanto são mais devocionais, com sugestões para celebrarmos hoje em dia estes portais do ano em que somos abençoadas e abençoados pela chegada da Rainha do Verão e nos preparamos para acolher a energia da Senhora do Inverno. No último capítulo apresento antigos rituais de cura muito usados neste território e convido-vos a pesquisarem outros na região onde vivem e a fortalecerem a relação com a Senhora da Terra onde nascemos, sabendo que outro nome para Deusa é Natureza! </div><div><br /></div><div>Luiza Frazão
Sintra, 23 de Janeiro de 2022 </div><div><br /></div><div>Imagens:
1. A Deusa Celta de Portugal: A Anciã do Inverno e a Rainha do Verão
2. Com a autora da capa, Sara Baga e o editor, Alexandre Gabriel
3. Com Andreia Mendes, autora do prefácio, fazendo a apresentação, e o editor Alexandre Gabriel
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-83856604483696334412021-12-31T11:47:00.008+00:002023-10-13T20:15:39.346+01:00Ansiando pela Escuridão<p></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhuw3z4OK7Z6TDn8BW8FMC1BlmhyP-gm8Tqwj0ioNZK1X_7Qr0pMRSpcbAaKCE7gF11KGeO5GeMjWT0c9D2gB95IK3minLzrY46MeHp2yu24n6P80Rjw-xswP5vyaRkWgWYEg4OeLTjAZ4uOD-5eQTfNpdzkDEV0sRst9-VENunhgbrhJ7LqrJWVOsMbQ=s271" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="271" data-original-width="200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhuw3z4OK7Z6TDn8BW8FMC1BlmhyP-gm8Tqwj0ioNZK1X_7Qr0pMRSpcbAaKCE7gF11KGeO5GeMjWT0c9D2gB95IK3minLzrY46MeHp2yu24n6P80Rjw-xswP5vyaRkWgWYEg4OeLTjAZ4uOD-5eQTfNpdzkDEV0sRst9-VENunhgbrhJ7LqrJWVOsMbQ=w236-h320" width="236" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Virgem negra, Nazaré, Portugal</td></tr></tbody></table>Texto de Elizabeth Ann Bartlett<p></p><p>(tradução Luiza Frazão)</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Quando me mudei para o Minnesota, toda a gente lá em casa
expressou preocupação com as baixas temperaturas do Inverno. Ninguém me avisou,
todavia, sobre o quão escuros eles seriam, nem quanto tempo duraria essa
escuridão. Durante anos, reclamei, mas gradualmente passei a aceitar a
escuridão. A escuridão convida-nos a desacelerar, a descansar, a dormir, a sonhar.
É um momento de abertura para as nossas profundezas e para as de outras pessoas.
Existe uma espécie de magia na escuridão. Sem a dura luz do julgamento, no
escuro, é mais provável que partilhemos os nossos segredos e histórias, as nossas
feridas e as nossas dúvidas, os nossos corações e esperanças uns e umas com as
outras. À medida que as árvores caducas perdem as suas folhas, o firmamento
também se abre, dando origem ao céu noturno. A escuridão do inverno dá-nos de presente
as estrelas e uma sensação de sabermos o nosso lugar no universo. Elas chegam
como velhas amigas. As Sete Irmãs das Plêiades aparecem à noite, e Orion
cumprimenta-me todas as manhãs. Quando o cometa Hale-Bopp era visível da Terra,
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>procurei-o nas minhas viagens noturnas para
casa, e lá estava ele, o meu companheiro constante nas noites frias do inverno.
As estrelas lembram-nos de que não estamos sós, que todas e todos somos parentes,
pois somos matéria das estrelas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ultimamente, tenho sentido falta da escuridão. Quando me
mudei para a minha casa na floresta, a noite era escura. À medida que a cidade
cresceu, mais casas foram construídas e postes de luz acrescentados. A escuridão
foi eclipsada por um crepúsculo sem fim. Nos nossos esforços humanos para
resistirmos à escuridão, esquecemos o mandamento terreno para descansar e todas
e todos estamos a sofrer as consequências. A poluição luminosa afeta a nossa
saúde, diminuindo a liberação de melatonina - abrindo caminho para a perda de
sono, aumento da ansiedade e uma série de outras doenças. A saúde de outros
animais também é afetada, assim como a migração das tartarugas marinhas e das
aves que navegam pelas estrelas e pelo luar. Iluminamos a noite para não nos
perdermos na escuridão, mas talvez nos tenhamos perdido por estarmos demasiado
iluminadas/os. Como o bolbo da primavera que precisa do frio e da escuridão
para florescer, também nós precisamos da nutrição da escuridão profunda para
restaurarmos a nossa criatividade e poder.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJYJCO4kfOnrLCi0fM7cI82CBoIWGaan6y4vD9-7gY-Nbgtyil4LlglPg6UfEYjlmgcEOEhB6gzC00SQPraZN8snxArvfka2VL6GuaXV8PobsPUBUTe5Zg8EVxTOhVAQ4vkz1DxGEdeE3ZGwiOmF8YNhIuRrfd87CJV5wgWSRKKQ1UDhoPYZ1tXagAuw=s3648" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="3648" data-original-width="2736" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJYJCO4kfOnrLCi0fM7cI82CBoIWGaan6y4vD9-7gY-Nbgtyil4LlglPg6UfEYjlmgcEOEhB6gzC00SQPraZN8snxArvfka2VL6GuaXV8PobsPUBUTe5Zg8EVxTOhVAQ4vkz1DxGEdeE3ZGwiOmF8YNhIuRrfd87CJV5wgWSRKKQ1UDhoPYZ1tXagAuw=w240-h320" width="240" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gruta de Alcobertas, Portugal</td></tr></tbody></table><br />No nosso anseio pela escuridão, não é apenas pela escuridão
física que ansiamos, mas também pela metafísica - o poço profundo da antiga
escuridão divina, a matriz original. Como China Galland meditou: "O anseio
pela escuridão [é] também um anseio pelo ventre de Deus." [I] No seu
Anseio pelas Trevas, Galland lembra-nos da persistência desse anseio e da sua
emergência como Ishtar, Ísis, Astarte, Asherah, Tara, Kali, Parvati, Durga, bem
como Maria e os místicos cristãos que escreveram sobre a maternidade do divino.
As suas representações iconográficas abundam em todo o mundo, desde os templos
de Tara em toda a Ásia aos muitos santuários para a Madona Negra em toda a
Europa. Não é de admirar que é neste tempo de escuridão profunda que Maria é
celebrada dentro do Cristianismo - Maria não como passiva, mas como a força divina
materna forte, corajosa, ferozmente protetora e terrena.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Lucia Birnbaum lembra-nos que a primeira mãe africana é a nossa
herança genética, homenageada por milênios como Erishkegal, Ísis, Lilith, Kali,
Oxum, Hagar. Foi somente com o surgimento do patriarcado que o divino feminino negro
foi rebaixado, deslocado, apagado e relegado para o espaço subterrâneo. No
entanto, ela continua a crescer na nossa psique e nos nossos anseios mais
profundos. A cada ano, milhares caminham centenas de quilómetros em
peregrinação para visitar esses santuários, todas e todos buscando conexão com
as energias femininas sombrias, divinas e pré-patriarcais das quais tanto precisamos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Galland escreve: “Dizer que alguém está 'ansiando pela
escuridão' é dizer que anseia pela transformação, por uma escuridão que traz
equilíbrio, plenitude, integração, sabedoria, discernimento.” [Ii] Certamente,
se existe um tempo em que precisamos de restaurar o equilíbrio e obter
discernimento e sabedoria, é agora, pois vivemos num mundo profundamente
desequilibrado. Diz-nos a Física teórica que a matéria escura é aquilo que
mantém as estrelas e as galáxias juntas - matéria, da mesma raiz que mãe - mater.
Termos banido a matéria escura desequilibrou-nos. Eu imagino um mundo que saiu
fora do seu eixo, vacilando através do universo. As energias preponderantes do ódio,
violência, opressão, dominação e patriarcado desequilibraram-nos. Precisamos
das qualidades do divino feminino escuro - compaixão, justiça, igualdade e a
transformação do patriarcado hierárquico violento numa democracia pacífica e
radicalmente igualitária. Já estivemos lá antes; podemos voltar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiDrZP2NaZAeKrTFg5VHb4O7-x7Ng-lxEVGZ7GpQgKo8dG8ZWZ34ovK2qw1Jkbk-UGjO5db9yxNgrTjFS3oXfnOLLHxIVOzCF47SkBjIN6qZOiXuyRruDq69tJJbMVCuTjL0-5A1f-xT7e8gqfvaWesPkneuv8-pUEydsvTV6PPvlEsYHig53o5hkyOA=s3648" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="2736" data-original-width="3648" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgiDrZP2NaZAeKrTFg5VHb4O7-x7Ng-lxEVGZ7GpQgKo8dG8ZWZ34ovK2qw1Jkbk-UGjO5db9yxNgrTjFS3oXfnOLLHxIVOzCF47SkBjIN6qZOiXuyRruDq69tJJbMVCuTjL0-5A1f-xT7e8gqfvaWesPkneuv8-pUEydsvTV6PPvlEsYHig53o5hkyOA=w320-h240" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gruta Rio Maior</td></tr></tbody></table>bell hooks [iii] escreveu sobre como, quando criança, o seu
espírito encontrava nutrição nas casas de mulheres negras. As mulheres negras
resistiram à opressão criando lugares para se curarem, se afirmarem e terem a
sua dignidade restaurada - lugares onde novas possibilidades poderiam surgir. A
matriz do feminino negro divino é um lar, fomentando tanto a nossa resistência
quanto a criação de novas possibilidades. Como lugares de renovação e oásis de
resistência encontrados nas casas das mulheres negras, habitando com o divino
feminino escuro, ela descobriu que encontramos “. . . o chão do nosso ser, o
lugar do mistério, da criatividade e da possibilidade, pois é aí que podemos
construir a mente que pode resistir, que pode rever, que pode criar os mapas
que quando seguidos nos libertarão. ”[iv] Podemos começar, como disse Audre
Lorde, “relembrando o que é escuro, antigo e divino dentro de nós”, [v] pois é desses
lugares escuros interiores “. . . que, escondido e crescente, o nosso
verdadeiro espírito surge. . . . “[Vi]<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Neste tempo de escuridão, que os nossos espíritos possam
elevar-se a esses lugares de possibilidade – as dádivas da matéria escura.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="color: red;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal">Notas (não traduzidas)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">[i] Longing for Darkness, 54.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">[ii] Ibid., 152.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">[iii] I was writing this section when I learned of bell
hooks’ death.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>I dedicate this piece to the
legacy of wisdom and love she gave us all.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">https://pt.wikipedia.org/wiki/Bell_hooks<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">[iv] “Lorde,” 243.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">[v] Sister Outsider, 69<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">[vi] Ibid., 36.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Notes<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Birnbaum, Lucia Chiavola. Dark Mother: African Origins and
Godmothers.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>San Jose: Authors<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Choice Press, 2001.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Eisler, Riane. The Chalice and the Blade: Our History, Our
Future. NY: Harper One, 1988.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Galaxies Protected by Dark Matter | Space<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Galland, China. Longing for Darkness: Tara and the Black
Madonna. NY: Penguin, 1990.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">hooks, bell. “Lorde: The Imagination of Justice.” in Byrd,
Rudolph et. al. eds. I Am Your Sister:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Collected and Unpublished Writings of Audre Lorde. New York:
Oxford U. Press, 2009.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">______. Yearning: Race, Gender and Cultural Politics.
Boston: South End Press, 1990.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Lerner, Gerda. The Creation of Patriarchy. New York: Oxford
University Press, 1987.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Light Pollution | National Geographic Society<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Lorde, Audre. Sister Outsider: Essays and Speeches by Audre
Lorde. Trumansburg, NY: The<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Crossing Press, 1984.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p>BIO: Beth Bartlett, Ph.D., é educadora, autora, ativista
e companheira espiritual. Ela é Professora Emérita de Estudos sobre Mulheres,
Género e Sexualidade na Universidade de Minnesota-Duluth. Beth também serviu
como co-facilitadora do grupo de estudos sobre Espiritualidade da NWSA. É autora
de vários livros e artigos, incluindo Journey of the Heart: Spiritual Insights
on the Road to a Transplant, Rebellious Feminism: Camus’s Ethic of Rebellion
and Feminist Thought, and Making Waves: Grassroots Feminism in Duluth and
Superior. Tem estdo ativa em movimentos feministas, pela paz e justiça,
pelos direitos da natureza e pela justiça climática, e tem sido uma defensora
comprometida das e dos protetores da água.</p><p class="MsoNormal"><a href="https://feminismandreligion.com/2021/12/31/longing-for-darkness-by-elizabeth-ann-bartlett/" target="_blank">Versão original</a></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-18114137297757526432021-07-06T16:10:00.011+01:002023-10-13T20:22:40.538+01:00COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA - uma disciplina que tem muito para nos ensinar<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmNpBqYs6uwKaCNNNj5UHxmVQrCJV0nQTNjjViSrk1doFbO473AZ_sGMxV750kPpCIrCApKRWlQYl2lZDGNOiDKBdRrMlKnWXmLMVyi05igfzbz8gsMk526VQWLprAJCJmFlWOJUO7d1Yn/s960/211617394_10225914976531596_2205914707588113186_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><i style="text-align: left;"></i></a><i style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPpG_cFnpSSeumN60aUBbwfnevIYo9HsxrnUIvW6HZZRVemHT2vctIjKOrFP1rKE6Oz7tLn5mXHmFlNY3WZVe5ZYkoETMLiNYAV5Ej26hyBukm23ePuhVqGU-eWMSiNICrYmrKUMlaxCjB/s960/211617394_10225914976531596_2205914707588113186_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPpG_cFnpSSeumN60aUBbwfnevIYo9HsxrnUIvW6HZZRVemHT2vctIjKOrFP1rKE6Oz7tLn5mXHmFlNY3WZVe5ZYkoETMLiNYAV5Ej26hyBukm23ePuhVqGU-eWMSiNICrYmrKUMlaxCjB/w306-h400/211617394_10225914976531596_2205914707588113186_n.jpg" width="306" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmNpBqYs6uwKaCNNNj5UHxmVQrCJV0nQTNjjViSrk1doFbO473AZ_sGMxV750kPpCIrCApKRWlQYl2lZDGNOiDKBdRrMlKnWXmLMVyi05igfzbz8gsMk526VQWLprAJCJmFlWOJUO7d1Yn/s960/211617394_10225914976531596_2205914707588113186_n.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>MENINA?... não me parece... </i><span style="text-align: left;"> </span></div><p class="MsoNormal">As formas de tratamento em Portugal são um tanto fluidas, como sabemos, e a
formação das pessoas que lidam com o público, não inclui por vezes, todas as disciplinas que deveria incluir. Uma delas chama-se
Comunicação não Violenta, uma matéria de que não ouço falar muito, mas do mais
importante. Se se dissesse às funcionárias e aos funcionários, só para simplificar, algo de básico como “trate as mulheres como trata os homens” já se avançaria um bocadinho. Nunca
ouvi nenhum/a atendente tratar um homem por Menino, seja qual for a sua idade, mas
agora parece que se tornou moda tratar assim as mulheres. Não todas, claro, não as
que estão na faixa etária correspondente, mas as mulheres de mais de 65 anos!
Como eu. Hoje foi a terceira vez que reclamei com alguém sobre o assunto e não
passou disso. A partir de agora passarei a usar o Livro de Reclamações. </p><p class="MsoNormal">A
funcionária repetiu várias vezes o epíteto alto e bom som, completamente a
despropósito, enquanto me atendia. Acabou por ouvir o que não queria. Já reparou
que está a usar um tom de ironia com uma pessoa que não conhece de lado nenhum? Por que tem de enfatizar a minha idade enquanto me atende? Qual é a
necessidade? Se tivesse estudado Comunicação não Violenta teria percebido que a
pessoa que é assim tratada, que anda ali descontraidamente apenas a fazer as suas
compras, é de repente lembrada que está numa categoria aparte, numa categoria
em que o desempoderamento avança de forma progressiva, tendo de aceitar a desconsideração
de qualquer pessoa, disfarçada de simpatia.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Como na descida de Innana até aos domínios de sua irmã, rainha dos infernos, no mito sumério. No primeiro
degrau a Deusa é despojada do seu colar, símbolo do seu poder… Aqui, no primeiro
degrau, recebes um título irónico: Menina… <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>todos os outros títulos que já ostentaste esquecidos
e obliterados, caducados… Podes ter sido Professora, Doutora, Senhora, Dona… Agora
és simplesmente Menina… E deves achar piada como toda a gente parece achar à
tua volta porque é com carinho, dizem-te… Na verdade com um tremendo desrespeito, desprezo e violência disfarçados… <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Houve uma época em que eu achava que no Porto esse tratamento se tolerava e até teria a sua graça,
mas a experiência diz-me para desconfiar de tudo o que não tem equivalente masculino. </p><p class="MsoNormal">Sugiro que faça o teste e pense duas vezes antes de tratar uma pessoa de mais de 65 anos por
Menina. Mesmo que ela esteja num lar de idosas/os, onde o tratamento está lamentavelmente
oficializado, ela sabe muito bem que há ali um vampírico, insidioso,
provinciano jogo de poder que por caridade merece ser denunciado. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">©</span>Luiza Frazão </p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-25583530158353507752021-05-01T15:50:00.000+01:002021-05-02T11:40:14.381+01:00DEUSAS SOLARES - CAÍDAS E REMETIDAS PARA A NOITE<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuxmME3r5kEtlbqCb6T4PQXGfRM2z5lDn4XMlD2375WEEOYvz5RCEuUHeLyd8wqW8VZpaaB1lSxlzpXaHfYp8QKB8orn9f90cR_K8oQv2_J9DfFE1Z_NywK3Ieawfw-HPgc3pLUNNJi_EN/s400/mitra-persian-sun-goddess-face-persian-miniature-painting.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="399" data-original-width="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiuxmME3r5kEtlbqCb6T4PQXGfRM2z5lDn4XMlD2375WEEOYvz5RCEuUHeLyd8wqW8VZpaaB1lSxlzpXaHfYp8QKB8orn9f90cR_K8oQv2_J9DfFE1Z_NywK3Ieawfw-HPgc3pLUNNJi_EN/s320/mitra-persian-sun-goddess-face-persian-miniature-painting.jpg"/></a></div><br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal">
“(…) a Artemis grega, divindade solar na origem dos tempos, que perdeu este aspeto e esta função a favor dum deus masculino. Podemos de
resto ver como é que esse processo se desenrolou no mundo helénico e
relacioná-lo com a tradição celta. Com efeito, primitivamente, Artemis
identificava-se com sua mãe, Leto (ou Latona), tal como Core-Perséfone era a
dupla da mãe Deméter: ela representava o Sol jovem, o Sol levante, por
oposição a Leto que personificava o velho Sol, o Sol poente (tal como Core era
a jovem filha, ou seja, a Terra jovem, face a Deméter, a velha Terra, o
conhecido mito da renovação).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A partir do momento em que as divindades femininas foram
masculinizadas, e também porque era impossível esquecer completamente o seu aspeto
feminino, conservou-se a personagem de Artemis, apondo-se-lhe no entanto um paredro macho, o seu irmão Apolo, o qual monopolizou o aspeto solar, ao
mesmo tempo que Artemis era remetida para a noite transformando-se em Deusa-Lua.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O mesmo aconteceu no Egipto onde Osiris tomou o lugar de
Isis como Sol poente enquanto Hórus se tornava o Sol levante.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sabemos que primitivamente a Lua era masculina e o Sol
feminino, ainda assim é nas línguas semitas, germânicas e celtas e também nas
tradições populares (onde se diz que “a Lua engravida as mulheres”). </div>
<div class="MsoNormal">
Houve por conseguinte uma grande reviravolta no simbolismo
mítico e religioso: a deusa-mãe Sol, Leto, foi substituída pelo seu filho e
pela sua filha, macho e fêmea, e sabemos que Juno-Hera tudo fez para que essas
crianças, fruto do adultério de Zeus (e portanto das prerrogativas
paternalistas) não nascessem, o que significa que Hera, mulher divina, recusou
admitir a mudança de orientação da sociedade, da ginecocracia para o
paternalismo”.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Jean Markale,<b> La Femme Celte</b>, Payot (tradução Luiza
Frazão) </div>
Imagem: Sun Goddess Mitra, Persian painting by Hojjat ShakibaUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-7129363316061905562021-04-25T16:28:00.002+01:002023-10-13T20:19:57.941+01:00BORA LÁ SALTAR NO ESCURO – Confissões duma Mulher para lá da Meia-Idade<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyHjQWzo8-fUxGytbG2tp-ed6maZ_PtfI8-BQsF2MSvAtxAEJgJv4sVtU3mY0QR37rjneSunkbEgqVWshyAT8CS71h6620IJZq6SawbZO3Nt7ihXQsIxpmjZ9PL7bcSeGWIKbXbpoLXnW7/s960/86194435_10221375762214075_3010877090741354496_n.jpg" style="display: block; margin-left: 1em; margin-right: 1em; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img alt="" border="0" data-original-height="960" data-original-width="720" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyHjQWzo8-fUxGytbG2tp-ed6maZ_PtfI8-BQsF2MSvAtxAEJgJv4sVtU3mY0QR37rjneSunkbEgqVWshyAT8CS71h6620IJZq6SawbZO3Nt7ihXQsIxpmjZ9PL7bcSeGWIKbXbpoLXnW7/w240-h320/86194435_10221375762214075_3010877090741354496_n.jpg" width="240" /></a></div><div><br /></div>Sou uma mulher de mais de 65 anos. Fui professora e continuo a sê-lo, embora a estrutura da instituição tenha mudado radicalmente ou já nem exista. Não trabalho com rede, como aconteceu por largos anos. Não tenho rede. Afirmo a minha visão por mim própria, dou a cara por ela, como se diz, embora por outro lado possa dizer que tenho uma vasta rede de apoio, constituída pelas mulheres que me precederam ou que são minhas contemporâneas no Movimento da Deusa, mulheres com as quais comungo da mesma perspectiva das coisas, da mesma devoção à Deusa, da mesma certeza de que sem a Sua representação no panteão divino da humanidade actual, as mulheres nunca poderão aspirar a assumir verdadeiro poder neste mundo (ver Carol Christ “Por que é que as mulheres precisam da Deusa”); mulheres que comungam do mesmo sonho dum futuro sustentável, para a concretização do qual o papel das mulheres é decisivo; mulheres que sabem que é preciso resgatar a Deusa antiga, nas Suas várias faces ou arquétipos, que reflectem a nossa humanidade, nas Suas múltiplas denominações e qualidades; mulheres conscientes de que precisamos de refazer a nossa cultura própria, de reinventar as nossas tradições, a nossa forma própria de ser e de estar no mundo, antes da domesticação patriarcal, de levantar do chão e de limpar da ignomínia o nosso poder de dar e de cuidar da vida, de redescobrir e de sacralizar o poder do sangue menstrual, de sacralizar o corpo e toda a natureza de que somos parte. <div><br /></div><div>Sou uma mulher de mais de 65 anos, activista da Deusa, e há partes de mim que por vezes se sentem cansadas, quase esgotadas… Sou uma mulher. Ser uma mulher com uma visão ou ser um homem com uma visão são realidades muitíssimo distintas. Na tradição masculina, na androcracia em que vivemos, por trás dum homem, grande ou pequeno, há sempre uma mulher – quanto mais não seja para acarretar com culpas e frustrações – que está lá quando ele chega a casa cansado, que o apoia, que diz ámen à sua visão, que torce por ele e fica orgulhosa quando as coisas correm bem. Ela faz a sopa, mantém o espaço, cuida dos aspectos práticos do quotidiano. Atrás dum homem está uma Esposa, que é uma espécie de extensão ou substituta da mãe, com funções acrescidas. Claro que isto é o quadro clássico, ou seja, já era, hoje em dia em que tudo está mais fluído, o que temos é a Companheira, que poderá ser mais intermitente, descartável, mas eventualmente bem mais talentosa e tecnologicamente funcional. Sempre existe uma ou mais para suprir as necessidades de apoiar, gerir, manter o espaço, torcer, dizer ámen, ajudar, e de forma cada vez mais prática e eficiente.
Embora também existam, são raros, raríssimos, convenhamos, os casos em que estes papéis se invertem. Por norma, atrás duma mulher com uma visão não está ninguém a proteger o seu espaço nem a dar-lhe energia. O mais certo é que aconteça precisamente o contrário. Atrás dela pode estar o próprio marido a disputar a sua atenção e energia, ou o resto da família, que não acha a mínima graça à sua originalidade, que a conhece demasiado bem e por isso sabe que é um fake, que sempre foi. “Quem é que pensas que és?”. </div><div><br /></div><div>Óbvio que se ela fosse um homem, sim, aí teria toda a legitimidade para escrever e publicar livros, por exemplo, com toda a família a assistir orgulhosa ao seu lançamento. Já uma mulher sozinha a lançar um livro pode acontecer não ter uma única pessoa da família a assistir e a apoiá-la nesse momento. Ninguém. Não se fala nessa bizarrice, “Mas quem és tu afinal?”.
Pode ser que atrás dela estejam pessoas que continuam a ver nela a mãe, cujo dever é apenas o de dar, e é bem possível até que nem ela própria saiba receber, que tacteie no escuro à procura do mais básico sentimento humano que é a sensação de que a sua existência é legítima, de que tem o direito de existir. E não se pode existir sem ter voz própria. E esta não é uma questão que amadureça saudável à medida que flui o tempo e se sucedem as estações, muito pelo contrário. Duvida sempre quando te disserem que a esperança de vida aumentou…
As suas dúvidas existenciais como mulher são projectadas sobre pessoas que contestam a sua autoridade, desvalorizando tudo aquilo que com tanto esforço e trabalho, enfrentando tantos desafios, conseguiu, desmontando uma a uma todas as possíveis zonas de conforto. </div><div><br /></div><div>Uma mulher sozinha, recusando um enterro em vida, com a sua visão e voz própria, tem de ser capaz de conviver e de abraçar a impostora que se lhe colou à pele e à imagem, tem de poder olhar para ela no espelho e sossegá-la: “Bora lá saltar no escuro, segura-te!”. É a impostora em si que aguenta a parte das mil e uma razões para não, nunca estar à altura daquela Anciã longínqua, duma qualquer cultura exótica, idealizada pelo photoshop e enquadrada pelas frases prontas a servir do fast food verbal new-age. </div><div><br /></div><div>Uma mulher real sozinha, a partir de certa idade, é por norma suspeita, e se algum poder conquistou com o seu esforço, discernimento e coragem vai ser-lhe pedido que trate de o repartir, pedacinho a pedacinho, até não sobrar mais nada, ou que o use para promover outras pessoas. Afinal se já não és a mãe que se sacrifica como a vela se consome e arde para que haja luz, para que serves afinal? </div><div><br /></div><div> Mas nesta escuridão criativa da alma, abençoada seja, a luz da Deusa nítida se recorta: “Pára de resmungar, de lamber as feridas, avança”… Pois… talvez, quem sabe, abrindo caminhos... </div><div><br /></div><div> ©Luiza Frazão
</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-8021962149960317622021-04-01T11:09:00.006+01:002021-04-02T21:52:26.318+01:00E se partíssemos da hipótese de que a Creta Antiga era matriarcal, matrifocal e matrilinear?Carol P. Christ
em 22 DE FEVEREIRO DE 2021
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFEJYFBt6v5zUsER6GSpAynLiaz67OI7hySFi6cxD9ktW9UQJ7oOMSzQdYTw3p6XPEAvRzKRQX3_D7rYOvX6_Clj_hear8IvSdm11IXQPXH7fbJEjsGabv_gJ1Cn9qLavhFZslbEtAh1Qq/s1280/10498271_834501626645334_6925205421945628054_o.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="960" data-original-width="1280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFEJYFBt6v5zUsER6GSpAynLiaz67OI7hySFi6cxD9ktW9UQJ7oOMSzQdYTw3p6XPEAvRzKRQX3_D7rYOvX6_Clj_hear8IvSdm11IXQPXH7fbJEjsGabv_gJ1Cn9qLavhFZslbEtAh1Qq/s320/10498271_834501626645334_6925205421945628054_o.jpg"/></a></div>Se começássemos com a hipótese de que a Creta antiga era matriarcal, matrifocal e matrilinear, o que esperaríamos que fosse o foco central da sua religião? * Harriet Boyd Hawes e a sua colega Blanche E. Williams apresentaram uma incipientemente feminista análise, centrada na mulher, da religião da antiga Creta, em Gournia, o livro que descreve a escavação de uma aldeia minóica no início do século XX. Boyd Hawes argumentou que as evidências arqueológicas mostravam não apenas a preeminência da Deusa, conclusão com a qual Williams concordava, mas também a força e a independência das mulheres numa cultura que ela definiu como matriarcal e matrilinear, centrada na família materna. Se a Creta antiga era matrilinear, matrifocal e matriarcal, deveríamos esperar encontrar evidências de que as mulheres não eram apenas fortes e independentes, mas também que assumiam papéis de liderança na religião e na cultura. Williams notou a presença de sacerdotisas. Os frescos em miniatura de Cnossos mostram um grupo de mulheres idosas sentadas no lugar de honra e um grupo de mulheres realizando uma dança ritual. Onde faltam evidências sobre as funções de liderança, não se deve presumir que a liderança deve ter estado nas mãos de homens.
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkTEp-dqLlM7DCFi1WIS54mJ1159c5hTR1WcrMZ8PZLJFmDc8iYddoRXUEdwMELkdXRV3XB1WbyE7vqcQ_9wXi48cmMuLSyRvXo3ox5iK6qNLPNX65JMmtGGDtM8tmlUv21NviEV_jjGPM/s2048/DSC06162.JPG" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="2048" data-original-width="1536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkTEp-dqLlM7DCFi1WIS54mJ1159c5hTR1WcrMZ8PZLJFmDc8iYddoRXUEdwMELkdXRV3XB1WbyE7vqcQ_9wXi48cmMuLSyRvXo3ox5iK6qNLPNX65JMmtGGDtM8tmlUv21NviEV_jjGPM/s320/DSC06162.JPG"/></a></div>Não deveríamos surpreender-nos ao descobrir que a Deusa ou a mãe terra estava no centro dos rituais e cerimónias na Creta antiga. No entanto, dizer que a Deusa é central levanta a questão do que queremos dizer quando dizemos Deusa. No Ocidente, a divindade é entendida como transcendente em relação ao mundo, representada como um Outro, um ser masculino dominante, juiz das/os vivas/os e das/os mortas/os. Citando o Dicionário Oxford English, o arqueólogo Colin Renfrew baseia a sua discussão sobre a religião minóica na ideia da transcendência divina. Mas se aceitarmos a visão de Marija Gimbutas de que a Deusa representa os poderes do nascimento, morte e regeneração em todas as formas de vida, surge-nos uma imagem diferente. A Deusa é imanente, ao invés de transcendente em relação ao mundo. Ela é a força vivificante nos seres humanos e em toda a natureza. Ela não é a juíza das/os vivas/os e das/os mortas/os, pois as/os mortas/os são devolvidos ao seu corpo. Ao contrário das divindades gregas posteriores, as deusas da Velha Europa e da antiga Creta geralmente não são retratadas como seres humanos idealizados. Embora muitas vezes tenham olhos, seios e triângulos sagrados, elas também têm bicos e asas, têm o formato de montanhas e são decoradas com linhas fluidas que simbolizam rios ou riachos. Essas formas híbridas sugerem que toda a vida é uma imagem da divindade e que os seres humanos não são superiores, melhores ou separados de outras formas de vida. Imagens híbridas celebram a conexão de todos os seres na teia da vida e chamam os seres humanos a participarem e a desfrutarem deste mundo, não a procurarem escapar ou elevar-se acima dele. Uma religião centrada na gratidão pela vida neste mundo é muito diferente daquela que se concentra no medo, no julgamento e no anseio pela vida após a morte. A percepção de Jacquetta Hawkes de que a religião da antiga Creta celebrava "a graça da vida" está exatamente certa.
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc-DDrAjFRhMtcCBX8Bx3f9PeYKeN7XWWkdhMBCU7SH1GmVWR7Un_RsL7IjZRbPZ396SpDizO-gicI2AhKmb4RyRdw2f5VHVGb5FDAHa4hjDP7uXKaIB9OrxC6i7L2v2CLFSy9tJtLhNWa/s2048/DSC06141.JPG" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" width="320" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjc-DDrAjFRhMtcCBX8Bx3f9PeYKeN7XWWkdhMBCU7SH1GmVWR7Un_RsL7IjZRbPZ396SpDizO-gicI2AhKmb4RyRdw2f5VHVGb5FDAHa4hjDP7uXKaIB9OrxC6i7L2v2CLFSy9tJtLhNWa/s320/DSC06141.JPG"/></a></div>A velha deusa europeia ou minóica é uma ou várias? Os monoteístas têm insistido que só pode haver um Deus, mas os politeístas reverenciam uma pluralidade de imagens, enquanto os animistas celebram os espíritos de seres vivos (percebidos) como rios e árvores, montanhas e cavernas. Os termos monoteísmo e politeísmo não são neutros. Ambos foram desenvolvidos por monoteístas: o monoteísmo descreve as crenças correctas do self; politeísmo, as falsas crenças da/o outra/o. Acho que a distinção da teóloga e liturgista Marcia Falk entre monoteísmo exclusivo e inclusivo é útil para resolver a questão do um/a e das/os muitas/os. Segundo Falk, o monoteísmo inclusivo é uma intuição da unidade do ser na diversidade do mundo: celebrando a unidade do ser, acolhe uma pluralidade de imagens para representar a diversidade e a diferença no mundo. Desse ponto de vista, as fronteiras entre o monoteísmo e o politeísmo são porosas. Quando Gimbutas falou dos poderes de nascimento, morte e regeneração em toda a vida, ela referia-se à unidade de ser subjacente à diversidade de formas de vida, incluindo plantas, animais e seres humanos. Da mesma forma, quando os povos indígenas falam da mãe terra como a doadora de tudo e de todos os seres como parentes, eles reconhecem que toda a vida é sustentada por uma única fonte. O fato dos povos cretenses antigos imaginarem a divindade de maneiras diferentes e com características diferentes não exige a conclusão de que eles adoravam muitas divindades distintas, como argumentam alguns arqueólogos: considero que intuíram uma unidade de ser enquanto celebravam a diversidade da vida. Esta parece ter sido a conclusão de Williams, que escreveu sobre “a proeminência de uma deusa sob vários aspectos”.
<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivVam0nqgb6rxwdf-Rhqa1jnqmTB4aQZQ50_w3_AKqw_W9ltEwNUmoplvF5DTjBz2pYiXWFYMubYN_tT_Xcphmcr0lvn6NR3cObKNpiBuKmof8thxdNKLjU_IfBRxQgMKNe5hyqG1ejQ9a/s2048/DSC06191.JPG" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; clear: left; float: left;"><img alt="" border="0" height="320" data-original-height="2048" data-original-width="1536" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivVam0nqgb6rxwdf-Rhqa1jnqmTB4aQZQ50_w3_AKqw_W9ltEwNUmoplvF5DTjBz2pYiXWFYMubYN_tT_Xcphmcr0lvn6NR3cObKNpiBuKmof8thxdNKLjU_IfBRxQgMKNe5hyqG1ejQ9a/s320/DSC06191.JPG"/></a></div>Se as culturas matrilineares, matrifocais e matriarcais tendem a ver a Terra como uma grande e generosa mãe, podemos esperar que essa percepção seja expressa em rituais e cerimónias. A gratidão é a resposta apropriada aos presentes dados gratuitamente. Sugiro que a gratidão pelo dom e dádivas da vida não era apenas um foco, mas o foco central da religião na Creta antiga. Se for assim, devemos esperar encontrar rituais celebrando o dom da vida no nascimento de bebés, na chegada à maioridade das meninas, bem como em rituais de morte homenageando as/aos ancestrais. Também podemos esperar encontrar rituais que honrem a linha materna e expressem gratidão pela sabedoria das ancestrais. Muitos desses rituais teriam ocorrido na Casa matrilinear, como sugere o arqueólogo Jan Driessen. Os rituais para as/os ancestrais também podem ter acontecido em cemitérios. Devemos também esperar encontrar rituais que expressem gratidão pelo alimento que sustenta a vida, por exemplo, nas oferendas de primícias à mãe terra e no derramamento de libações que são absorvidas de volta ao seu corpo. Se as mulheres inventaram a agricultura e, como argumentou Gimbutas, a religião da Velha Europa celebrava os processos de nascimento, morte e regeneração em toda a vida, deveríamos encontrar rituais focados no plantio, colheita e armazenamento de sementes. Alguns desses rituais podem ter ocorrido nas Casas matrilineares, enquanto outros certamente ocorreram na natureza e nos campos. Se a fabricação de cerâmica e a tecelagem fossem entendidas como mistérios de transformação envolvendo nascimento, morte e regeneração, poderíamos encontrar evidências de rituais associados a essas atividades nas Casas ou nas oficinas. É sabido que os ritos na Creta antiga envolviam árvores, montanhas e cavernas, bem como fontes de água. Devemos perguntar-nos se e como tais cerimónias expressam gratidão à mãe terra, a fonte da vida, e aos ciclos de nascimento, morte e regeneração.
* Essas reflexões são parte de um rascunho inicial do prólogo metodológico de um ensaio que me pediram para escrever sobre Religião numa vila minóica a ser publicado no relatório arqueológico sobre as escavações recentes em Gournia. Na parte anterior do prólogo, discuto as teorias sobre as culturas matriarcal, matrifocal e matrilinear de Harriet Boyd Hawes, Blanche E. Williams, Marija Gimbutas, Heide Goettner-Abendroth e outras/os.
<a href="https://feminismandreligion.com/2021/02/22/what-if-we-begin-from-the-hypothesis-that-ancient-crete-was-matriarchal-matrifocal-and-matrilineal-by-carol-p-christ/?fbclid=IwAR1xMNIKi1Ch-rB_IydVDVuRA0xuWmtqF21B1p-KSuV0kbWcLEXtC16YVUA" target="_blank">Original aqui</a>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-79813307100446409292021-01-26T22:56:00.004+00:002021-01-26T22:59:20.626+00:00A REVOLUCIONÁRIA DESCOBERTA ARQUEOLÓGICA DA CIVILIZAÇÃO CRETENSE <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWLHoZtkD3duJaLvtnGvmM8BEkVeO4xN1AkNRBQIPx7M0lHBOEr6-s1U9dKWT0hUfpgznkvb7gLP8ssFSXfVFkNA_8GWK3D5VU_sCG9DRfNXwgaD3ZV6slvBcWJeP3MiacMT3g6jhIKLPs/s2048/DSC06143.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWLHoZtkD3duJaLvtnGvmM8BEkVeO4xN1AkNRBQIPx7M0lHBOEr6-s1U9dKWT0hUfpgznkvb7gLP8ssFSXfVFkNA_8GWK3D5VU_sCG9DRfNXwgaD3ZV6slvBcWJeP3MiacMT3g6jhIKLPs/s320/DSC06143.JPG" width="320" /></a></div>O achado arqueológico da civilização cretense foi uma
“bomba” no seio da comunidade de estudiosos de então, uma vez que, pelas suas
evidências, não correspondia a nada do que até aí fora descoberto e a nada do
que era “expectável” à luz dos valores patriarcais e masculinos que vigoravam e
que dominavam a ciência da altura.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Houve todo um conjunto de descobertas e de particularidades,
sobretudo através das manifestações artísticas que chegaram até à atualidade (e
daí a importância fulcral da arte para compreendermos esta cultura e esta
sociedade), que permitiram ver que se estava na presença de uma sociedade
“diferente”. Baseada em valores pacíficos – quando, à sua volta, já quase todas
as civilizações começavam a ser fortemente dominadas pelos valores bélicos –,
tratava-se de uma sociedade essencialmente baseada na economia agrária, próspera,
igualitária e estável. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Para além disto, chegou-se à conclusão de que se tratava de
uma sociedade intensamente religiosa, em que o centro do seu culto era a Deusa.
Na verdade, religião e vida quotidiana, misturavam-se de tal forma no
quotidiano das cidades-estado desta ilha, que sagrado e quotidiano se
entrelaçavam na vida dos cretenses. O próprio exercício físico e o desporto,
bem como todo o tipo de atividades lúdicas e de entretenimento, estavam
intimamente ligadas às práticas e cultos religiosos. Religião e divertimento
associavam-se em harmonia, e a prática de jogos e desportos era caracterizada
pela participação igualitária de mulheres e homens.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOLNzT-qsZxc4Y5Amgqga_Ed5mogN1Jzf5trGDqP9Huzg0GvA77r8_NF_6dm7G3SMGqRIHJ0hi9V2e_1e6YwwBlHg-sJgJSVBwAg4C196L0BoujvRovEbsSuMDYWy0FS1864A7nOv96fSC/s2048/DSC06141.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOLNzT-qsZxc4Y5Amgqga_Ed5mogN1Jzf5trGDqP9Huzg0GvA77r8_NF_6dm7G3SMGqRIHJ0hi9V2e_1e6YwwBlHg-sJgJSVBwAg4C196L0BoujvRovEbsSuMDYWy0FS1864A7nOv96fSC/s320/DSC06141.JPG" width="320" /></a></div>O que provavelmente foi uma das particularidades mais
marcantes, e que mais deve ter impressionado os arqueólogos que primeiramente
exploraram esta civilização, ainda muito imbuídos dos valores patriarcais (a
“lente” através da qual observavam e analisavam os factos e fenómenos de estudo
científico): a igualdade entre géneros. A forte e frequente presença das
mulheres na arte cretense leva a concluir que elas representavam papéis sociais
prestigiados, tanto no culto religioso da Deusa, como a nível de poder
(chegando-se a sugerir a existência de uma rainha cretense). <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Mas também a música, o canto e a dança integravam tanto as
expressões culturais e artísticas dos cretenses como as suas próprias práticas
religiosas. Todos estes aspetos se fundiam num só: “(…) a religião para os
cretenses constituía uma ocupação feliz” e “(…) “Toda a vida impregnava-se de fé
ardente na Deusa Natureza, fonte de toda criação e harmonia”, citando a autora
da obra. Desta forma, era inevitável que o sistema de valores e crenças desta
civilização se baseasse firmemente na paz, na dádiva, na compaixão, na beleza,
nos prazeres da vida. A própria liberdade e fluidez com que a sexualidade era
perspetivada e vivida pelos cretenses conduzia a um pacifismo e a uma anulação
ou redução da agressividade, que se evidenciava mais noutros povos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsfAjJn9k5jpYLxRHfrvGxKLjCMbdj9SFlJFOWeoXeCIqCm8T51J-ATlUePPE2MkVy7PwFmFI6ylVsXpVUazcc6qpdTYE7xgJ29hR9Snmx0gGSycBPszZJH8I0inVhs6iNmldYqYJgPZIb/s2048/DSC06114.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsfAjJn9k5jpYLxRHfrvGxKLjCMbdj9SFlJFOWeoXeCIqCm8T51J-ATlUePPE2MkVy7PwFmFI6ylVsXpVUazcc6qpdTYE7xgJ29hR9Snmx0gGSycBPszZJH8I0inVhs6iNmldYqYJgPZIb/s320/DSC06114.JPG" width="320" /></a></div>E, centrando-se no culto profundo e muito enraizado da
Deusa, tal como afirma Nicholas Platon: "o medo da morte era praticamente
obliterado pela omnipresente alegria de viver".<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Estas são, em traços gerais, as características principais
que diferenciam esta cultura, mas existem muitas mais particularidades que a
distinguem das outras sociedades suas contemporâneas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Uma delas é o facto de a sociedade minóica (assim chamada
devido ao Rei Minos) ter sido uma sociedade muito baseada no “encanto pela
vida”, pela “sensibilidade”, e “amor à beleza e natureza”, como se pode ler na
obra de Riane Eisler. De uma forma geral era uma cultura baseada em valores
hedonistas, de prazer, de valorização do lado belo e de harmonia da vida, e a
arte, que chegou até nós, demonstra-nos isto de forma evidente: desde joias, a
estatuária, aos frescos, entre outras formas de arte descobertas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Em termos de estilo de vida, os cretenses eram fortemente
ligados à natureza e ao respeito e usufruto da mesma, pelo que até as
habitações particulares, edifícios públicos e demais construções refletiam esse
estilo de vida. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5L0IWzs8mN1dbIfeUGggamHwGNzW6uncqEFQqOtjIzolDgkEjTmbHVjPCrWlmCj_jWMtECxIJMucY_-utBveHjrP-bsYtOS8JGPamlTcuem9NS5qjMiwNzn6Kj1aW1ZIs_Nty9h6_Q83o/s2048/DSC06160.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5L0IWzs8mN1dbIfeUGggamHwGNzW6uncqEFQqOtjIzolDgkEjTmbHVjPCrWlmCj_jWMtECxIJMucY_-utBveHjrP-bsYtOS8JGPamlTcuem9NS5qjMiwNzn6Kj1aW1ZIs_Nty9h6_Q83o/s320/DSC06160.JPG" width="320" /></a></div>Concluiu-se também que a sua organização social era
caracterizada por uma justa divisão da riqueza, não existindo assimetrias
sociais profundas, como nas outras civilizações desenvolvidas da época;
registava-se uma significativa prosperidade económica (baseada não só na
agricultura, mas também, posteriormente, pela pecuária, indústria e comércio,
essencialmente, marítimo, que floresceu dadas as privilegiadas condições
geográficas da ilha). Paralelamente, regista-se um avançado sistema de obras
públicas, que abrangia desde estradas a sistemas de distribuição de água, etc.,
muito avançados e completos.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">No entanto, nenhum destes aspetos, e esta é uma das
singularidades que mais sobressaem, conduziu a uma sociedade onde a noção de
poder fosse autocrática ou baseada na violência ou exploração de uns grupos
sociais por outros. De forma alguma existem indicações de que o poder estivesse
concentrado apenas num reduzido número de indivíduos, nem tão pouco que se
tratasse de uma sociedade baseada no poder armado: verificou-se a ausência de
estruturas de defesa ou fortificações. O que sugere que a participação em
guerras dentro ou fora da ilha seriam provavelmente quase inexistentes. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ainda assim, é pouco provável que não tenham existido combates
para defenderem o seu rico território, no entanto, não eram esses os seus
valores dominantes, nem a própria arte cretense valoriza ou glorifica os atos
de guerra. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjY2_kX7MdELQZIo3kY3_vCMY5EnGGg0vfAIIxXmVunSHejB-_WZFaNRfxEsB-xH_LHrFFuj0cZvqQbp8P-ZDLuOMW_rJKycWw2VyXolK3xSNRGdOUPc5JA7WkOY1LeaGyzMm7qAl4QZv3/s2048/DSC06225.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjY2_kX7MdELQZIo3kY3_vCMY5EnGGg0vfAIIxXmVunSHejB-_WZFaNRfxEsB-xH_LHrFFuj0cZvqQbp8P-ZDLuOMW_rJKycWw2VyXolK3xSNRGdOUPc5JA7WkOY1LeaGyzMm7qAl4QZv3/s320/DSC06225.JPG" /></a></div>A autora Riane Eisler indica-nos fortes indícios de que em
Creta o poder teria sido exercido pelas mulheres, e que estas teriam tido um
papel muito relevante na vida religiosa e social das cidades da ilha. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">As mulheres estavam mais retratadas “nas artes e ofícios”, o
que reflete uma posição social, religiosa, política e económica elevada ou de
destaque, e eram frequentemente retratadas na esfera pública, o que é sinónimo
de respeito e prestígio na sociedade (ao contrário daquele que, posteriormente,
foi o sentido da evolução cultural humana, que remeteu cada vez mais as
mulheres para a esfera doméstica e privada, sem serem vistas nem terem “uma voz
própria”). O papel feminino era bastante ativo em todas as esferas da
sociedade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">De facto, toda a conceção de beleza, de paz, de harmonia,
lúdica e de respeito (pelo outro e pelo meio ambiente), e a própria posição
igualitária entre sexos, presentes nos traços culturais e no legado artístico
de Creta, já nos indica que estamos na presença de uma sociedade que não é
dominada pelos valores “ditos masculinos”, da guerra, da destruição ou da
violência. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Os próprios valores cretenses, baseados “num espírito
feminino”, como se observa na História da Arte, na perspetiva de Jaquetta
Hawkes, espelhavam-se até na arquitetura característica da ilha.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Aliás, é sobretudo através da arte que chegam até nós os
mais evidentes indícios de que o poder era exercido pelas mulheres: a autora
fala-nos da própria “(…) influência da sensibilidade feminina — [que ofereceu]
notável contribuição à arte minóica".<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihlO6RllsvP9QD9R049souja_zEWcBvCxCvkiuiw-b_ACUg-JSQF9q-BjWO1Mk30D8p2QgVghS_n4Qo1ZJDMLS5dDpfZk2MRrlM3CYyxZ9iXUBC9rDhw6Zfx8xwGeNAFzB-9X521JQyx0D/s2048/DSC06181.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihlO6RllsvP9QD9R049souja_zEWcBvCxCvkiuiw-b_ACUg-JSQF9q-BjWO1Mk30D8p2QgVghS_n4Qo1ZJDMLS5dDpfZk2MRrlM3CYyxZ9iXUBC9rDhw6Zfx8xwGeNAFzB-9X521JQyx0D/s320/DSC06181.JPG" width="320" /></a></div>Muito do que se sabe sobre a cultura cretense advém do
estudo da produção artística desse período e local: a arte cretense, por
exemplo, não glorifica as atividades bélicas ou a guerra em geral. Há um
evidente hedonismo em Creta: a vida agradável, rodeada de beleza e a comunhão
com a Natureza; uma cultura de bem-estar e igualdade entre classes
socioeconómicas e entre géneros.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">O culto da Deusa, ali, era absolutamente central, e Ela é
representada, por exemplo, num papel supremo: numa carruagem que leva um
defunto para a sua transformação e renascimento, no eterno ciclo da
vida-morte-vida.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>As Suas sacerdotisas
são frequentemente representadas, em frescos, liderando procissões, cultos e
rituais. A própria historiadora da arte, Hawkes, coloca a hipótese de existir
uma rainha cretense, que também é retratada: ou seja, estamos perante o próprio
centro do poder, no feminino. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Toda a presença da simbologia da Deusa (intensamente ligada
à natureza, tal como a borboleta e a serpente, símbolos da transmutação e
metamorfose, e o machado de lâmina dupla, utilizado no cultivo agrícola, que
simbolizava a própria divindade da transformação e do renascimento, e também a
fertilidade da terra, sustento de toda a população) é outro fator que indicia o
poder das mulheres nesta sociedade, pois surge com muita frequência nos mais
variados objetos de arte que foram descobertos.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFK_0nx9ARnUPeTlnSOFf3WWVcmabJ81-dk_aXWhWh89urf_wL0bmcF4ZsqBEGXNd1UXj1_F2oXoeMrUSNJPFm_T1BzmZVuxBcZjg1GvSKcmie3ugDh9KQDttJcCMq70epWjhPgJT1st77/s2048/DSC06103.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFK_0nx9ARnUPeTlnSOFf3WWVcmabJ81-dk_aXWhWh89urf_wL0bmcF4ZsqBEGXNd1UXj1_F2oXoeMrUSNJPFm_T1BzmZVuxBcZjg1GvSKcmie3ugDh9KQDttJcCMq70epWjhPgJT1st77/s320/DSC06103.JPG" width="320" /></a></div>O próprio facto de não existirem estátuas de governantes,
por exemplo, um reflexo tão típico do enaltecimento do “poder masculino” de
então, indicam-nos que o poder era mais exercido pelas mulheres.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Outro facto que indicia que a cultura, essencialmente
centrada na Deusa e no papel e poder femininos, estava bastante enraizada, é o
de que, mesmo após o início do período histórico seguinte, a Idade do Bronze, e
com a complexificação das estruturas sociais, isso não significou em Creta o
declínio do poder nem do status das mulheres, pelo contrário, pareceu até
fortalecê-lo.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A Deusa continuou a ser
cultuada e a ser o centro da vida nesta civilização. E, como tal, os seus
princípios de conceção “feminina” do mundo, prevaleceram, da mesma forma que a
importância do papel das mulheres também.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Avançando mais ainda nesta interpretação, temos a evidência
de que o poder nesta cultura estava intimamente ligado ao sexo feminino, pois,
tal como nos refere Eisler, “(…) em Creta as virtudes "femininas" de
concórdia e sensibilidade tinham prioridade social” – aspetos que não eram
desvalorizados, como acontece(u) noutras culturas, e de que houve uma noção
diferente de poder.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">O poder era exercido não com base na força física ou do
confronto militar ou da subjugação, mas sim com base numa noção de “responsabilidade
maternal” (uma “característica do modelo de parceria da sociedade”, citando a
autora). <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Por fim, temos outra forte confirmação de que o poder era
exercido pelas mulheres na sociedade cretense: a sucessão e herança eram feitas
por linhagem feminina. Estamos, portanto, perante uma sociedade matrilinear.
Uma sociedade onde a Deusa assume o poder divino central, e as
sacerdotisas/rainha exercem o poder temporal, pese embora se mantivesse sempre
o espírito de harmonia e igualdade entre mulheres e homens cretenses. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtGGyLipKnSgZO8gBtjA5zSXNgcq-op6wbL3LBuECgyp7T7Wgtq-6sCV2fD83S-cHZ0ZQWd_ucONuwP8Qq6YsQHXUD_lfg3Lh2KPwIky819m-lziVjv3KVz_D8J8_JuZ_UcDds0ujg53FK/s2048/DSC06259.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtGGyLipKnSgZO8gBtjA5zSXNgcq-op6wbL3LBuECgyp7T7Wgtq-6sCV2fD83S-cHZ0ZQWd_ucONuwP8Qq6YsQHXUD_lfg3Lh2KPwIky819m-lziVjv3KVz_D8J8_JuZ_UcDds0ujg53FK/s320/DSC06259.JPG" /></a></div>Creio que a mensagem da excecional civilização cretense é a
de que pode constituir um modelo e um exemplo tanto para a nossa sociedade
atual como para as futuras, cujas bases já se estão a construir agora. É
admirável o facto de existirem provas concretas (e não “sonhos utópicos”, como
muito bem sublinha Eisler) de como, há milhares de anos, existiu uma sociedade
desenvolvida, que transmite uma mensagem que corresponde ao seu próprio
sistemas de valores: igualitária, próspera e pacífica, com um paradigma
totalmente invertido em relação às atuais.<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Esta mensagem, em minha opinião, reflete-se nos seguintes
aspetos: ausência de guerra e os valores de convivência pacífica e harmoniosa;
valores ecológicos e de respeito pela natureza; uma conceção diferente de poder
e um conceito diferente de governação. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A ausência de guerra e a centralidade dos valores de paz,
estabilidade e harmonia entre povos vizinhos ou distantes é outro aspeto. Não
se registavam manifestações que habitualmente conotamos como “características
masculinas” de orgulho ou barbaridades para com o outro. A própria arte de
Creta espelha a ausência de “dominação, destruição e opressão”, como refere a
autora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Verificámos em Creta a quase ausência de conflitos militares
dentro da própria ilha ou com territórios circundantes, ao contrário do que
prevalece ainda hoje, nas culturas predominantes, de valores patriarcais, onde
a guerra parece ser o infrutífero e destrutivo modo de “resolução” de conflitos
entre povos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Valores ecológicos e de respeito para com a natureza: O
culto da Deusa, vista como a Grande Mãe de tudo o que existe e A grande
provedora da própria subsistência das comunidades, profundamente centrado na
própria natureza, nos ciclos das estações e na abundância e prosperidade que
advinham da terra e das atividades agrícolas, com certeza que foi a base deste
mesmo respeito por tudo o que se relacionasse com a vida natural. O que entra em
franco contraste com todas as agressões que as comunidades humanas têm vindo a
cometer para com os ecossistemas, e este é um dos exemplos mais fundamentais
para a humanidade atual, porque dele depende a própria sobrevivência da espécie
humana e do Planeta. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpgVgaYCMT1iA3fn3nbBpYtfVgphcymauVCB0Sjc0se9nwlYjPMqPY84TV4W8oPUlQ3s0d4ctWGDiOp4V4K80rcgeZ8lvWreYKJ9aHC6sUaqgNqm_1wT2x1wRdIgfqHXPHTjKtDELkEpSZ/s2048/DSC06255.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1536" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpgVgaYCMT1iA3fn3nbBpYtfVgphcymauVCB0Sjc0se9nwlYjPMqPY84TV4W8oPUlQ3s0d4ctWGDiOp4V4K80rcgeZ8lvWreYKJ9aHC6sUaqgNqm_1wT2x1wRdIgfqHXPHTjKtDELkEpSZ/s320/DSC06255.JPG" width="320" /></a></div>Em Creta existiu uma conceção de poder, e igualmente de
governação, extremamente diferente das sociedades que lhe eram contemporâneas,
certamente das que se lhes seguiram, e das atuais. Tal como nos revela Riane
Eisler, não existia, como por exemplo no Antigo Egito ou na Suméria, a
“glorificação” dos governantes: a arte testemunha este facto com a ausência de
monumentos ou estátuas dedicadas à dignificação dessas personalidades. Pelo
contrário, o poder era exercido de forma pacífica e igualitária, de forma
limitada, e com provável representação das diferentes classes
socioprofissionais de cada cidade-estado de Creta. Um aspeto do qual certamente
se distanciaram as culturas e povos que se lhes seguiram, mas que se aproxima
daquele que hoje vigora nas sociedades ocidentais mais justas e igualitárias,
por exemplo. Ainda assim, ainda estamos longe da ausência de representação de
“figuras de poder”, mesmo na nossa sociedade atual, onde ainda se cultivam
símbolos do poder e da governação tipicamente patriarcais. Temos o exemplo das
monarquias atuais, europeias e não só, onde os símbolos, ainda que de um poder
não efetivo na maior parte dos casos, estão bastante presentes. E, sem recuar
muito no tempo, temos o próprio exemplo dos símbolos do poder e dos seus detentores,
propagados e cultivados no Estado Novo, em Portugal, e em outros regimes
autocráticos similares. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBYjSUK5WSsdi6bXrj51jVJGmK6rQMhIDgeaAvT0IXX2uek1thThTCOXiYKfHfxgtyJ5NFF9GDN-VYdb2pX9T1n00IWB6W9jnee3mw6y3XUavw27Agjj2HVJYZQL4ZvhQV7zjUSEXJ-2o8/s1280/Minotauro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBYjSUK5WSsdi6bXrj51jVJGmK6rQMhIDgeaAvT0IXX2uek1thThTCOXiYKfHfxgtyJ5NFF9GDN-VYdb2pX9T1n00IWB6W9jnee3mw6y3XUavw27Agjj2HVJYZQL4ZvhQV7zjUSEXJ-2o8/s320/Minotauro.jpg" /></a></div>Em termos de governação, o exemplo de Creta também transmite
uma importante mensagem de igualdade e respeito inter-pares.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ainda que existisse (como era muito comum na
época) uma estreita fusão entre religião e poder, como já referimos acima,
cultivava-se o respeito e a harmonia entre iguais, no que respeita aos
soberanos das diferentes cidades-estado da ilha. E também uma importante
limitação de poderes, por parte de altos cargos de conselheiros oficiais, que
faz concluir que provavelmente haveria uma conceção do poder e da governação
como uma representação de interesses do povo, junto de quem os exercia – o que
se trata de um sistema político altamente avançado e que impede a evolução para
um poder despótico, tão comum nesta época, e tanto tempo antes do nascimento da
democracia da Grécia do período Clássico. Algo que não corresponde à
existência, que ainda perdura, de regimes autoritários em pleno século XXI. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">A mensagem principal que Creta nos transmite, na atualidade,
é, pois, a de que é efetivamente possível e exequível (e não uma fantasia),
pensar e construir uma sociedade de paz, de justiça social, de igualdade em
todos os sentidos, do respeito pelo planeta em que vivemos, sem prejuízo do
crescimento económico, do desenvolvimento tecnológico e do bem-estar material
dos indivíduos. É possível, efetivamente, construir uma sociedade em que
prevalece a cooperação e a “parceria”, como lhe chama Eisler, em vez de
destruição e dominação. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Texto de: Andreia Mendes<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Imagens: viagem a Creta 2015, Luiza Frazão</p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-40957443887664793682021-01-22T01:21:00.002+00:002021-01-22T01:21:42.740+00:00O Segundo Sexo, O Cálice e a Espada e o poder das mulheres do passado<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfL_gMlkJyUmwd_7Vn_W4i9lbkuaLcCfCjg6L9l6w2_3MW76P0P8FHHCOIUUi7MCaygMtTfxIQx9iVkJZkrpRUafaawgmtTku-uM_OvaUzRcUOx40M90KrzW0OZPvI3eELbK6mMqoKVqKo/s300/simone-de-beauvoir-1394135195469_300x300.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfL_gMlkJyUmwd_7Vn_W4i9lbkuaLcCfCjg6L9l6w2_3MW76P0P8FHHCOIUUi7MCaygMtTfxIQx9iVkJZkrpRUafaawgmtTku-uM_OvaUzRcUOx40M90KrzW0OZPvI3eELbK6mMqoKVqKo/s0/simone-de-beauvoir-1394135195469_300x300.jpg" /></a></div>(…) Simone de Beauvoir refere categoricamente que as
mulheres “(…) não têm os meios concretos de se reunir em uma unidade que se
afirmaria em se opondo. Não têm passado, não têm história”. E que “(…) a divisão dos sexos é, com efeito, um dado
biológico e não um momento da história humana”.<p></p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Ora, à luz do que atualmente sabemos, e do estudo da obra de
Riane Eisler, consideramos agora que estes factos não são exatamente rigorosos.
E que houve, efetivamente, civilizações evoluídas e avançadas, em que a
“eterna” dependência feminina, que Simone de Beauvoir considera ter sido a sua
única condição, pura e simplesmente não existia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Sociedades “perdidas no tempo”, porque, tal como realça
Riane Eisler, “(…) quando havia evidência de um período de tempo anterior em
que homem e mulher viviam como iguais, esse período simplesmente era ignorado.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Sociedades, sendo a Cretense um dos exemplos mais
esplendorosos, em que se cultuava a Deusa-Mãe, onde a ordem social surge
centrada na mulher e na mãe, que assumiam papéis sociais e religiosos
importantes, como sacerdotisas, por exemplo. Onde detinham um elevado status, e
uma elevada participação social. Sociedades com uma organização matrifocal e
matrilinear, mas não matriarcal. Sociedades cuja base eram os princípios da
igualdade, cooperação e de “parceria” entre os sexos, tanto na esfera privada
da vida social, como na pública. A obra de Riane Eisler veio detalhar e lançar
uma nova luz sobre estas culturas “diferentes”, provavelmente bastante mais
igualitárias do que aquela em que De Beauvoir viveu…<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4BjCh6OnFTvNEAw9P3W8poVR2tF4IRMP-e7FfZB-PWfvfl0bf6mRUi9boS4FxRynXp2wFFoasxMdrFoullzrw7l3GgszChuqoC2PScbHRqOKBexD318OC-lVwyvNOj7imfyWDDLPycPJS/s300/Eisler-New.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4BjCh6OnFTvNEAw9P3W8poVR2tF4IRMP-e7FfZB-PWfvfl0bf6mRUi9boS4FxRynXp2wFFoasxMdrFoullzrw7l3GgszChuqoC2PScbHRqOKBexD318OC-lVwyvNOj7imfyWDDLPycPJS/s0/Eisler-New.jpg" /></a></div>O desconhecimento destes factos levaram Simone de Beauvoir a
assumir à partida que as mulheres, e passo a citar: “(…) por mais longe que se
remonte na história, sempre estiveram subordinadas ao homem”, e também que “(…)
a mulher sempre foi, senão a escrava do homem ao menos sua vassala; os dois
sexos nunca partilharam o mundo em igualdade de condições”…<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Porém, e apesar dos postulados com que inicia a sua teoria,
ainda assim de Beauvoir coloca uma questão, mais pertinente que as duas referidas
inicialmente, e que nos fazem associá-la inevitavelmente à tese de Riane
Eisler:<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Resta explicar por que o homem venceu desde o início.
Parece que as mulheres deveriam ter sido vitoriosas.” <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Questão que Riane Eisler nos respondeu, décadas mais tarde,
contrariando o que se havia assumido como uma verdade absoluta: a dependência
das mulheres em relação aos homens.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Não só, como já verificámos, isto nem sempre foi verdade,
como a própria evolução humana deveria, precisamente, ter apontado para uma
“saída vitoriosa das mulheres” – ou, pelo menos, para o que Eisler designa de
uma “cultura de parceria”, em vez de uma “cultura de dominação”, de acordo com
a sua Teoria da Transformação Social. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">É muito interessante constatar como as duas teses, sendo
contraditórias em alguns aspetos, encontram pontos de encontro surpreendentes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBiBMqkpXb0edVUnCr3fdOz-fUrzO40YkGKbu3ZClWEDi9aHBp5fMqwYPuXQwfH0zpswLrQYzp7PgJpc-OQUlyRzktQasvug8GyfTgsVz9UpHcje10-LERdBaijZy1QLQZHVux7QPPxhp5/s1280/Red+Beach.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBiBMqkpXb0edVUnCr3fdOz-fUrzO40YkGKbu3ZClWEDi9aHBp5fMqwYPuXQwfH0zpswLrQYzp7PgJpc-OQUlyRzktQasvug8GyfTgsVz9UpHcje10-LERdBaijZy1QLQZHVux7QPPxhp5/s320/Red+Beach.jpg" /></a></div>À questão colocada por Simone de Beauvoir, “Por que este
mundo sempre pertenceu aos homens e só hoje as coisas começam a mudar?”, a tese
de Eisler responde de forma direta: tudo na evolução cultural humana parecia
apontar nesse sentido; mas esta linha evolutiva foi interrompida. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">Porque as antigas sociedades onde a Deusa era cultuada,
baseada em valores “ditos femininos” de compaixão, paz, estabilidade, partilha,
dádiva e parceria, foram sendo suplantadas, num dado momento da história da
Humanidade, progressivamente, pelo poder bélico e destruidor de outros grupos
sociais, para quem a conquista, a força física e a subjugação eram os valores
dominantes.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">A frase de Simone de Beauvoir, na página 13 da sua obra, é
paradigmática: “Se a mulher se enxerga como o inessencial que nunca retorna ao
essencial é porque não opera, ela própria, esse retorno.” E acaba por ser
“visionária”, talvez sem o suspeitar. Porque se trata, de facto de um
“retorno”, de um “regresso”, no âmbito da evolução humana, ao status quo das
sociedades da Deusa, que engloba a mulher numa posição em pé de igualdade em
relação ao homem, independente, em todas as vertentes da vida social, e em
comunidades onde vigoram os valores “de parceria”.<o:p></o:p></p><p class="MsoNormal">Andreia Mendes</p><p class="MsoNormal">Imagem 1: https://educacao.uol.com.br/</p><p class="MsoNormal">Imagem 2: https://www.aneconomyofourown.org/riane-eisler</p><p class="MsoNormal">Imagem 3 : Creta</p>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2237029087777823729.post-53643856098667889872021-01-12T13:38:00.009+00:002021-06-19T16:47:26.368+01:00Notícias do Sol em manhã de Inverno<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrWayjz0sbruK8vYdf9_pHVYFxuqbaAQutwDXQmjADsRtlK0a9aI2kYSO3hck8mhoJPZVI2cEVJA6lD-jC_MWwGTy4fxVxbTBn8BuKAYSjNzj_Zv5MefsaLkP5_pisWMRtXit6m2xv8w2M/s654/2.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="654" data-original-width="385" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrWayjz0sbruK8vYdf9_pHVYFxuqbaAQutwDXQmjADsRtlK0a9aI2kYSO3hck8mhoJPZVI2cEVJA6lD-jC_MWwGTy4fxVxbTBn8BuKAYSjNzj_Zv5MefsaLkP5_pisWMRtXit6m2xv8w2M/s320/2.jpg" /></a></div><span color="var(--primary-text)" style="font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;">Esta manhã o sol brilhava intensamente quando abri a janela do meu quarto rasgada a Leste. Saudei-A como faço habitualmente, à Mãe do Fogo, a nossa Estrela do Dia, Trebaruna, Brígida, Sul, Sula, Aurora, e fechando os olhos, visualizei a Sua luz dourada penetrando em cada célula do meu corpo, trazendo-me energia e renovação, fé, entusiasmo, propósito e capacidade de agir neste mundo. Preciso de me lembrar de que o fiz quando a letargia bater à porta, e de me sintonizar com a energia solar que convoquei para o meu corpo e para a minha alma. Preciso de muita energia para tudo o que tenho de organizar e agora também para responder a todas as mil e uma questões que começam a chegar de todos os lados...</span><p></p><p><span color="var(--primary-text)" style="font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;">Das tarefas que tenho de fazer, as mais agradáveis são sem dúvida a leitura, e vários livros demandam agora a minha atenção. São os meus livros de estudo, melhor dizendo. Deusas Solares, Êxtase, Feminino Activo e Solar e temas afins. </span></p><p><span color="var(--primary-text)" style="font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;">Incrível como nos temos contentado com a Lua com centenas de Deusas do Sol a acenarem-nos nos diversos panteões do mundo, mas cuja existência basicamente desconhecíamos, embora a própria Brígida, se pararmos para pensar, seja uma delas. Mas fomos levadas a voltar-lhes as costas, conformadas com o nosso reino da noite, com a luz projectada de fora, com a passividade como dote do nosso casamento com as sombras... o que, convenhamos também tem sido uma boa desculpa para não entrarmos em pleno na cena do mundo. Antes deixámo-la ser dominada por um masculino solar abrasador, desertificador, atómico, nitidamente com necessidade da sua contraparte lunar para equilibrar os excessos de todo esse fogo malparado...</span></p><p><span color="var(--primary-text)" style="font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;">Mas tanto que fazer neste dia, acrescendo-se tarefas tão banais como ir à mercearia... e os meus pés com tantas saudades de pisarem a terra... </span></p><p><span color="var(--primary-text)" style="font-family: inherit; font-size: 0.9375rem; white-space: pre-wrap;">E depois gerir todas as solicitações de pessoas querendo vir oferecer o seu saber à nossa Conferência... Como dizer "já não cabe", "já não é possível", a tanta abundância, qualidade e generosidade?... parece que estamos a precisar de magia para gerir o programa, de ser capazes de esticar o tempo... Mas para já, Mãe Sol, apenas um sentimento, Gratidão.</span></p><p><span color="var(--primary-text)" style="font-family: inherit; font-size: x-small; white-space: pre-wrap;">Imagem: estandarte da Deusa Trebaruna realizado por Helena Lebre</span></p><div style="font-family: inherit;"><div class="du4w35lb k4urcfbm l9j0dhe7 sjgh65i0" style="font-family: inherit; margin-bottom: 16px; position: relative; width: 500px; z-index: 0;"><div class="du4w35lb l9j0dhe7" style="font-family: inherit; position: relative; z-index: 0;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div aria-describedby="jsc_c_4m jsc_c_4n jsc_c_4o jsc_c_4q jsc_c_4p" aria-labelledby="jsc_c_4l" aria-posinset="1" class="lzcic4wl" role="article" style="font-family: inherit; outline: none;"><div class="j83agx80 cbu4d94t" style="display: flex; flex-direction: column; font-family: inherit;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb" style="box-sizing: border-box; font-family: inherit; position: relative; z-index: 0;"><div class="j83agx80 l9j0dhe7 k4urcfbm" style="display: flex; font-family: inherit; position: relative; width: 500px;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb hybvsw6c ue3kfks5 pw54ja7n uo3d90p7 l82x9zwi ni8dbmo4 stjgntxs k4urcfbm sbcfpzgs" style="--t68779821: 0 1px 2px var(--shadow-2); border-radius: max(0px, min(8px, ((100vw - 4px) - 100%) * 9999)) / 8px; box-shadow: 0 1px 2px var(--shadow-2); box-sizing: border-box; font-family: inherit; overflow: hidden; position: relative; width: 500px; z-index: 0;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div class="stjgntxs ni8dbmo4 l82x9zwi uo3d90p7 h905i5nu monazrh9" data-visualcompletion="ignore-dynamic" style="border-radius: 0px 0px 8px 8px; font-family: inherit; overflow: hidden;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div style="font-family: inherit;"><div class="ozuftl9m tvfksri0 olo4ujb6 jmbispl3" style="border-top: 1px solid var(--divider); font-family: inherit; margin-left: 12px; margin-right: 12px; margin-top: 12px;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 pfnyh3mw i1fnvgqd gs1a9yip owycx6da btwxx1t3 ph5uu5jm b3onmgus e5nlhep0 ecm0bbzt nkwizq5d roh60bw9 mysgfdmx hddg9phg" style="align-items: stretch; box-sizing: border-box; display: flex; flex-flow: row nowrap; flex-shrink: 0; font-family: inherit; justify-content: space-between; margin: -6px -2px; padding: 4px; position: relative; z-index: 0;"><div class="rq0escxv l9j0dhe7 du4w35lb j83agx80 cbu4d94t g5gj957u d2edcug0 hpfvmrgz rj1gh0hx buofh1pr n8tt0mok hyh9befq iuny7tx3 ipjc6fyt" style="box-sizing: border-box; display: flex; flex-direction: column; flex: 1 1 0px; font-family: inherit; max-width: 100%; min-width: 0px; padding: 6px 2px; position: relative; z-index: 0;"><div aria-label="Deixa um comentário" class="oajrlxb2 gs1a9yip g5ia77u1 mtkw9kbi tlpljxtp qensuy8j ppp5ayq2 goun2846 ccm00jje s44p3ltw mk2mc5f4 rt8b4zig n8ej3o3l agehan2d sk4xxmp2 rq0escxv nhd2j8a9 pq6dq46d mg4g778l btwxx1t3 pfnyh3mw p7hjln8o kvgmc6g5 cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x tgvbjcpo hpfvmrgz jb3vyjys rz4wbd8a qt6c0cv9 a8nywdso l9j0dhe7 i1ao9s8h esuyzwwr f1sip0of du4w35lb lzcic4wl abiwlrkh p8dawk7l" role="button" style="-webkit-tap-highlight-color: transparent; align-items: stretch; border-bottom-color: var(--always-dark-overlay); border-left-color: var(--always-dark-overlay); border-right-color: var(--always-dark-overlay); border-style: solid; border-top-color: var(--always-dark-overlay); border-width: 0px; box-sizing: border-box; cursor: pointer; display: inline-flex; flex-basis: auto; flex-direction: row; flex-shrink: 0; font-family: inherit; list-style: none; margin: 0px; min-height: 0px; min-width: 0px; outline: none; padding: 0px; position: relative; text-align: inherit; touch-action: manipulation; user-select: none; z-index: 0;" tabindex="0"><div class="n00je7tq arfg74bv qs9ysxi8 k77z8yql i09qtzwb n7fi1qx3 b5wmifdl hzruof5a pmk7jnqg j9ispegn kr520xx4 c5ndavph art1omkt ot9fgl3s rnr61an3" data-visualcompletion="ignore" style="border-radius: 4px; font-family: inherit; inset: 0px; opacity: 0; pointer-events: none; position: absolute; transition-duration: var(--fds-duration-extra-extra-short-out); transition-property: opacity; transition-timing-function: var(--fds-animation-fade-out);"></div></div></div></div></div></div></div><div class="cwj9ozl2 tvmbv18p" style="font-family: inherit; margin-bottom: 4px;"><span class="rfua0xdk pmk7jnqg pfx3uekm ay7djpcl ema1e40h q45zohi1" data-html2canvas-ignore="true" style="clip-path: inset(50%); clip: rect(0px, 0px, 0px, 0px); font-family: inherit; height: 1px; overflow: hidden; position: absolute; width: 1px;"><h3 class="gmql0nx0 l94mrbxd p1ri9a11 lzcic4wl" dir="auto" style="color: inherit; font-family: inherit; font-size: inherit; font-weight: inherit; margin: 0px; outline: none; padding: 0px;"><br /></h3></span></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div>Unknownnoreply@blogger.com0